Imprensa internacional

por Edgar Rechtschaffen

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A China tem hoje 500 vinícolas, este número deve crescer

Subida ao podium
O consumo de vinho na China cresce a taxas explosivas suportado pela produção de mais de 700 milhões de garrafas somente em 2007. Estas estatísticas indicam que a China já se tornou o sexto produtor de vinho do mundo, ultrapassando a Austrália. O país conta com 500 vinícolas, número que deverá aumentar substancialmente nos próximos cinco a dez anos movido pela crescente afluência da classe média local - o que aponta para uma classe mediana maior que toda a população do Brasil -, além dos 310.000 milionários (em US$) e 106 bilionários. Quanto aos preços, o ticket básico no varejo de uma garrafa com 750 ml está em US$ 5,20 (Yuan 35), com alguns rótulos mais finos atingindo a marca de US$ 58 (Yuan 400), como é o caso do Chairman's Reserve da China Torres, um assemblage de Cabernet e Merlot, do vinhedo Grace da região de Shanxi vendido por Yuan 405. Vinhos importados são vendidos a partir de Yuan 100, para os básicos, com os mais finos atingindo preço de alguns milhares de Yuan. Segundo Alberto Torres, gerente geral da Torres China, existem hoje dez rótulos chineses gozando de enorme reconhecimento do consumidor. A principal região produtora é Shandong, a sudoeste de Beijing, com latitude similar a da Califórnia. A maioria dos vinhedos opera no sistema cooperativista, com lotes individuais de menos de um hectare. E as ambições dos produtores transcendem o mercado local. Por exemplo, a rede supermercadista Morrisons, da Grã Bretanha, já oferece dois vinhos do país. Uma outra decorrência da emergência deste poderoso mercado são as notícias de que Hong Kong está prestes a suplantar Londres para tornar-se o centro de compra e armazenagem de vinhos finos dos super-ricos da região. Noticiou o Scotland on Sunday.

Modernização da indústria francesa
O governo francês divulgou seu plano qüinqüenal de modernização da indústria do vinho, objetivando melhorar a competitividade do país. O plano, com 16 páginas, está focado na simplificação das regras rígidas às quais os vinicultores estão submetidos, inibindo a competição com produtores do Novo Mundo. O plano está em sintonia com as novas diretrizes da União Européia para o setor. Os vinhos franceses se enquadrarão em uma de três categorias:
* Vignobles de France = Wines of France;
* IGP - Indication Géographique Protégée = Protected Geographical Region;
* AOP - Appellation d'Origine Protégée.
A primeira, e mais básica, é a nova designação Vignobles de France, que substitui os Vin deTable. Os vinhos desta categoria trarão no rótulo o ano da safra e a variedade de uvas empregadas. Passará a ser permitida a adoção de técnicas largamente adotadas por produtores do Novo Mundo, incluindo o uso de cavacos de carvalho, adição de taninos e ou ácido ascórbico como preservativos, adoçantes a base de mosto concentrado de uva. A segunda categoria, IGP, substituirá os Vins de Pays e, a terceira, AOP, corresponde à atual AOC- Appellation d'Origine Controlée. Noticiou a Decanter News.

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Mercado paralelo
A polícia de Yorkshire, Inglaterra, alertou restaurantes e hotéis para ficarem vigilantes após uma quadrilha especializada furtar US$ 120 mil em vinhos de coleção de uma propriedade privada. O bando penetrou, na primeira madrugada de junho, em uma residência rural de Northallerton e levou dezenas de caixas de vinhos de coleção. A lista inclui Chateau D'Yquem 1997, Chateau Gloria 2000, 2001, 2004, Chateau Beychevelle 2000, 2001, 2004, Chateau Lynch Bages 2001, 2004, Chateau Talbot 2001, Chateau Palmer 1995, 2000, Chateau Latour 1995, Chateau Latour - magnum 1997, Chateau Gloria - double magnum 1996. Além dos Bordeaux, na relação consta ainda caixas do Supertoscano Ornellaia 1997, juntamente com diversos top sul-africanos. A polícia acredita que os vinhos serão comercializados, via atravessadores, por wine merchants, hotéis e restaurantes exclusivos.

Protecionismo?
A revista Decanter reuniu alguns dos mais premiados produtores de vinho para a implantação de um vinhedo sui-generis. Piero Antinori (Toscana), Serge Hochar (Líbano), Jean Claude Rouzaud (Bordeaux), Angelo Gaja (Piemonte), Anthony Barton (Bordeaux), Miguel Torres (Espanha), Corinne Mentzelopoulose (Bordeaux) e Marcel Guigal (Rhône), juntamente com os escritores Hugh Johson e Jancis Robinson, congregaram-se na sede da Decanter onde, na cobertura do décimo andar, cada produtor plantou uma videira. A última a ser plantada foi uma Sangivese, trazida na mala de Antinori. Ao ser questionada pela ausência de produtores do Novo Mundo, a diretora de publicação da Decanter, Sara Kemp, explicou: "É culpa do DEFRA (departamento de agricultura do Reino Unido), que proíbe a entrada de videiras não européias".

A polícia de Yorkshire em ação
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