O início sem receios

Entre cubanos, brasileiros e dominicanos, o charuto certo para encerrar uma refeição ou, simplesmente, curtir bons momentos

por Paulo Rogério Bueno

Piti Reali
Esta semana, um amigo empresário me pediu ajuda sobre o mundo dos charutos, pois havia passado por uma situação inusitada. A empresa em que trabalha é a filial brasileira de uma multinacional norte-americana. Como de costume, ele recebeu diretores da matriz, e seu presidente, durante a semana. No mundo corporativo, é hábito conhecer o perfil e o hobby de seus executivos. Fora do horário comercial, o jogo de tênis e o golfe já estavam na programação. Mas, logo no primeiro jantar, para seis pessoas, em um excelente restaurante de São Paulo, acompanhado de vinhos extraordinários e uma conversa quase informal, o presidente sugere um cognac e um charuto para finalizar o primeiro dia de uma promissora semana. O restaurante possuía uma variedade razoável de charutos, entre eles, cubanos, dominicanos e nacionais. Este meu amigo e mais dois integrantes do grupo ficaram sem chão e tentaram acompanhar as escolhas e o ritual dos outros três, mas se sentiram bastante constrangidos pela falta de conhecimento sobre um hábito centenário e elegante que acompanha o mundo dos negócios, assim como a cozinha internacional e o vasto e complexo universo dos vinhos.

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A escolha do meu amigo foi a um cubano bastante conhecido, o "Monte Cristo N2". Mas seu fim de noite não foi um dos melhores, e sobrou a culpa para o charuto.

Aqui vão algumas dicas para o iniciante que, por ventura, passe por situações parecidas:

A escolha de um formato é muito importante para o iniciante. Não abuse no tamanho de um charuto se você nunca fumou ou realizou o ritual poucas vezes. Escolha formatos como os petit coronas ( 12,5 cm ou mais de comprimento para 1,6 - 1,7 de diâmetro), coronas (14 - 15 cm de comprimento e 1,5 a 1,7 cm de diâmetro) e petit robustos ( 12,5 ou mais de comprimento para 2 cm de diâmetro). Os charutos dominicanos e nacionais são, em sua maioria, mais suaves e leves. Suas capas mais claras são o sinal de sabores mais delicados e menos agressivos. É muito importante ressaltar que tamanhos e formatos não determinam suavidade e leveza no paladar. Para os dominicanos, e principalmente os nacionais, procure conhecer um pouco de sua história e seu blend. Caso queira partir para os lendários 'puros' (cubanos), não fique com receio de saboreálos, mas, procure fazer a escolha certa.

Evite tragar um charuto. Ele foi feito para saborear. Puxe a fumaça e deixe na boca por alguns segundos, soltando- a suavemente entre os lábios, e, de preferência, para cima. Isto evita que o volume maior da fumaça chegue às pessoas ao seu redor. Alterne uma puxada ou duas com sua bebida preferida, mesmo que seja uma água mineral. Isso ajuda na limpeza do palato e potencializa o sabor do charuto.

Aqui vão alguns dos charutos que um iniciante pode escolher sem receios, seja pelo sabor ou pelo status de seus fabricantes.

Cubanos
Hoyo de Monterrey Short Coronas (petit corona): possui paladar de mel e aromas de flores com notas de madeira.
Hoyo de Monterrey Peti Robusto: aromas também florais, ele ressalta o sabor de pão de mel.
Partagás Short (petit corona): bastante baunilha e açúcar é seu toque no paladar, deixando em seu terço final, inusitados sabores de especiarias.
Partagás Corona: libera aromas amadeirados e sabores de mel. Este exemplar é um pouco mais condimentado do que seus irmãos cubanos, mas vale arriscar.

Dominicanos
Budle Selection Corona: aromas florais com notas de cedro.
Avo Uvezian Notturno (corona): com toques de café e chocolate em seu paladar, prevalecendo os aromas de café torrado.

Nacionais
Angelina (corona capa clara): aromas amadeirados e notas de baunilha.
Dona Flor Mata Fina (corona): aromas e sabor com notas sutis de especiarias.

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