Celtas já consumiam vinho e usavam cerâmica grega há 2.600 anos

Os celtas da Idade do Ferro consumiam vinho grego e utilizavam cerâmicas importadas da Grécia há cerca de 2.600 anos, segundo um estudo publicado recentemente no periódico científico PLOS ONE e divulgado pelo portal Greek Reporter. A descoberta é resultado da análise de resíduos orgânicos em fragmentos de vasos cerâmicos escavados no sítio arqueológico de Vix-Mont Lassois, na Borgonha, França.

Cerca de cem recipientes, tanto locais quanto mediterrâneos, foram estudados com o auxílio de cromatografia gasosa, revelando que os celtas não apenas importavam produtos gregos — como vinho, azeite e cerâmica — mas também adaptavam esses itens às suas próprias práticas sociais. Enquanto as elites celtas bebiam vinho grego e cervejas de cevada ou trigo, os guerreiros preferiam cerveja feita de painço, um cereal comum na região.

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A pesquisa destaca que os celtas não replicavam passivamente os costumes helênicos. “Os celtas da Idade do Ferro não apenas bebiam vinho grego em cerâmicas gregas importadas”, afirmam os autores. “Eles utilizavam esses vasos estrangeiros à sua maneira, inclusive para consumir diferentes tipos de cerveja local.”

Esse é o primeiro estudo a investigar como os bens de luxo mediterrâneos influenciaram os hábitos de consumo alimentares e festivos dos celtas. As trocas culturais entre celtas e civilizações do Mediterrâneo, como gregos e etruscos, intensificaram-se a partir do século VI a.C., como comprovam achados em locais como Vix, Heuneburg e Mont Lassois.

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Diferente da Grécia antiga, onde mulheres eram excluídas dos simpósios, as sociedades celtas permitiam às mulheres maior influência política, o que também pode ter moldado o modo como esses bens eram utilizados socialmente.