A identidade do vinho

Redação Publicado em 04/03/2009, às 13h12 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h45

Dois cientistas da Universidade de Western, Austrália, encontraram uma maneira de provar quimicamente a origem de um vinho, ou seja, identificaram sua "impressão digital". Alex Martin e John Watling utilizaram uma técnica chamada espectrometria de massa para determinar a composição química de 400 vinhos australianos. Esta "impressão digital" é composta pela concentração de mais de 60 elementos, desde a composição do solo à variedade da uva. Vinhos feitos com determinada uva em uma região têm "impressões digitais" químicas similares, ao contrário de fermentados feitos com o mesmo tipo de uva, mas em terroirs diferentes.

O COOLER MAIS CARO DO MUNDO

A companhia alemã La Fraicheur criou o que se pode chamar de o cooler mais caro do mundo. Se você aprecia vinhos e conta com alguns euros sobrando, esse cooler foi feito para você. Incrustado com diamantes e cristais ele tem um design compacto e arrojado. Seu preço pode variar entre 10 mil e 100 mil euros. O produto está disponível em diferentes acabamentos e em edições limitadas.

A CHINA SE RENDE AO VINHO

Em 2008 a China desbancou muitos países tradicionais no consumo de vinho, como Itália França e Estados Unidos. O interesse por fermentados de boa qualidade provocou um aumento de 126% no consumo da bebida no país. A estimativa é que, até 2011, aumente mais de 70%. Embaladas por esta demanda, vinícolas europeias e chinesas fecharam parcerias milionárias para a produção de vinho na província chinesa de Shandong, que conta clima favorável, pois fica na mesma latitude de Bordeaux, França.

VINHO COM RAIOS ULTRAVIOLETAS

Este ano será lançado o primeiro vinho produzido com raios UV. Elaborados na África do Sul pela L'Ormarins, a bebida é tratada com uma máquina que emite raios ultravioletas capazes de matar micróbios e leveduras, reduzindo a necessidade de adicionar sulfito - responsável por reações alérgicas - durante a vinificação. O processo leva cerca de 20 segundos. Em uma hora 4 mil litros podem passar pela máquina. A variedade do vinho que será vendida com a nova técnica ainda é confidencial.

O TEMPO DE UMA COMPRA

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, mostra que, em média, um comprador de bebidas leva 1 minuto e 42 segundos para escolher um vinho. Durante esse tempo, apenas 54% buscam pela categoria do vinho e 38% vão embora sem comprar nada. Além disso, apenas 12% dos consumidores lêem o rótulo frontal e poucos prestam atenção nas indicações como: "beber acompanhando frango ou peixe grelhado".

VINHO COM CARA DE CARRO

A montadora italiana Fiat, que é dona da Lancia, Alfa Romeo, Maserati e Ferrari, em parceria com a vinícola italiana Scrimaglio, está produzindo uma edição exclusiva de vinhos tintos, brancos e espumantes com garrafas especialmente desenhadas com os símbolos da Fiat, Lancia e Alfa Romeo. Mas, lembre-se de que o comprador tem que passar as chaves do carro para outra pessoa dirigir!

PARA POUCOS

Imagine um vinho criado especialmente para satisfazer os desejos e fantasias de uma pessoa, baseado nos gostos específicos do cliente. Pois é, essa ideia de lançar "vinhos italianos feitos à medida" foi da Tenuta Valdipiatta, produtora do vinho Nobile di Montepulciano. A empresa oferece um consultor pessoal que escuta atentamente o cliente, oferecendo a possibilidade de escolher a variedade da uva diretamente da vinha, assim como a degustação dos vinhos nos barris. Um luxo para quem estiver disposto a pagar o preço da exclusividade.

DESTRUIÇÃO NA AUSTRÁLIA

As altas temperaturas do começo de 2009, de quase de 48°C, e os ventos fortes provocaram incêndios no sul da Austrália, castigando também vinícolas e vinhedos da região. A vinícola Roundstone Winery foi completamente destruída. Além dela, outras como Domaine Chandon, Lance Family Vineyards e Punt Road foram parcialmente danificadas. O Yarra Valley foi uma das regiões vitícolas mais atingidas. Com isso, é esperado que a colheita deste ano seja 15% inferior à safra 2008.

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MORRE PRESIDENTE DA VINÍCOLA SALTON

Faleceu, na madrugada do dia 10 de fevereiro, o presidente da Vinícola Salton, Ângelo Salton Neto (foto), de 56 anos, vítima de um infarto agudo. A vinícola foi fundada em 1910, quando a sociedade comercial chamada Paulo Salton - Armazéns Gerais, passou a dedicar-se à cultura de uvas e elaboração de vinhos, espumantes e vermutes.

Os principais produtos da empresa são os espumantes - líderes no mercado brasileiro - além de vinhos e conhaques com relevantes participações no mercado nacional.

DORMINDO EM UM TONEL

Os proprietários do hotel holandês De Vrouwe decidiram fazer quartos a partir de quatro tonéis suíços que eram utilizados para armazenar e envelhecer vinhos franceses. Como cada tonel abrigava 14 mil litros de vinho, o tamanho dos quartos não deixa a desejar. O preço da diária varia entre 74 e 119 euros.

PROFISSÃO: SOMMELIER

A Câmara dos Deputados está analisando o Projeto de Lei 4495/08, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que regulamenta a profissão de sommelier. Segundo a lei, sommelier é aquele que executa serviço especializado de vinhos em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados, adegas e em companhias aéreas e marítimas. Para exercer a profissão, os profissionais terão que portar certificado de habilitação em cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

FALTA DE INFORMAÇÃO

Um estudo inédito sobre o mercado nacional de vinhos e espumantes do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) diagnosticou o maior problema do mercado no País: a falta de informação. Segundo o levantamento, 68% dos entrevistados, por exemplo, responderam que outras frutas, além da uva, podem dar origem aos vinhos. Muitos também fizeram confusão com relação a vinhos e não-vinhos - somente 8% uniram os espumantes à categoria. Como era de se esperar, o melhor nível de informação veio do Rio Grande do Sul.

Incêndios atingiram os vinhedos na Austrália

VINHO EM LATA?

Para assustar os conservadores, estão surgindo diversas alternativas para as garrafas de vidro, graças a seus altos custos tanto do ponto de vista logístico quanto para o meio ambiente. Uma das idéias é o vinho em lata, já lançado pela empresa australiana Barokes Wines e pela vinícola californiana Coppola. Esta última escolheu a lata de 187 ml para relançar seu vinho Sofia.

DOSE ÚNICA

A fim de ampliar o consumo do vinho no Brasil, algumas boas estratégias estão sendo implementadas. Os espumantes .Nero Brut e .Nero Mostacel, do grupo Casa Valduga, além dos Aurora Prosecco Boreal e Moscatel Boreal passam a ser comercializados em garrafa de 187 ml. Considerada uma dose ideal e de fácil manuseio, os espumantes devem ganhar espaço em casas noturnas e festas, ficando mais próximos de novos consumidores.

CANTANDO NA CHUVA

No dia 12 de fevereiro, a Ville du Vin inaugurou sua nova loja em Moema. Para celebrar a abertura da sexta loja da rede multimarca, Olavo Maciel realizou um almoço de confraternização também multimarca. Almoçaram juntos nada menos que os proprietários e principais executivos de WorldWine, Decanter, Península, Premium, Qualimpor, Grand Cru, Zahil, Bruck e KMM. O vinho realmente une as pessoas, após algumas taças, os convidados se descontraíram e o almoço foi recheado de boa conversa e brincadeiras, com direito à ópera ao vivo. Como se não bastasse vencer a barreira de unir "concorrentes", a rede continua seu agressivo plano de expansão. Até o fim de 2009 serão inauguradas mais quatro lojas - duas em São Paulo, uma no Espírito Santo e uma em Minas Gerais. Todas possuem wine bar ou bistrô, que permite ao cliente saborear os vinhos no local, ao preço de loja. Olavo Maciel Neto atribui o sucesso ao diferencial de "ser uma rede multimarca com os melhores rótulos em um só lugar".

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VINHO E TÊNIS

Este ano, o vinho conquistou espaço no Brasil Open, o maior torneio de tênis do País. Em plena Bahia, os espumantes Rio Sol e os vinhos Casillero del Diablo embalaram as áreas VIP do evento nas noites de comemoração às vitórias do jovem Thomas Bellucci, principal revelação do tênis nacional e atualmente top 70 no ranking.

TÊNIS E VINHO II

Quando a equipe espanhola venceu a Copa Davis (a Copa do Mundo de tênis) em 2008, seu treinador Emilio Sánchez foi indagado sobre o que faria depois. A resposta: "Celebrar tomando um vinho espanhol". Pois bem, os brasileiros têm motivo para comemorar, porque Sánchez, um dos grandes nomes do mundo do tênis e dono da maior escola de treinamento da Europa, assumiu a coordenação técnica do tênis brasileiro. A celebração no Brasil, após o anúncio, foi regada a Protos Reserva 2005 da Ribeira del Duero, sua região predileta. Questionado sobre seu vinho preferido, a resposta não exige um segundo de meditação: "Adoro o Vega Sicilia Único."

PUNTA DEL VINO

Nos dias 30 e 31 de janeiro, o hotel Conrad de Punta del Este realizou o VII Salão Internacional do Vinho Fino. Participaram 80 vinícolas que apresentaram perto de 300 rótulos de todo o mundo para cerca de 2 mil enófilos que despenderam 35 dólares por dia para participar desta verdadeira maratona enológica. Os países mais bem representados, após o próprio Uruguai, eram Argentina e Chile. Mas, os vinhos degustados incluíam até franceses, italianos, portugueses, sul-africanos e espanhóis, como Alión e Vega Sicilia Único. O Brasil também possuía um representante: a vinícola Miolo, que participou do salão pelo segundo ano.

Os visitantes constituíam uma verdadeira torre de Babel. Ao andar pelo salão ouviam-se comentários sobre as degustações em espanhol com sotaque argentino e uruguaio, português e inglês britânico e norte-americano.

Para quem gosta vinhos, esta é mais uma razão para visitar Punta del Este. O Conrad por si é uma potência quando o assunto é vinho e gastronomia. Nada menos que 300 mil garrafas de vinhos, champagnes e espumantes são consumidas anualmente nas dependências do hotel e de seu cassino - onde os vinhos podem ser degustados sem a interferência do usual cheiro de cigarros dos cassinos pelo mundo, uma vez que é proibido fumar no espaço.

Nos restaurantes do hotel, curiosamente destacam-se em quantidade os vinhos argentinos, apesar de Itália e Espanha estarem muito bem representadas. Os vinhos uruguaios, como não poderiam deixar de ser, também estavam bem posicionados, embora o Conrad, como referência de destino quando o assunto é Uruguai, poderia se tornar a referência em carta de vinhos do país.

Destacam-se entre os restaurantes, o informal Las Brisas, em que a picanha de cordeiro com batata doce foi espetacularmente acompanhada de um Pintia 2001. No elegante St. Tropez, o restaurante gourmet do Conrad, o nome francês esconde uma moderna culinária italiana. Os pratos são ótimos e o serviço de vinhos impecável. É imprescindível fazer reservas se quiser se deliciar lá.

O Salão de Vinhos pode ser considerado um sucesso, com o inusitado horário de início às 21h. As portas, ao se abrirem, encontravam uma grande fila de pessoas que, após passar o dia admirando as praias e a espetacular arquitetura das residências de veraneio e edifícios de Punta del Este, reuniam-se para encontrar com outros enófilos e degustar vinhos em taças de cristal que cada um recebia ao entrar.

O fluxo de pessoas era tão intenso que numa gentileza da organização, o salão foi aberto com exclusividade à imprensa especializada do Brasil uma hora antes no segundo dia do evento.

É uma grande oportunidade de compreender os rumos do vinho uruguaio ao degustá-los em grande variedade no mesmo lugar e compará-los. Os produtores vêm buscando seriamente domar os taninos de sua uva ícone, a Tannat, que sempre sofreu o preconceito (até poucos anos, fundamentado) de possuir taninos agressivos e deselegantes. O uso de modernas técnicas no campo e na cantina fez sua parte.

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Quanto ao estilo de produto, percebe-se o emprego de dois. Um é um grande equívoco: domar os taninos da Tannat produzindo vinhos menos concentrados, até mesmo diluídos, e que perdem sua expressão e qualidade. O estilo que se apresenta como caminho de sucesso, e empregado por muitas vinícolas, vem sendo a de belos vinhos que tem como base a Tannat, mas cortados com outras variedades, como Tempranillo ou Merlot. Vinhos como o Monte Vide Eu, da vinícola Bouza, e o Ammat 2004, da Carrau, merecem ser degustados e são capazes de erradicar preconceitos.

Uma dica de viagem importante: o free shop é bem servido de vinhos das principais vinícolas e bons azeites uruguaios, e os preços são muito mais baratos que os encontrados nas lojas de Punta.

Cassino e piscina, atrações do Conrad