Ver ou não ver?

Os prós e os contras dos dois tipos de degustação

Tire sua conclusão sobre se a melhor maneira de avaliar vinhos é às claras ou às cegas

por Eduardo Milan

Quando se fala em degustar vinhos para avaliações em geral, a primeira pergunta que vem à mente é: como eles foram degustados? Às cegas ou às claras, somente o degustador e o vinho ou de forma dirigida, na presença do enólogo e/ou produtor. Podem existir outras perguntas, mas, sem dúvida, essa é mais importante. Tanto uma forma de degustação quanto a outra têm seus prós e contras, mas a certeza é uma só, a de que esse assunto é muito polêmico.

Na degustação às cegas, por exemplo, nada se coloca entre o degustador e o vinho; não há nada para dispersar e sugestionar o avaliador, o que torna esse sistema de prova, teoricamente, mais justo e muito utilizado em concursos.

Já a degustação dirigida e às claras é muito utilizada em apresentações, dando ao degustador o privilégio de esclarecer dúvidas sobre métodos de plantio e de vinificação, por exemplo, tornando a avaliação mais consistente.


De fato, pode-se dizer que as qualidades de uma são os defeitos da outra. Enquanto na degustação às cegas, via de regra, não ocorrem sugestionamentos, a falta de alguma informação pode, de certa forma, comprometer a avaliação. Por outro lado, a degustação às claras possibilita a busca de dados que o ajudem a fazer uma melhor avaliação, mas também pode acabar por influenciá-lo, comprometendo sua análise.

Dentro desse embate, o que fica claro é que cada um dos dois métodos tem o seu lugar. O melhor mesmo seria imaginar uma degustação em que só as qualidades e as virtudes de ambas estivessem presentes, o que é praticamente impossível, já que o degustador é um ser humano que, ainda que de forma inconsciente, pode ser movido ou sugestionado, seja por seu gosto pessoal, seja pela ciência de que está experimentando um vinho renomado, por exemplo.

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