Cientistas testam champanhes de 170 anos de idade

Pesquisadores buscam pistas sobre os métodos de vinificação de garrafas encontradas em navio naufragado no século 19

por Redação

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Pesquisadores da Universidade de Reims, na França, buscam pistas sobre a produção de vinhos encontrados em um navio naufragado há 170 anos. Os cientistas analisam ​​168 garrafas de champanhe encontradas em uma embarcação do século 19 na costa da Finlândia, em 2010. Eles já descobriram que os vinhos possuem 150 gramas por litro de açúcar residual. Mesmo champanhes modernos, que são demi-sec, ou semidoces, só têm açúcar residual na proporção de até 50 g por litro. Os cientistas acreditam que o champanhe naufragado estava a caminho da Confederação Germânica, que congregava nações de língua alemã – pensava-se, originalmente, que o destino seria a Rússia. As garrafas foram descobertas em julho de 2010 e identificadas como sendo Veuve Clicquot Ponsardin, Heidsieck e Juglar – vinho chamado Jacquesson desde 1832.

               Além da maior concentração de açúcar, outra diferença descoberta foi em relação ao nível de álcool, que tinha entre 9% e 10%, em comparação aos 12,5% dos champanhes de hoje, em média. Os pesquisadores atribuíram essa característica a uma tendência para iniciar a fermentação primária no final do ano, e assim em condições mais frias, bem como à utilização provável de levedura nativa, que pode ter sido menos eficientes na conversão de açúcares naturais das uvas em álcool. Eles também se mostraram surpresos ao descobrir altos níveis de cobre e ferro nos vinhos. Atribuíram esse fator ao uso de sulfato de cobre na vinha para proteger contra as doenças e pregos de ferro em barris.

               O professor Philippe Jeandet, que liderou a análise, disse que notou no champanhe “couro, picante, animal e notas cremosas, embora com alguns tons frutados e florais”. “Surpreendentemente, os vinhos foram bem preservados e mantidos com suas características intrínsecas”, avaliou Jeandet.

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