O bom da vida

Dolce vitta

Para quê se privar das coisas boas da vida, especialmente se acompanhadas de bons vinhos?

por Ramatis Russo

Luna Garcia

Ainda hoje existem pessoas que abrem mão de saborear as doçuras da vida com medo de incorporar alguns quilinhos a mais e perder a forma... inacreditável! Existem coisas que não se faz na vida, ao meu ver, como se privar de vontades costumeiras para tentar se encaixar no perfil estético de um mundo sem... açúcar.

Adoro doces, não me considero um autentico "formiga", mas gosto sim, principalmente daqueles de domingo, no final de tarde - depois de uma agradável soneca -, acompanhado de um bom café amargo libanês (com seu marcante granulado, que só a minha mãe sabe fazer) e o carinho especial dos meus gatos e cachorros.

Café com chocolate

Quando falamos em harmonização de doces, fica difícil abrir mão do simples e sempre muito consumido cafezinho, um produto brasileiro de personalidade - que há algum tempo vem ganhado espaço nas degustações -, com seu amargor quase que insubstituível contrastando muito bem com um pedaço de caramelo, ou então uma trufa de gianduia.

Espumante com chantilly

Lembro também das divertidas festas de 15 anos de minhas amigas de colégio que serviam, junto do bolo coberto com muito chantilly, uma taça de um espumante levemente frisante e adocicado, doce lembrança...

Uma harmonização feliz e que hoje poderia ser muito bem substituída por um espumante feito da uva Moscatel, acompanhado de um bolo de festa ou algumas frutas da estação - sem deixar de lado, é claro, a companhia da elegante moça de olhos esverdeados, lábios marcantes e uma discreta pinta na maçã do rosto, doce parceria...

Os portugueses

Algumas vezes muito agradável também é uma degustação dos diferentes tipos de vinho do Porto com a enorme variedade de quitutes da cozinha portuguesa, quase sempre à base de ovos.

Porém, com variações que vão desde amêndoas e nozes para os Portos de idade, como 10, 20, 30 e 40 anos; até frutas secas para Tawny. Já o Ruby apresenta uma grande afinidade com os doces à base de chocolate - como aquelas saborosas mousses de chocolate meio amargo com frutas vermelhas.

Os clássicos

Para os chocolates existe também os licores de Tannat, um vinho uruguaio feito à moda dos vinhos do Porto, e o Banyuls, um clássico tinto de sobremesa da região do sul da França.

Não poderia faltar o pai de todos os vinhos de sobremesa, aqueles produzidos em uma das regiões mais cobiçadas da França, o inigualável Sauternes - com sua elegante acidez, aromas cítricos e glaciados -, realmente um sonho engarrafado que ainda melhora na parceria de um creme brulée ou então de alguns petit-fours sortidos.

Sejam eles licorosos, frisantes, brancos ou tintos, o que vale é deixar a sua vida sempre mais doce do que ela já é e, para que isso aconteça conforme o crescer do bolo, a receita perfeita é fazer o que tem vontade com as pessoas que mais gosta que garanto que você não irá se enjoar tão cedo

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