Regiões produtoras

Beiras: Da nobreza à simplicidade

por Redação

fotos: André Silva, Thomas Istvan Seibel, Neil Gould e Helaman Anders/Stock.Xchng
Coimbra é uma das cidades da Região de Beiras.

Beiras estende-se por uma geografia peculiar, em sentido longitudinal do Oceano Atlântico até a Espanha, o que lhe garante uma diversidade única.

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A partir do ano de 1390 nos reinados de D. João I e D. João III, os vinhos desta área do país, tinham sido alvo de medidas de proteção, dada a sua qualidade e importância econômica, de forma que toda a região está delimitada para a produção do Vinho Regional Beiras. Devido à suas características diferenciadas, estão reconhecidas três sub-regiões: a "Beira Litoral", a "Beira Alta" e "Terras de Sicó".

A área geográfica da "Beira Alta" engloba a área de produção do DOC Dão, situada no centro Norte de Portugal, num enclave montanhoso que forma uma importante barreira contra as massas úmidas do litoral e aos ventos agrestes do continente. O clima é temperado, embora bastante frio e chuvoso no inverno e muito seco e quente no verão. As vinhas predominam entre altitudes de 400 e 500 metros, podendo chegar até 800 metros. Estão instaladas em solos graníticos , geralmente pouco férteis e com afloramentos xistosos.

Os vinhos do Dão, apresentam-se normalmente com uma bela coloração rubi e corpo redondo, dando um toque aveludado à boca. Com o envelhecimento, o bouquet se enriquece e o rubi ganha tons atijolados.

Um pouco mais ao Norte desta região, é produzido o IPR Lafões. Ali, os solos são geralmente mais férteis, e a região assemelha- se à do Vinho Verde, tanto pela condução das videiras - campos de cultura com a vinha alta a servir de bordadura - quanto pelas características dos vinhos (os brancos são ácidos, pouco alcoólicos e bastante frutados e os tintos têm um bom poder de envelhecimento). O nome deriva do árabe "Alafões", que significa "dois irmãos". Uma alusão aos montes, hoje conhecidos como Castelo e Lafões.

Seguindo para o nordeste, encontramos a área de produção do DOC Távora-Varosa marcada pela qualidade superior de seus vinhos - resultado da combinação de solos graníticos e às vezes xistosos, de erosão acentuada e ácidos, com o clima temperado e seco, mas com invernos bastante rigorosos. A região é delimitada pelos rios Paiva e Távora, no sopé das encostas da Serra da Nave, dando origem a excelentes vinhos.

A produção de vinhos na região da Beira Litoral teve grande impacto político e econômico, pois D. Afonso Henriques só autorizou a plantação das vinhas nessa região, sob a condição de que caberia a ele a quarta parte de todo vinho ali produzido. Foi nessa área, quase toda agrícola, com muito gado bovino para leite, prados e arrozais que se reconheceu a Denominação de Origem Controlada Bairrada, parada obrigatória dos viajantes, desde o século XIX para saborear a famosa receita de leitão acompanhada por um vinho espumante da região. O clima é mediterrânico, com noites frescas mesmo nos verões mais quentes. Nos terrenos predominantemente arenosos e pobres, a vinha é normalmente cultivada em solos argilosos e argilo-calcários.

Os famosos tintos têm cor granada a rubi e ganham um tom castanho com o envelhecimento. Quando novos possuem aroma frutado, que se torna mais complexo com o passar do tempo. Já os brancos têm reflexos esverdeados com sabor fresco, mas persistente. Os rosados, de aroma frutado que revelam a casta de onde provêm, têm acidez moderadamente elevada, o que deixa um frescor na boca. Produzidos pelo método tradicional ou de fermentação em garrafa, os espumantes podem ser, quanto ao grau de doçura, brutos, secos ou meiosecos, apresentando-se com aromas florais ou frutados quando jovens, enquanto que os mais velhos, denotam os aromas do contato mais ou menos prolongado, com as borras da segunda fermentação.

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Na zona da Beira Interior - área que se estende numa faixa ao longo da fronteira com a Espanha - o vinho foi, durante séculos, o produto agrícola predominante. A cultura da vinha desenvolveu-se significativamente no final do século XI, pelas mãos dos monges de Cister. Recentemente, os vinhos desta região foram reconhecidos na categoria de DOC Beira Interior. Justiça feita aos tintos vivos e brilhantes e aos brancos aromáticos, cheios e persistentes no sabor.

Além destas DOCs, em toda a região das Beiras, também é produzido e certificado o vinho Regional "Beiras"- vinho de mesa com Indicação Geográfica.

fotos: André Silva, Thomas Istvan Seibel, Neil Gould e Helaman Anders/Stock.Xchng

Principais castas:

TINTAS: Alvarelhão, Aragonez, Alfrocheiro, Baga, Camarate, Amaral, Bastardo, Jaen, Malvasia Preta, Marufo, Castelão, Rufete, Tinta Barroca, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Rufete, Syrah, Tinto Cão, Barca, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira, Vinhão

BRANCAS: Bical, Arinto, Cercial, Chardonnay, Dona Branca, Fernão Pires, Folgasão, Gouveio, Malvasia Fina, Malvasia Rei, Rabo de Ovelha, Sercealinho, Verdelho, Barcelo, Bical, Encruzado, Bical, Vital, Terrantez, Uva Cão, Síria e Viosinho.

Caracterìstcas dos vinhos:

TINTOS: Cada região apresenta suas características próprias. Os vinhos do Dão são cintilantes, de cor rubi, encorpados, elegantes e de aromas delicados. Com o tempo, tornam-se aromáticos e aveludados. Os de Távora-Varosa, apresentam coloração rubi claro, leves, suaves, e com alguma frescura. Os de Lafões, têm elevada acidez fixa e largo poder de envelhecimento. Já os da Bairrada, se destacam pelos aromas frutados, quando novos, evoluindo com a idade para aromas mais complexos. Por último, os da Beira Interior são vivos e frescos.

BRANCOS: Os do Dão caracterizam-se por sua leveza e frescura, apresentando uma cor amarela citrina, de aroma suave e sabor frutado. Os de Távora-Varosa, também de cor citrina, apresentam aromas de frutado intenso a citrinos, com destaque dos aromas primários. Os de Lafões, são "sui generis," pouco alcoólicos, frutados, ricos em acidez málica e com "agulha". Já os da Bairrada, apresentam a cor citrina comum aos outros, refletindo tons esverdeados. Têm sabor harmonioso, fresco e persistente. Os da Beira interior são bastante aromáticos.

Entidade certificadora:

Cada região tem sua própria entidade certificadora.

A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior, certifica o D.O.C. Beira Interior.

A do D.O.C Bairrada é feita pela Comissão Vitivinícola da Bairrada.

O D.O.C. Dão é certificado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão-F.V.D.

O I.P.R Lafões é certificado pela Comissão Vitivinícola Regional de Lafões

O D.O.C. Távora - Varosa é certificado pela Comissão Vitivinícola Regional de Távora - Varosa.

A entidade que certifica o Vinho Regional "Beiras" é o Conselho Vitivinícola Regional das Beiras

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As Caves Aliança, fundadas há mais de 75 anos por 11 associados, foi liderada por Domingos Silva e Angelo Neves, em Sangalhos, na região Demarcada da Bairrada. A empresa começou a exportar para o Brasil, África e Europa e hoje é um sinônimo de bons vinhos espumantes e aguardentes de qualidade.

A forte aposta na qualidade levou a empresa a adquirir Quintas nas principais regiões como o Alentejo, Dão, Douro, Bairrada e as Beiras.

NOME: Caves Aliança
ENDEREÇO: Apartado 6 - 3781-908 Sangalhos - Portugal
TEL: +351 234 732 000
FAX: +351 234 732 006
E-MAIL: calianca@caves-alianca.pt
WEB: www.caves-alianca.pt
PRODUTOS: Espumantes, VQPRD e Vinhos de Mesa
MARCAS: Aliança, Quinta Quatro Ventos, Aliança Danúbio, Cave do Duque, Casal Mendes, Alabastro, Quinta da Terrugem Terra Boa, Quinta das Baceladas, Quinta da Garrida, Antiqua e Antiquissima

John De Boer/Stock.Xchng

As Caves da Montanha, sediadas em Anadia, foram fundadas em 1943, por Adriano Henriques, passando desde de pai para filho, estando neste momento já na quarta geração.

A forte aposta na qualidade levou a empresa a adquirir Quintas nas principais regiões como o Alentejo, Dão, Douro, Bairrada e as Beiras.

NOME: Caves da Montanha - A. Henriques, Lda
ENDEREÇO: Rua. Adriano Henriques, 12 - Apartado 18 - 3781-909 Anadia - Portugal
TEL: +351 231 512 260
FAX: +351 231 515 602
E-MAIL: scarneiro@cavesdamontanha.pt
WEB: www.cavesdamontanha.pt
PRODUTOS: Aguardentes e Brands, Espumantes e Vinhos de Qualidade produzidos em Região Demarcada
MARCAS: Montanha Espumante, A. Henriques Super Reserva, Espumante, Trinca Espinhas Douro DOC, Monte do Enforcado Regional, Alentejano, Conde de Serpa DOC Alentejo, Vinha do Poeta Dão DOC, Colina da Espada Reg. Beiras, Montanha Aguardentevinica 20 Anos, Montanha Aguardentevinica, Velha Elegance, Montanha Amendoa Amarga, Montanha Aniz Escarchado, Passal Rosé, Montanha Reserva Espumante e Quinta da Gandara Dão DOC

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