Importadoras criam empresa de logística conjunta para atender as crescentes demandas de mercado
Por Christian Burgos Publicado em 04/10/2013, às 00h00
Antônio Carvalhal Filho, Adilson Carvalhal, Adilson Carvalhal Júnior, Antônio Carvalhal Neto, Pedro Corrêa de Oliveira e Fernando Corrêa de Oliveira
Há exatos 10 anos, duas importadoras de vinhos decidiram iniciar uma operação conjunta na importação de vinhos e alimentos. Casa Flora, com sede em São Paulo, e Porto a Porto, com sede em Curitiba, passaram a distribuir conjuntamente seus portfólios baseadas numa estratégia de divisão regional de atuação.
Ao longo dos anos, essa aliança – que se me perguntassem pareceria de sucesso improvável – mostrou-se um grande êxito, colocando o conjunto das empresas como uma das principais importadoras de vinhos e alimentos do país. Pedro Corrêa de Oliveira, diretor da Porto a Porto, aponta “o respeito e a amizade que se formou entre as famílias como a chave para o sucesso”.
Adilson Carvalhal Júnior, diretor da Casa Flora, ressalta que, no Brasil, “os problemas de infraestrutura, mudanças de regras, greves do funcionalismo público e outros componentes do devastador ‘custo Brasil’ impedem os distribuidores de vinhos e alimentos de trabalharem com menor estoque e mais giro”.
De fato, a necessidade de grandes estoques para evitar rupturas, muitos impostos pagos antes da venda e o alto custo do dinheiro no país ajudam a explicar o preço dos vinhos e tantos outros produtos por aqui. Portanto, para Casa Flora e Porto a Porto, otimizar e aumentar o controle sobre sua logística mostrava-se ser a direção correta.
No dia 12 de agosto, 10 anos após o estabelecimento da parceria operacional, foi inaugurada uma empresa conjunta, a Veloz Logística, um centro de distribuição integrado. Foram investidos R$ 12 milhões no lugar, instalado em 20 mil metros quadrados do município de Campina Grande do Sul, sendo 6 mil metros quadrados construídos com capacidade para armazenar 7 mil palets, com capacidade dinâmica de armazenagem de 10 mil palets.
O diretor da Casa Flora ressalta que, em 2007, pensaram em constituir a empresa e depois de três anos de seleção e longa negociação, finalmente compraram a área, que, em princípio, era grande o suficiente para que a Veloz atendesse não apenas Casa Flora e Porto a Porto, mas também terceiros. Em 2013, na inauguração, Casa Flora e Porto a Porto haviam crescido tanto que a plena capacidade do centro já é consumida pelas duas empresas e uma expansão está em plano.
Empresa de logística foi instalada em 20 mil metros quadrados, com capacidade dinâmica de armazenagem de 10 mil palets
Apesar disso, o objetivo é que a Veloz tenha sua própria rentabilidade e ainda consiga garantir a “qualidade de produtos e eficiência de nossas logísticas”, aponta Pedro Corrêa de Oliveira. E Antônio Carvalhal Neto, diretor da Casa Flora, complementa que isso é possível, pois “tudo foi desenhado especialmente para os vinhos e produtos gourmet”. Em breve, a armazenagem climatizada para 168 palets estará concluída e abrigará os vinhos de mais alto valor agregado.
A empresa cuja participação societária é dividida igualmente entre Casa Flora e Porto a Porto será dirigida pelo empresário Fernando Corrêa de Oliveira, também diretor da Porto a Porto, e gerenciada pelo executivo Lázaro Campos.
Fernando foi o responsável por selecionar o local para o estabelecimento do armazém e conta que a localização estratégica em Campina Grande do Sul, especificamente em um trevo rodoviário da BR-116, oferece fácil acesso para São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Paranaguá e Itajaí. O prefeito da cidade, Luiz Carlos Assunção, ressalta que, além da preferência por empregar a mão de obra local, a Veloz chama a atenção para a vocação logística do município. É mais uma vez o Brasil sendo descoberto pelos empreendedores.