por Redação
Harmonizar o vinho com um determinado tipo de comida pode acentuar sabores e ainda muito "dá pano para manga". Mas será que estas combinações realmente ajudam na digestão do alimento, como sugerem diversos estudos e até mesmo a Bíblia ("Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho por causa do teu estômago, e das tuas frequentes enfermidades", como disse Paulo a Timóteo)?
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| A harmonização, além de realçar os sabores, pode também ajudar na digestão |
Dois mil anos depois, cientistas continuam trabalhando em cima disso. Alguns concluíram que bebidas alcoólicas aceleram a digestão do alimento no estômago através de estímulos na produção do suco gástrico. Outros garantem que este efeito é mínimo.
Porém, uma pesquisa recente realizada por cientistas alemães e publicada na revista Gut, especializada em gastroenterologia (especialidade que estuda o aparelho digestivo), pode explicar a discrepância de teses: a melhora na digestão é vista apenas em bebidas fermentadas (como o vinho e a cerveja), tendo seu efeito cortado quando há também etapas de destilação (como na produção de rum e whisky).
"Os componentes das bebidas alcoólicas que estimulam a produção do suco gástrico são obtidas provavelmente através da fermentação, e perdem sua função durante a destilação", concluiu.
Outros estudos também conseguiram a explicar por que o vinho tinto e a carne vermelha "encaixam" tão bem. As proteínas presentes na carne ajudam a suavizas os taninos do vinho, e o vinho tinto, por sua vez, consegue neutralizar substâncias da carne que são nocivas ao organismo, como o MDA.
O MDA (3-4 metilenodioxianfetamina) é produto da oxidação das gorduras da carne, e se for acumulado no organismo em grandes quantidades, pode levar ao câncer. O vinho tinto, rico em polifenóis, consegue "limpar" estas substâncias do estômago.
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