No passo do elefantinho

Neozelandesa Elephant Hill harmoniza o azul da paisagem marítima com o cobre envelhecido de sua fachada

por Arnaldo Grizzo

A Nova Zelândia é uma terra de aventuras. Ano após ano jovens do mundo todo passam períodos de férias, fazem intercâmbios, geralmente em busca de experiências emocionantes, seja em relação à belíssima paisagem das ilhas neozelandesas, seja por meio de esportes radicais sempre em voga por lá. Formado por duas ilhas principais, o país do Kiwi é repleto de atrações exóticas que seduzem os aventureiros.

Em 2001, um lugar em Hawke’s Bay conhecido como Te Awanga chamou a atenção dos alemães Reydan e Roger Weiss, que logo pensaram em criar uma vinícola por lá. Assim, ele fizeram a Elephant Hill em 25 hectares próximos ao mar, mas com diversas colinas como pano de fundo. O majestoso elefante indiano é símbolo da propriedade, o que comprova a diversidade de influências da Nova Zelândia.

O projeto foi feito pelo arquiteto neozelandês John Blair, que se inspirou no oceano Pacifico, no Cape Kidnappers (uma bela península em Hawke’s Bay) e em toda a beleza natural da região de Te Awanga

Azul do cobre e do mar
O imponente edifício da vinícola fica em meio aos vinhedos, posicionado estrategicamente entre a costa e as montanhas. O projeto foi feito pelo arquiteto neozelandês John Blair, que se inspirou no oceano Pacifico, no Cape Kidnappers (uma bela península em Hawke’s Bay) e em toda a beleza natural da região de Te Awanga. “O desejo era construir um destino e criar instalações de alto nível técnico e grande calibre artístico. Essas duas características (técnica e artística) são a essência do cultivo de uvas e da produção de vinhos”, afirma Blair.

Cobre envelhecido usado no revestimento das paredes sugere a cor do oceano

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O design se aproxima do contemporâneo europeu, que é expressado pelo uso do cobre envelhecido usado no revestimento das paredes, que sugere a cor do oceano, e pelas linhas horizontais dominantes, que fazem alusão às fileiras de vinhas. Os espaços internos são sofisticados e repletos de detalhes, mas também proporcionam paredes neutras para que os proprietários possam expor obras de arte.

Com o tempo, os efeitos do cobre exposto ao ar carregado de sal da costa resultarão em um contínuo efeito de envelhecimento. O uso desse material dessa maneira é inovador na Nova Zelândia e tem sido incorporado pelos europeus em trabalhos de restauro de projetos históricos. As formas retangulares organizadas com ênfase horizontal evocam um senso de espaço e liberdade, e se integram com a paisagem.

Água
A Elephant Hill tem vocação sustentável e essa política acaba compondo o design da vinícola e contribuindo com a decoração e o paisagismo. Flores silvestres são plantadas entre as vinhas para enfeitarem o lugar, mas também para atrair alguns insetos benéficos para a plantação, diminuindo assim o uso de pesticidas. A água, tratada e reciclada dos processos enológicos, é usada também para formar um encantador espelho d’água diante da fachada – em frente a qual fica localizado o restaurante da vinícola.

Elefante indiano é símbolo da vinícola

Até mesmo a localização e o posicionamento do edifício foram pensados com um enfoque ambiental, além de apenas estético. Isso faz com que haja um bom aproveitamento de luz para iluminar (o vidro transparente da fachada ajuda nesse quesito) e o vento para refrescar o interior.

Todo o conceito da Elephant Hill, com seu cobre envelhecido azulado fazendo par com a paisagem oceânica logo ali ao lado, rendeu aos seus proprietários dois prêmios de arquitetura. Seria estranho ver um elefante na costa neozelandesa, mas esse Elephant imponente tornou-se mais uma das belezas exóticas de um país com vocação para o inusitado.

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