Na Itália

Região de Barolo e Barbaresco debate limites para preservar identidade e turismo

Langhe repensa o enoturismo, com vinícolas defendendo autenticidade, limite de visitas e capacitação para manter a excelência diante do crescimento do turismo

Langhe repensa o enoturismo: tradição, limites e novos perfis de visitantes
Langhe repensa o enoturismo: tradição, limites e novos perfis de visitantes

por Redação

Principal distrito exportador de vinhos da Itália e berço de ícones como Barolo e Barbaresco, a região das Langhe, no Piemonte, vive um momento de reflexão profunda sobre o futuro do turismo. Reconhecida como Patrimônio Mundial da Unesco desde 2014, a região une excelência vitivinícola a paisagens deslumbrantes e à cultura da trufa branca, celebrada na tradicional Feira Internacional de Alba. Esse conjunto atraiu um fluxo turístico crescente, com impacto econômico expressivo — mas que agora exige uma estratégia mais consciente e sustentável.

Segundo dados recentes, o turista que visita Langhe gasta, em média, €250 por dia — mais que o dobro da média nacional. Porém, o desenvolvimento turístico da região foi, até agora, marcado por decisões oportunistas e pouco planejamento estratégico. No seminário “Manter o rumo certo”, promovido pela Strada del Barolo e dei Grandi Vini di Langa, especialistas discutiram como equilibrar identidade local e demanda crescente, especialmente com a chegada de novos perfis de visitantes: menos interessados em vinho e mais atraídos por natureza, trilhas, cultura e experiências autônomas.

Clique aqui e assista aos vídeos da Revista ADEGA no YouTube

Os produtores e gestores locais defendem a preservação da autenticidade do território e a valorização de um turismo “premium” — e não de luxo — com foco em experiências culturais e vínicas verdadeiras. Isso implica definir limites: número máximo de visitantes por dia, oferta racional de degustações e rejeição de usos comerciais fora de contexto, como festas privadas.

LEIA TAMBÉM: Descubra os segredos do terroir de Chablis e suas classificações

Outro ponto-chave é a capacitação da equipe de hospitalidade. Como os produtores nem sempre estão disponíveis, o atendimento precisa ser qualificado para transmitir a história, os valores e o caráter das vinícolas, especialmente em regiões onde o vinho, como o Barolo, é parte essencial do patrimônio cultural.

Langhe aposta no equilíbrio entre crescimento e identidade para preservar sua excelência no enoturismo.

palavras chave

Notícias relacionadas