Exportações superam €5 bilhões anuais

Setor vinícola europeu pede retirada do vinho de disputa tarifária com os EUA

Entidades da indústria vinícola solicitam à Comissão Europeia que o vinho seja excluído de medidas retaliatórias contra os EUA

Comissão Europeia avalia retaliações a tarifas dos EUA, mas setor  alerta para risco econômico e pede exclusão do vinho das medidas - AI
Comissão Europeia avalia retaliações a tarifas dos EUA, mas setor alerta para risco econômico e pede exclusão do vinho das medidas - AI

por Redação

Entidades do setor de bebidas alcoólicas da União Europeia solicitaram à Comissão Europeia que o vinho seja excluído de possíveis medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, atualmente em consulta pública até 10 de junho. A iniciativa surge após o governo norte-americano, sob a gestão do presidente Donald Trump, impor tarifas de 20% sobre produtos da UE, além de 25% sobre veículos e autopeças. As tarifas sobre bens europeus foram temporariamente reduzidas para 10% por um período de 90 dias, iniciado em 9 de abril.

A preocupação da indústria vinícola europeia é com o impacto potencial caso a medida seja retomada em sua integralidade. Ignacio Sánchez Recarte, secretário-geral do Comité Européen des Entreprises Vins (CEEV), afirmou que o setor defenderá a retirada do vinho da lista de bens retaliatórios. A proposta é que o setor vitivinícola francês assine um acordo com seus pares nos EUA.

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Recarte argumenta ainda que a inclusão do vinho não contribuiria para os objetivos estratégicos da UE, especialmente no incentivo ao diálogo com os EUA. A posição é compartilhada por Lamberto Frescobaldi, presidente da Unione Italiana Vini (UIV), que alerta para os riscos econômicos de uma escalada tarifária.

Segundo Frescobaldi, ao The Drinks Business, as exportações de vinho europeu para os EUA somam cerca de €5 bilhões anuais, dos quais €2 bilhões são provenientes da Itália. Já as importações de vinho norte-americano pela UE totalizam apenas €318 milhões.

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Em abril, a Comissão Europeia retirou o Bourbon da lista de produtos alvo de tarifas retaliatórias, após pressão do setor. Apesar disso, representantes da indústria permanecem cautelosos quanto à possibilidade de futuras sanções.

Frescobaldi destacou a relevância do setor vinícola para a economia italiana, responsável por 1,1% do PIB e por um superávit comercial de mais de €7,5 bilhões. Para ele, o momento exige “bom senso”, como o demonstrado pelo chanceler italiano Antonio Tajani, que apoia a exclusão do vinho das medidas comerciais.

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