Aromas

Editorial - Edição 118

Redação Publicado em 17/08/2015, às 00h00

Cereja, limão, banana, eucalipto, avelã, azeitona, violeta, mel, café, chocolate, baunilha, crina de cavalo... Os descritores aromáticos dos vinhos provavelmente são tão infinitos quanto os cheiros que podemos encontrar no mundo. Eles nos remetem a memórias olfativas pessoais que podem nos deixar completamente extasiados diante de uma taça, querendo apenas desfrutar de suas fragrâncias, ou então faz com que rejeitemos sumariamente um vinho com um odor que não nos agrada.

Portanto, os aromas costumam nos dizer mais do que simplesmente o estado geral do vinho. É preciso saber decifrá-los para poder entender melhor os segredos guardados dentro de cada bebida. Um nariz bem treinado pode, por exemplo, desvendar – às cegas – tipos de uvas, local de origem, passagem por barrica e outras tantas sutilezas que os aromas são capazes de revelar. Nesta edição, explicamos como isso é possível e ainda trazemos uma tabela de aromas muito prática.

Em nossas páginas, o enólogo Rafael Vivanco questiona se a tradição e o resgate histórico, hoje tão em voga, sempre traz algo de bom para os vinhos. Ele tem promovido uma “revolução tradicionalista” em La Rioja, na Espanha, com rótulos inovadores, mas que ao mesmo tempo recuperam variedades esquecidas em sua Bodega Vivanco.

Em se tratando de resgate histórico, fomos ainda mais longe e retratamos o Pramnio, um vinho mítico citado nas obras de Homero (a Ilíada e a Odisseia), considerado o melhor do mundo antigo. Contudo, por mais aclamado que tenha sido por poetas e historiadores, até hoje ele intriga os pesquisadores, que não o conseguem definir.

Nesta edição, aproveitamos ainda para conversar com o brasileiro vencedor do concurso Habano Sommelier, Walter Saes, considerado o melhor sommelier de charutos do mundo. Ele explica como se tornou o maior campeão de todos os tempos do evento cubano e dá dicas preciosas para quem quer harmonizar vinhos e charutos.

Ainda sobre harmonização, falamos sobre um tema delicado, que é a combinação entre vinhos antigos e comida. Aqui você vai descobrir como criar pares para que o vinho não perca o seu protagonismo diante dos pratos.

Por fim, também ensinamos como “salvar” uma rolha que quebra e escorrega para dentro da garrafa, além de comentar o desempenho do mercado de vinhos importados no Brasil no primeiro semestre e trazer todas as novidades que acontecem no mundo.

Saúde,
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo

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