Relatório aponta possível escassez de vinho no mundo. Especialistas criticam

Pesquisa da Morgan Stanley diz que há um déficit de 300 milhões de caixas de vinho no mundo, mas especialistas dizem que produção deve aumentar em 2013 e cobrir a lacuna

por Redação

taça e garrafa

Demanda anual de vinho é de 3 bilhões de caixas

Na semana passada, um relatório do grupo Morgan Stanley apontou que o mundo tem um déficit de cerca de 300 milhões de caixas de vinho, especialmente devido à pequena safra de 2012, uma das menores das últimas décadas. Isso causou um alvoroço e um temor de que haja falta de vinho no mercado. No entanto, analistas têm debatido isso e apontado que esse medo é exagerado, especialmente diante de uma safra de grandes proporções como deve ser a de 2013.

O relatório diz que a produção mundial têm caído desde 2004, quando atingiu seu ápice, quando oferta superou a demanda em 600 milhões de caixas de vinho. A pesquisa mostra ainda que a demanda vem crescendo ano a ano desde 1996 (com exceção de 2008 e 2009) atingindo 3 bilhões de caixas por ano atualmente, sendo que o mundo produz cerca de 2,8 bilhões de caixas ao ano. Segundo o relatório, isso levaria a uma maior demanda de exportação e, consequentemente, aumento de preços.

No entanto, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a oferta aumentou novamente durante 2013, com uma produção que espera voltar aos patamares de 2006 – cerca de 281 milhões de hectolitros. Isso se deve especialmente às grandes safras do hemisfério sul, especialmente no Chile e na Nova Zelândia. Além disso, há expectativa de que a safra na França, apesar de todas as dificuldades do ano, aumente em 7% em relação a 2012, que foi extremamente baixa. Federico Castellucci, diretor geral da OIV, advertiu, contudo, que, neste momento, as reservas de vinho estão sendo usadas para atender a demanda. Ele ainda solicitou que se aumente a produtividade dos vinhedos mundo afora.

Outros especialistas também acreditam que as preocupações com a escassez de vinho são exageradas. “Assim que 2012 passou, ficou claro que não estávamos tão ‘apertados’ quanto pensávamos”, diz Stephen Rannekleiv, diretor de pesquisas agrícolas no Rabobank International. Ele acredita que as grandes empresas subestimaram a produção de 2012. Um sinal é que os preços dos vinhos a granel que inicialmente subiram no fim de 2012, vêm caindo neste ano. “Eles diminuíram de preço de 10% a 33% desde janeiro”, revela Rannekleiv.

David Gleave, da Liberty Wines, empresa negociante de vinhos, concorda: “A oferta ficou mais apertada no ano passado, mas deve ser maior este ano e com mais foco na qualidade”.

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