Redação Publicado em 12/07/2012, às 13h22 - Atualizado em 27/06/2020, às 17h16
Vinhos de guarda são propícios aos colecionadores, requintados e de vida longa, sejam raridades ou novidades no universo encantador da bebida
Provavelmente poucos sabem, mas o vinho doce não fortificado mais 'colecionável' do mundo é branco. Esse branco de cor dourada, um dos mais desejados pela maioria dos enófilos, é elaborado ao sul da cidade de Bordeaux, nas cercanias de um vilarejo chamado Sauternes que produz vinhos doces que levam esse nome. Dentre vários excepcionais Sauternes, um se destaca e é uma verdadeira obra-prima: o ultra-longevo Château d'Yquem, produzido a partir da casta Sémillon.
Para comprovar o quão cobiçado é esse vinho, o colecionador Christian Vanneque adquiriu junto a 'The Antique Wine Company', em julho de 2011, por 75 mil libras esterlinas uma garrafa de Yquem 1811, que registrou novo recorde mundial com o título de mais valioso vinho branco de todos os tempos.
De maneira geral, qualquer vinho pode ser colecionável, mas o desafio é quando consumi-lo, ou seja, não adianta colecionar um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia para degustá-lo 10 anos depois. Esse tipo de vinho é 'construído' para ser apreciado com um, dois ou três anos de vida.
Muitos vinhos tintos, e cada vez mais, também são produzidos para consumo mais rápido. Apesar de não ser regra absoluta, vinhos antes feitos para serem apreciados com 10 ou 20 anos, como os Barolo e os Grand Vin de Bordeaux, cada vez chegam mais prontos ao mercado.
Grandes aficionados e colecionadores desejam degustar ou ter em sua adega privada os ícones da vitivinicultura mundial. Sendo assim, o objetivo de ADEGA é explicar quais são os vinhos colecionáveis, ou seja, o que cada um pode ter em sua adega para longa guarda, tanto no quesito tradição e requinte, quanto no quesito raridade e novidade.
França - Borgonha
Romanée-Conti é certamente o vinho que deve estar nas melhores adegas
Romanée-Conti
Número um dos tintos colecionáveis no mundo. Sua procura cresce a cada safra. Essa joia da Borgonha está acima de tudo, até de avaliações ruins. Além do 1985, que é unanimidade em termos de procura, as safras mais recentes de 1990, 1996, 1999, 2002, 2004, 2005 e 2009 são excepcionais. Para se ter uma ideia de preço, é difícil, nos Estados Unidos, encontrar uma garrafa dessas safras por menos de US$ 10 mil.
Um vinho que tem uma aura incrível. Já tivemos a oportunidade de visitar a Domaine de la Romanée-Conti (DRC) duas vezes. Seu vinho top, o Romanée-Conti é sempre excelente. Em uma das visitas provamos o 1975, uma safra difícil na Borgonha, mas o vinho é impecável, firme e com muita complexidade. O 1996 é talvez o melhor de todos os provados. Um vinho com estrutura para continuar evoluindo em garrafa por muitas décadas. Vale ressaltar que em 2004 não tivemos um grande ano na Côte de Nuits, mas o Romanée-Conti brilhou sobremaneira. Tanto 2005 quanto 2009 despontam como sombras dos impecáveis 1985, 1990 e 1996.
DRC La Tache, Richebourg e Montrachet
Além do "sagrado" Romanée-Conti, a Domaine de la Romanée-Conti produz outros sete vinhos, sendo três deles, os tintos La Tache e Richebourg, seguidos do branco Montrachet, também colecionáveis.
O La Tache é talvez o mais sensual vinho da DRC e é mais curinga que o Romanée-Conti. A razão para isso é ele ser sempre mais "forward", ou seja, fica mais pronto que o top da casa. O La Tache 1996 é seguramente um dos vinhos mais impressionantes já provados. O 1997, de safra também pouco reluzente na região, é um primor de vinho. Degustado quatro anos atrás, mostrava um perfume extraordinário de frutas vermelhas mescladas com toques de carvalho, formando um buquê delicioso. Dos mais antigos, o 1976 é uma joia. Um tinto que, às cegas, derrotou todos os vinhos da DRC dessa safra.
O Montrachet, um Chardonnay 100%, é o mais imponente e disputado vinho branco seco do mundo, de extrema longevidade, podendo ser envelhecido por 20 anos ou mais. É um vinho que sempre rouba a cena, mesmo com tintos ao seu redor, incluindo o Romanée-Conti. Isso aconteceu na visita do proprietário da casa, Aubert de Villaine, ao Brasil, no lançamento da safra 1998. Todos os tintos dessa safra foram apresentados e, ao final, provamos o DRC Montrachet 1983. Um momento inesquecível, pois foi o vinho mais espetacular da noite. As uvas nesse Grand Cru na safra 1983 tiveram ataque de Botrytis, o que concedeu ao vinho uma característica única. Além do 1983, merecem destaque 1969, 1974, 1990 e, por último, 2000, o que mais perto chegou de 1983.
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França - Borgonha
Outros colecionáveis da borgonha
DOMAINE LEROY - ROMANÉE SAINT VIVANT
Os biodinâmicos de Leroy fazem vinhos em nove vinhedos Grand Cru na Borgonha. Destaca-se seu Romanée Saint Vivant (observe com carinho a safra 2002).
DOMAINE COMTÉ GEORGES DE VOGUÉ - MUSIGNY
São mais de 500 anos de história desse Domaine nas mãos de uma mesma família, que hoje está na 20a geração. Ele é certamente o maior nome da região de Chambolle. Seu Musigny vive sendo aclamado no mundo todo pela crítica. A safra 1990 foi especial.
DOMAINE MÉO-CAMUZET - RICHEBOURG E O CLOS DE VOUGEOT
Étienne Camuzet, parlamentar francês e fundador da casa, começou a selecionar grandes vinhedos, incluindo Clos de Vougeot (do qual foi o último proprietário do Château, antes de doá-lo a Confrérie des Chevaliers du Tastevin). O Domaine produz vinhos grandiosos como Richebourg (olho na safra 1990) e Clos de Vougeot (especiais anos em 2004, 2005 e 2006).
DOMAINE DUJAC - CLOS DE LA ROCHE (SAFRAS 1996 E 1999)
GEORGES ROUMIER - BONNES MARES (SAFRAS 1996 E 2005)
ARMAND ROUSSEAU - CHAMBERTIN (SAFRAS 1996, 1997 E 1999)
DOMINIQUE LAURENT - CLOS DE VOUGEOT (SAFRA 1999) E ÉCHEZEAUX (SAFRA 2008)
DENIS MORTET - CHAMBERTIN (SAFRA 2006)
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Brancos
DOMAINE LEFLAIVE - CHEVALIER-MONTRACHET (SAFRA 1997) E BATARD-MONTACHET (SAFRA 1995)
DOMAINE DROUHIN - MONTRACHET (SAFRA 2003)
DOMAINE COMTÉ GEORGES DE VOGUÉ - BOURGOGNE BLANC (SAFRA 2006)
PHILIPPE PACALET - MEURSAULT (SAFRA 2007) E CORTON-CHARLEMAGNE (SAFRA 2010)
DOMAINE BONNEAU DU MARTRAY - CORTON-CHARLEMAGNE (SAFRA 1997 E 2003)
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França - Bordeaux
Margem direita
Petrus
É do vilarejo de Pomerol o maior rival do Romanée-Conti quando se trata de procura, preço, charme e requinte. O Petrus, diferentemente de muitos outros bordaleses que são produzidos há mais de 200 anos, nasceu no final século XIX. Ele é feito, quase sempre, a partir de 100% da uva Merlot e é, sem dúvida, um dos tintos mais longevos do mundo. Para se ter uma ideia, o 1970, em 2002 (quando o provamos), ainda não estava pronto.
Nos leilões tanto da Sotheby's quanto da Christie's, os Petrus estão sempre entre os mais disputados. As safras de 1921, 1929 e 1945 são raríssimas e restam pouquíssimas garrafas no mundo. As safras mais recentes como 1982, 1985, 1989, 1990, 1995, 1998, 2000, 2003, 2005, 2008 e 2009 estão entre as mais afamadas e desejadas por colecionadores. O preço básico de lançamento da extraordinária safra 2009 superou US$ 5 mil no mercado americano.
Outros colecionáveis da margem direita
CHÂTEAU AUSONE
Os vinhos do outro Premier Grand Cru Classé "A" de SaintÉmilion ao lado do Cheval Blanc sempre devem estar em foco. 1982 e 1990 foram grandes safras.
CHÂTEAU CHEVAL BLANC
Seu vinho 1947 é considerado uma lenda. Cheval Blanc reúne força e elegância. Pierre Lurton, que também é responsável pelo Château d'Yquem, está por trás de seus vinhos. Safras 1982, 1983, 1990, 1995 e 2000 são especiais.
CHÂTEAU ANGÉLUS
Grandes safras: 1985, 1989, 1995 e 2009. Seu vinho 2009 foi o campeão da prova de 80 tintos degustados em meados deste ano durante a visita da Union des Grands Cru de Bordeaux ao Brasil, para lançamento da safra.
LE PIN
O mais Garage Wine de todos. 100% Merlot. Atinge preços estratosféricos. Safras de destaque: 1982 e 1985.
CHÂTEAU PAVIE
Um Château que passou por controvérsias após aquisição de Gérard Perse em 1998, recebendo excelentes pontuações de Parker. Possui, junto com Ausone, um dos vinhedos mais antigos de Saint-Émilion. Olho nas safras 1990 e 2005.
Margem Direita de Bordeaux tem estrelas como Petrus, Cheval Blanc, Le Pin etc
França - Bordeaux
Margem esquerda
Os cinco Premier Cru
Château Mouton Rothschild, Château Lafite-Rothschild, Château Latour, Château Margaux e Château Haut-Brion
Na margem esquerda estão os cinco grandes vinhos denominados Premier Grand Cru Classé da classificação de 1855. São eles o Mouton e Lafite Rothschild, Margaux e Latour, do Médoc, e o Haut-Brion, de Pessac-Léognan. Todos esses tintos são produzidos a partir da casta Cabernet Sauvignon (sempre predominante) com quantidades importantes de Merlot, Cabernet Franc e, em alguns casos, pequenas quantias de Petit Verdot.
Esse quinteto é quem manda em leilões de vinhos ao redor do mundo. Por sua tradição, requinte e qualidade, são vinhos fabulosos e que todo o colecionador quer ter ao menos uma garrafa. Justamente pela procura, a qualidade da safra influencia muito no preço. Escolher uma boa safra é importante, principalmente com relação à longevidade. Vale ressaltar que esses vinhos nunca são médios, são sempre excelentes, pois, se não forem, não são engarrafados por seus produtores em safras não destacadas.
Safras especiais
Margaux 1982, 1983, 1986, 1990 (uma das maiores joias que Bordeaux já viu), 1993 e 2000 (o mais aromático tinto bordalês já degustado).
Latour 1945, 1961, 1990 e 2000 (o melhor Premier Grand Cru Classé da monumental safra de 2000).
Mouton Rothschild 1945, 1959, 1982, 1988, 1995 e 1996 (o melhor Mouton dos últimos 40 anos).
Lafite 1982, 1985, 1990, 1996 e 2000 (sólido, firme e com o estilo Lafite de ser).
Haut-Brion 1961, 1985 (foi provado em abril de 2012 - um dos mais especiais já degustados - pronto para ser apreciado) e 1989.
França - Bordeaux
Outros colecionáveis da margem esquerda
CHÂTEAU MONTROSE
O Montrose 1982 foi o grande campeão de uma vertical com oito vinhos desse Château. Um primor de tinto, com taninos impecavelmente integrados. Pronto para consumo. Safras 1982, 1989, 1990, 2000, 2001, 2003, 2004 e 2005.
CHÂTEAU COS D'ESTOURNEL
O melhor Cos d'Estournel da história é o 2009. Um tinto de extrema força, mas com uma elegância e uma fruta diferenciados. Seu rival é o Cos 2000. Safras 1985, 1986, 1990, 1995, 1996, 2000, 2003, 2005 e 2009.
CHÂTEAU PICHON-LONGUEVILLE CONTESSE DE LALANDE
Uma das maiores personagens de sempre do mundo do vinho, Madame May Eliane de Lencquesaing, ex-proprietária desse Château - recentemente vendido para a família Roederer de Champagne - esteve no Brasil para um vertical de seis Pichon Lalande e, na ocasião, os destaques foram os celebres 1985 e 1986. Dois vinhos inesquecíveis, ao lado dos também fabulosos 1982 e 1995. Safras 1982, 1985, 1996, 1995, 2000, 2005 e 2009.
CHÂTEAU PICHON-LONGUEVILLE BARON
Talvez o mais subestimado Château de Pauillac. Seus vinhos são sempre espetaculares e com preços mais competitivos que os rivais. O 1989 é um dos mais extraordinários já provados de Bordeaux. É, sem dúvida, o melhor de todos, incluindo os Premier Grand Cru Classé dessa espetacular safra. O 1995 é sensacional e o 2009 superou o "irmão" Pichon Lalande em horizontal realizada no Brasil em meados de 2012, na visita da Union des Grands Crus de Bordeaux. Safras 1982, 1989, 1995, 1999, 2000, 2005 e 2009.
CHÂTEAU DUCRU-BEAUCAILLOU
Um clássico Saint-Julien. Talvez o mais regular e constante dessa DOC. São vinhos impecáveis, que tiveram um salto de qualidade na década de 1990. Os mais extraordinários são 1995 e 1996. Safras 1982, 1988, 1990, 1995, 1996, 2003 e 2005.
CHÂTEAU LEOVILLE LAS CASES
O mais prestigiado, procurado, caro e raro dos Deuxièmes Crus de Bordeaux (candidato a ser um Premier Grand Cru Classé). São vinhos muito profundos e, na maioria das vezes, demoram muito tempo para mostrar todo seu potencial. Para quem aprecia vinhos de longa guarda, é uma dica. Um show, mesmo em safras difíceis. O 1990 degustado recentemente ainda não está pronto. O 1988 e 1999, de safras mais difíceis, são verdadeiros achados. Safras 1982, 1988, 1990, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2005.
CHÂTEAU LEOVILLE POYFERRE
Especial vinho de Saint-Julien. Preços muito mais módicos que o "irmão" Las Cases. Fica sempre pronto antes. O 1990 é inesquecível. As safras do novo milênio estão reluzentes. Tente o 2004, degustado recentemente. Um grande tinto para longa guarda. Uma surpresa. Safras 1982, 1990, 2000, 2003, 2004 e 2005.
CHÂTEAU SMITH HAUT LAFITTE
Um tinto fabuloso. Vem melhorando ano a ano e o 2009 é, sem dúvida, o melhor de sempre. Um vinho para comprar duas caixas e degustar uma garrafa por ano nos próximos 24 anos. Safras 1998, 2000, 2004, 2005 e 2009.
CHÂTEAU HAUT BAILLY
Um Graves de renome. Mais um que brilhou em 2009. Vale a pena pelo extrato de fruta e equilíbrio. Inesquecível e para longa guarda. Talvez o melhor custo-benefício de toda a região de Pessac-Léognan. Safras 1990, 1996, 2000, 2003, 2005 e 2009.
CHÂTEAU LA MISSION HAUT-BRION
Compete de igual para igual com o glorioso Haut-Brion. Os proprietários são os mesmos. O 1971 foi um dos mais marcantes Bordeaux com mais de 30 anos já provados. Um primor de vinho. O 1989 é o maior rival do Pichon Baron como o melhor dessa extraordinária safra na região. Vinhos impecavelmente produzidos e que ficam prontos sempre antes do Haut-Brion. Safras 1971, 1989, 1990, 1995, 2000, 2005.
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França - Rhône
Domaine E. Guigal - La Mouline, La Landonne e La Turque
Domaine E. Guigal, em Côte Rotie, produz os mais brilhantes Syrah de vinhedos únicos do mundo, o "Trio LaLaLa", como carinhosamente são chamados os tintos La Mouline, La Landonne e La Turque. Eles superam, em algumas safras especiais, os Premier Grand Cru Classé de Bordeaux. Os três tintos da safra 1999 são a expressão máxima dos tintos do Rhône. Vinhos para a eternidade.
Domaine E. Guigal Côte Rotie La Mouline
O 1987 foi degustado na visita ao Château d'Ampuis. Foi uma das estrelas do grande jantar servido para todas as comissões do mundo em 2001. Safras 1987, 1997, 1999 e 2003.
Domaine E. Guigal Côte Rotie La Landonne
Safras 1989, 1990 e 1998 são verdadeiras obras-primas. O 1990 é fabuloso. Rico, intenso e de extrema complexidade. Delicioso para consumo hoje.
Domaine E. Guigal Côte Rotie La Turque
O mais charmoso do trio. Um tinto único, exclusivo. O 1989 é o mais espetacular tinto do Rhône já provado. Recentemente, provamos o La Turque 1996. Um vinho que precisa ainda de garrafa para chegar ao ápice. Sugestão: mais três a cinco anos de adega. Safras 1989, 1987 e 1996.
Hermitage
Cerca de 50 km aos sul de Côte Rotie, está a DOC Hermitage, nas cercanias da cidade de Tain L'Hermitage. Dessa DOC temos grandes vinhos elaborados a partir de Syrah. Vale ressaltar que, no início do século do XX, esses eram os únicos vinhos que rivalizavam com os grandes tintos de Bordeaux, algumas vezes superando-os em preços. Nessa região há três fenomenais produtores.
Paul Jaboulet Ainé Hermitage La Chapelle
O Hermitage La Chapelle da casa Jaboulet é um vinho de enorme carga histórica. O 1961 foi considerado pela Wine Spectator como um dos 12 melhores vinhos do século passado. Além do raríssimo 1961, merecem destaque o La Chapelle 1996, uma delícia. Já está chegando ao ápice. Mas estará excelente ainda por mais 5/6 anos. Aliados a essa dupla temos o 2003 como o mais recente grande vinho da casa. Espera-se muito do 2009, ainda não provado.
A DOC Hermitage talvez seja a que possui os maiores expoentes do vinho no Vale do Rhône. O La Chapelle de Jaboulet Ainé é um dos ícones
"Trio LaLaLa" de Guigal está entre os vinhos preferidos de Robert Parker
França - Rhône
Outros colecionáveis
JEAN LOUIS CHAVE
O Ermitage Cuvée Cathelin de Jean Louis Chave é o mais caro de todo o Rhône, superando os "LaLaLa" de Guigal.
CHAPOUTIER
A casa Chapoutier tem uma série de grandes vinhos, mas três são dignos de muitos colecionadores: os Ermitage (sem o H) Le Pavillon, Le Méal e L'Ermite. Os mais espetaculares são o Le Méal e o Pavillon. Vale a pena destacar aqui que o L'Ermite é grande, mas caríssimo. Dos inesquecíveis, mais uma vez os dois Pavillon e Le Méal, brilharam na safra 1996. O Pavillon é o melhor vinho do Rhône dessa safra, suplantando, por pouco, o La Chapelle 1996. O Pavillon 1999 é digno também de estar na coleção de qualquer enófilo.
Châteauneuf-du-Pape
Essa DOC faz tintos fenomenais. São inúmeros os produtores que elaboram grandes vinhos, mas vale destacar cinco:
CHÂTEAU DE BEAUCASTEL
Quando visitamos o Château de Beaucastel em 2002 tivemos a oportunidade de provar 16 vinhos, sendo 14 tintos. Uma experiência fabulosa. Na ocasião, marcaram muito o 1989 e 1998. São esses os dois mais espetaculares tintos do sul do Rhône já provados. Do novo milênio, tivemos a oportunidade de degustar todos os Beaucastel. Todos, com exceção do 2002, são de excelente à extraordinários. Os destaques são 2001, 2005, 2006 e 2007. O Châteauneuf-du-Pape Homage a Jacques Perrin é fabuloso e muito caro.
DOMAINE DE BEAURENARD BOISRENARD
Excelente Domaine. Quem tiver a oportunidade de adquirir uma garrafa do 2003, pegue-a correndo. Sensacional.
CHÂTEAU RAYAS
O mais marcante e inesquecível foi o 1995. Um tinto de potência e elegância para evoluir por muitos anos.
CLOS DES PAPES
Obras de arte são produzidas nessa casa. O 2005 é colecionável. Um tinto que, quando degustado em 2008, marcou muito. Para guarda.
DOMAINE DE LA MORDORÉE LA REINE DES BOIS
Esse Domaine vem despontando com vinhos reluzentes. O 2005 é algo de tirar o fôlego.
França - Champagne
KRUG
Uma casa que se orgulha de seus vinhos básicos com um blend "perfeito", mas que faz excelentes Millésimes. Mergulhe nas safras 1988 e 1996, que foram os melhores Vintage dos últimos anos. O 1998 foi o primeiro Champagne da Krug lançado depois da safra subsequente, ou seja, antes da 1989. O motivo foi que os enólogos, quando a provaram antes do dégorgement, decidiram deixar esse Champagne por mais tempo nas caves em Reims, tamanha sua estrutura. Uma espécie colecionável de vinho. Se achar uma garrafa, compre imediatamente, com a certeza que pode ser guardada por mais alguns anos. Já o Krug 1996 é, sem dúvida, o mais impactante de todos da década de 1990. Absolutamente profundo e repleto de finesse. Como o 1988, tem muitos anos de guarda.
POL ROGER CUVÉE WINSTON CHURCHILL
O mais importante Champagne de uma das casas mais espetaculares de Épernay. Batizado em homenagem a um dos maiores fãs da casa, Sir Winston Churchill, que foi um grande amigo das famílias Pol Roger e De Billy. Esse Champagne - que foi lançado pela primeira vez com a safra 1975 -brilhou na década de 1990, produzindo três grandes expoentes: os fabulosos 1995, 1996 e 1999. Todos fora de série e para longa guarda.
DOM PÉRIGNON OENOTHÈQUE
O conceito com o projeto Oenothèque é relançar um Champagne que já foi lançado. Em recente visita à Dom Pérignon, por exemplo, degustamos o Oenothèque 1971, que foi "degolado" em 2006 - diferentemente do próprio Dom Pérignon 1971 que foi degolado em 1976. Esse foi o mais profundo, rico e extasiante Champagne de sempre. Um vinho sublime. Inesquecível. Talvez seja mais fácil ganhar na loto sozinho que achar uma garrafa dessa no mercado. Além desse primor, o Oenothèque 1995 é também muito especial.
GOSSET GRAND MILLÉSIME
A Gosset aproveitou as excepcionais condições climáticas da região e produziu vinhos clássicos nas safras 1996 e 1999 com seu Grand Millésime. O 1996, pode-se dizer, está perto da perfeição. Absolutamente delicioso e muito marcante.
CUVÉE WILLIAM DEUTZ
Brilhou com seu espetacular 1999, tanto no seu Brut quanto em seu Rosé. Vinhos que foram produzidos com inspiração. Além desses 1999, a casa produziu dois Cuvée William Deutz Brut clássicos: 1996 e 1998. Simplesmente fantásticos.
SALON CUVÉE S
Esse é o mais destacado e disputado Champagne de todos. Quase uma exclusividade, um luxo. O 1996 é um dos mais colecionáveis Champagne disponíveis no mercado hoje. É feito para durar. Tem estrutura para evoluir ainda pelos próximos 40 anos.
DOM PÉRIGNON
Das safras mais recentes, as glórias são 1990, 1992, 1995,1996, 1999, 2000 e 2002. Todos são verdadeiras referências para uma longa e promissora guarda. Se tivesse que escolher somente um, iria com o 1996, o que mais potencial de guarda possui.
Itália
Sassicaia A Tenuta San Guido, que produz o Sassicaia, na costa da Toscana, foi quem começou a colocar os vinhos italianos em destaque, no início da década de 1970. O primeiro Sassicaia lançado comercialmente foi o 1968. Esse tinto é produzido predominantemente com Cabernet Sauvignon seguido de porcentagens pequenas de Cabernet Franc. Dos Sassicaia, temos o célebre 1985, o vinho mais caro italiano no mercado hoje. Raríssimo e disputadíssimo em leilões. Depois desse ícone, tivemos como destaque 1995, 1997, 1998 e 1999. Depois de alguns anos fora dos holofotes, a Tenuta San Guido voltou a produzir grandes tintos. Com a safra 2004, o sucesso voltou a brilhar. O 2008 é fabuloso e está no mesmo nível dos mais especiais Sassicaia da história.
Gaja
O piemontês Angelo Gaja é o homem que tornou o vinho italiano famoso. Ele faz uma série de vinhos, mas são os single vineyards (todos Nebbiolo com um toque de Barbera) Sorí Tildin, Sorí San Lorenzo, Costa Russi e Sperss, que alcançam as maiores pontuações em todas as publicações. Esses quatro vinhos são excepcionais e com um potencial de guarda (que pode ultrapassar 50 anos).
Gaja Sorí Tildin
O 1982 é um dos mais potentes e firmes Nebbiolo já degustados. Foi provado em 2008 e ainda estava jovem. Um vinho secular, excepcional, inesquecível. Além dele, destaque para 1996, 1997 e 1998. Vale ressaltar que, nos últimos anos, com exceção de 2002, todos os Sorí Tildin estão de excelentes à excepcionais.
Gaja Sorí San Lorenzo
De todos os San Lorenzo degustados, o mais espetacular foi o 1990. Um tinto delicioso, profundo e muito complexo. Tem ainda muita vida pela frente. O 1999 também é espetacular. O comentário sobre o Sorí Tildin vale integralmente para seu irmão Sorí San Lorenzo. Todos são excepcionais, com exceção do 2002, que também não foi engarrafado.
Gaja Costa Russi
Talvez o mais surpreendente tinto de Angelo Gaja já provado foi o Costa Russi 1988. Em 2007, com inúmeros Barolo e Barbaresco de extrema categoria à mesa, esse tinto foi o campeão unânime. Um vinho potente, rico e repleto de elegância. O melhor Costa Russi de todos, que teve recentemente uma sombra, o 2001.
Gaja, com seus Single Vineyards, é um dos obrigatórios na hora de começar um coleção de respeito
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Gaja Sperss
Sperss é o nome de um vinhedo da região de Barolo que produz talvez um dos mais profundos vinhos do Piemonte. As safras 1989 e 1990 foram fabulosas. São vinhos que ainda estão em pleno desenvolvimento e têm muita vida pela frente. O 1989, degustado no ano passado, estava absolutamente sensacional. Além dele, degustamos os Sperss 2001 e o 2005. Verdadeiros diamantes. Neste ano, o Sperss 2007 foi o grande destaque entre 50 vinhos em uma degustação organizada pelo Gambero Rosso. Uma potência de vinho com 40 anos de vida pela frente.
Roberto Voerzio
Três de seus vinhos são singulares: Barolo Rocche dell'Annunziata Torriglione, Barolo Brunate e Barolo Cerequio. Nas safras 1999 e 2001, Voerzio produziu tintos de imensa qualidade. Os vinhos de Voerzio são os únicos que rivalizam em glamour e preço com os de Gaja. São extremamente profundos. Eles engarrafam algumas preciosidades, somente em Magnum. São vinhos muito caros e raros, com isso, de mais difícil acesso. Dos degustados, os destaques vão para o Cerequio 1999 e Brunate 2001 em garrafa normal. Além desses dois monumentais tintos, recentemente degustamos, em Magnum, talvez o mais espetacular Barolo da excepcional safra 2000, o Barolo "Vecchie Vite dei Capalot e delle Brunate". Um tinto de extrema qualidade, profundidade e longevidade. Absolutamente espetacular e com estrutura para evoluir por mais 20/25 anos.
Toscana e Piemonte produzem ótimos vinhos de guarda
Barolos e Brunellos de grandes produtores como Roberto Voerzio, Vietti e Gianfranco Soldera merecem lugar de destaque |
Vietti
Alfredo Curado, na década de 1960, foi quem introduziu na região de Barolo e Barbaresco o conceito dos "crus" (Single Vineyard). Em novembro do ano passado coordenamos uma horizontal de Barolo 2001. O campeão foi o Barolo Villero 2001 da Vietti. À mesa estavam os colecionáveis: Domenico Clerico Barolo Per Cristina (um primor de vinho), La Spinetta Barolo Vursù e Bruno Giacosa Barolo le Rocche del Falletto. E o melhor ainda é que repetimos a degustação, incluindo mais vinhos e o Villero 2001 ganhou de novo, dessa vez com Barolo Monfortino 2001 de Giacomo Conterno ao lado. O Vietti Barolo Villero é um dos mais expressivos resultados obtidos pela casta Nebbiolo dos últimos tempos.
Gianfranco Soldera
Os Brunello di Montalcino Institieti e Brunello di Montalcino Riserva são seus grandes ícones. Se encontrar uma garrafa do Institieti 1995, apanhe-a e guarde pelos próximos 25 anos. Um tinto grandioso, que está entre os melhores Brunello da história. Além dele, Soldera alcançou excelência com seu Brunello 1993 e com seu Riserva 1999.
Itália
Outros colecionáveis italianos
BRUNNO ROCCA
Produz alguns Barbaresco que podem rivalizar com os de Gaja. Seu Barbaresco Rabajá é sensacional. Tanto o 2004 quanto o 2005 são fabulosos.
ANTINORI SOLAIA
Talvez a maior expressão produzida na Itália a partir de Cabernet Sauvignon. Esse tinto rivaliza com o Sassicaia, muitos vezes superando-o. Sua primeira safra foi 1978. O Solaia 1990 foi fabuloso, superado pelo 1997, talvez o mais especial de todos até hoje. Depois dessa obra de arte, Antinori repetiu o feito produzindo grandes Solaia em 1998, 1999, 2001 e 2004. Após excelentes safras vieram duas preciosidades, que são os Solaia 2006 e 2007. Os dois tiveram melhor performance que o 1997 quando de seu lançamento. Vinhos para serem colecionados e testados nos próximos 20 anos.
ALLEGRINI
Seu Amarone Classico é sempre excepcional. Destaque para as safras 1999, 2001 e 2006.
FATTORIA DI FELSINA FONTALLORO
Mais um grande Sangiovese 100%. Produzido mais ao sul da Toscana, em Castelnuovo Berardenga, por Giuseppe Mazzocolin. Excelente em 1997, 1999, 2001 e 2005.
TUA RITA REDIGAFFI
Um dos melhores Merlot in purezza da Itália. Produzido na costa Toscana, em Suveretto. Reluzente e profundo. As safras de destaque são 2000, 2001, 2006, 2007 e 2008.
CASTELLO DI AMA VIGNA L'APPARITTA
O rival direto do Redigaffi. Uma briga cabeça a cabeça para levar o título de melhor Merlot da Itália. Grande 2006 e extraordinário 2007.
FONTODI FLACCIANELLO DELLA PIEVE
Grande Sangiovese puro produzido na Toscana central pela família Manetti. Sublime 1997, espetacular 2001 e grandíssimo 2004.
GIUSEPPE QUINTARELLI
Produz o Amarone mais espetacular de todos. Não contente somente com seu Amarone, Giuseppe Quintarelli produz o ícone dos ícones da Itália: Alzero, que é feito, quase sempre, em partes iguais de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Esse tinto safra 1996 é fenomenal e sua resistência quase infinita. Seus taninos são de uma solidez incrível. Um vinho que pode evoluir por muitas décadas.
Espanha
Vega Sicilia
Essa propriedade produz os melhores tintos espanhóis. A propriedade faz três grandes vinhos: o Vega Sicilia Único, o Vega Sicilia Valbuena 5º año e o não safrado Vega Sicilia Reserva Especial. São tintos que têm a uva Tinta del Pais (nome da Tempranillo em Ribera del Duero) como espinha dorsal. O Único, de certa forma, pode ser comparado com o Petrus, pois ambos talvez sejam os dois mais longevos vinhos disponíveis no mundo. Eles não só resistem ao tempo, mas, com o passar dos anos, melhoram de maneira impressionante.
Dos diversos Vega Sicilia provados, alguns são inesquecíveis. Os mais esplendorosos são os Único 1970, 1974, 1981, 1990, 1994, 1996 e 2000. Todos excepcionais e com longevidade impressionante. O 1970, degustado em 2005, estava íntegro e com estrutura para durar por mais alguns bons anos. O 1981, degustado em 2011, com 30 anos, estava sensacional e cheio de vida. Prontíssimo para ser apreciado. O 1990 é de uma robustez impressionante. Um dos mais marcantes. Os Vega Único 1994 e 1996 são fenomenais, com vantagem para o 1996, que é sublime, rico, profundo e inebriante. Os dois foram superados pelo 2000, degustado em 2010, um tinto quase perfeito.
Outros colecionáveis espanhóis
BODEGAS HERMANOS SASTRE PESUS
Também de Ribera del Duero, tem alcançado preços estratosféricos e já virou um grande objetivo dos colecionadores. Sem dúvida, um vinho extraordinário, de solidez incrível, para até 50 anos de guarda. 2005 e 2006 estão entre os mais densos e profundos tintos já provados. Ambos fora de série. É o único tinto que espanhol que pode rivalizar com o vizinho da Ribera del Duero, o Vega Sicilia Único, e com o riojano Roda Cirsion. É mais potente que os dois rivais.
PINGUS
Um Tinta del Pais puro produzido pelo badalado Peter Sisseck. Esse tinto é hoje o mais caro dentre os espanhóis. Raríssimo. O 2003 é impressionante.
ABADIA RETUERTA PAGO GARDUÑA SYRAH DE SARDON DEL DUERO
O mais expressivo Syrah espanhol. Profundo, rico, repleto de personalidade e com um estrutura impressionante. Tente achar o 2004.
BODEGAS RODA CIRSION
Um Tempranillo puro "inventado" pelo enólogo Agustin Santollá. Produzido a partir de uvas colhidas uma a uma com os caroços atingindo a polimerização. Concentradíssimo, um dos grandes ícones da nova vitivinicultura espanhola. 0 1999 é inesquecível e o melhor de sempre. Um néctar.
Portugal
Vinhos do Porto provavelmente são os mais fáceis de comprar e guardar, sem correr riscos
Quinta do Noval Nacional
O Porto Noval Nacional 1963 é vendido hoje, em Lisboa, por mais de 5 mil euros a garrafa. O Nacional 1931 é o maior de todos os tempos e seu valor hoje é incalculável, pois existem pouquíssimas garrafas disponíveis no mercado. Tanto o Nacional 1931 quanto o 1963 são muito disputados nos leilões. Dos mais recentes, o sucessor da dupla 1931 e 1963 é o 1994.
Taylor's
É a casa, ao lado da Graham's e Dow's, que produz os melhores Porto Vintage de todos. É difícil encontrar um que não seja superlativo. O 1963 está tecnicamente no mesmo nível do Noval Nacional. Depois desse primor, a casa lançou obras-primas como os 1977, 1992, 1994, 1997, 2000, 2003 e 2007. Todos absolutamente espetaculares e com estrutura para evoluir por 100 anos. Recentemente degustamos o Vintage 1960. Delicioso, rico, elegante e fino. A casa Taylor's produz um Porto Vintage "single Quinta" chamado Quinta das Vargellas. Tente achar uma garrafa do 2004.
Graham's
Casa principal da família Symington. Vinhos do Porto de primeira gama. Os mais colecionáveis são o 1994 e o 2007, sendo este último o melhor da casa nos últimos 15 anos. Como a Taylor's, ela também tem um "single Quinta", a Quinta de Malvedos. Em 1996, a casa produziu um Malvedos absolutamente fantástico.
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Portugal
Outros colecionáveis portugueses
QUINTA DO CRASTO MARIA TERESA
O mais sensual tinto português. Só engarrafado em safras excelentes. Os anos ímpares foram os destaques desse novo milênio: 2003, 2005 e 2007. Todos impecáveis.
QUINTA DO CRASTO VINHA DA PONTE
O mais clássico e complexo dos vinhos do Douro. O 2000 foi o mais impactante tinto de Portugal já degustado. Raríssimo. Os mais recentes 2004 e 2007 não ficam longe de seu irmão mais velho, o fabuloso 2000. O 2007 é candidato a ser o melhor tinto português da história.
QUINTA VALE MEÃO
A joia do tataraneto de Adelaide Ferreira (a Ferreirinha), Francisco Olazabal. Sua primeira safra foi 1999. Grande vinho. Uma estrela que nasceu em Portugal. Dos subsequentes, tivemos os extraordinários 2003, 2004, 2008 e 2009.
QUINTA DO VALLADO ADELAIDE
Vinho produzido a partir de vinhas velhas. Até hoje só foram lançados dois. Por sinal, duas delícias, 2005 e 2007. Duas garrafas para se ter na adega. Longo potencial de guarda.
WINE & SOUL PINTAS
Projeto idealizado no Douro pelos competentes enólogos Jorge Seródio Borges e Sandra Tavares. Vinhos impecáveis, artesanais. O Pintas 2003 é inesquecível pela força e suculência. O Pintas 2009 é um primor.
QUINTA DO VALLADO RESERVA FIELD BLEND
Esse vinho é o antigo Vallado Reserva, que recebeu esse nome com a safra 2007. O vinho que mudou o destino dessa Quinta. Sensacional. Além dos Vallado Adelaide e Fiel Blend, a Quinta produz um especialíssimo Touriga Nacional puro, que foi grandioso com as safras 2007 e 2008.
LEMOS & VAN ZELLER CURRICULUM VITAE
Esse é o top de linha produzido na Quinta Vale do D. Maria, do simpático e competente Cristiano Van Zeller. Todos os Curriculum Vitae produzidos desde 2003 são excelentes. Os melhores são 2004, 2005, 2007 e 2008.
QUINTA DO VALE D. MARIA
Talvez um dos mais clássicos vinhos do Douro. Prima pela elegância. Cristiano Van Zeller, em 2001, produziu uma joia. Além dele, 2003 e 2004 também foram muito especiais.
NIEPOORT BATUTA
O mais emblemático tinto do grande Dirk Niepoort. Profundo, denso, encorpado e rico. O 2004 é um monstro no que diz respeito à potência.
NIEPOORT CHARME
Esse tinto é o oposto do Batuta. Dirk decidiu vinificar as uvas com engaços e com pouco de maceração. A inspiração era fazer - com uvas provenientes de vinhas velhas do Douro -um vinho mais para o elegante, para o estilo Borgonha. Ele conseguiu produzir um vinho mais elegante, que faz jus ao nome. É "cheio de charme". Os Charme 2004, 2005 e 2007 são deliciosos e com excelente estrutura para evoluir em garrafa. Surpreendente.
Novo Mundo
Estados Unidos
SCREAMING EAGLE CABERNET SAUVIGNON
O mais "cult wine" do mundo. Alcança mais de US$ 5 mil por garrafa dependendo da safra. 2003 foi exuberante, inesquecível e, na ocasião, superou o Cheval Blanc 1999.
SHAFER CABERNET SAUVIGNON HILLSIDE SELECT
Um primor. Esse tinto safra 1994 está entre os mais especiais Cabernet Sauvignon do mundo. Rico, fino, elegante e muito complexo. Quase perfeito. Raríssimo por aqui. Um vinho irresistível, que tem muito tempo ainda para evoluir. Está impecavelmente delicioso hoje. Depois desses tivemos mais dois históricos: 1997 e 1999.
HEITZ CELLAR MARTHA'S VINEYARD
Mais um vinhedo abençoado e talvez o mais tradicional de todos do Napa. Foi replantado anos atrás e, por isso, ficou fora do mercado por alguns anos. 1986 e 1991 são talvez os mais bordaleses Cabernet Sauvignon que a Califórnia já produziu. Depois de alguns anos brilhando menos, em 2007 voltou a ser o que sempre foi, um grandíssimo tinto.
BRYANT FAMILY VINEYARD CABERNET SAUVIGNON
Um dos mais estilosos e profundos Cabernet Sauvignon do mundo. São sempre precisos, longos e de extrema finesse. 2000, 2001 e 2002 valem quanto pesam, pois estão entre os mais caros e raros vinhos da Califórnia.
#Q#
DOMINUS
Produzido pelo mesmo proprietário do Petrus. Sempre excelente, mas que deu uma caída nos últimos anos. Os vinhos da década de 1990 são clássicos. Os melhores Dominus de sempre são 1992 e 1994. Ambos bons hoje para consumo, mas com muita vida pela frente.
ROBERT MONDAVI CABERNET SAUVIGNON RESERVE
Um dos mais míticos vinhos dos Estados Unidos. Robert Mondavi decidiu elaborar no Napa um tinto que lembrasse um grande Bordeaux. Conseguiu, principalmente na década de 1990. Fez vinhos sensacionais. 1991, 1992, 1993, 1994 e 1996 são impecáveis. Todos ainda estão em fase de evolução. O 1996 foi uma surpresa quando derrotou, às cegas, muitos Bordeaux da mesma safra.
CAYMUS SPECIAL SELECTION
Um símbolo de Cabernet Sauvignon do Napa. Tem estilo mais moderno, mas sem perder a elegância. Grande profundidade e persistência, tanto aromática quanto gustativa. O 1994, recentemente degustado, estava sublime, talvez em seu ápice. Seu sucessor direto é o extraordinário 2004, um grande expoente.
ARAUJO CABERNET SAUVIGNON EISELE VINEYARD
O vinhedo Eisele em Napa é um pedaço sagrado de terra. A família Araujo extrai o que de melhor esse terroir pode oferecer. Os mais espetaculares são os 1996, 1998 e 2002. Todos grandes. Talvez um dos mais interessantes Cabernet do Napa, pois, mesmo em safras não tão agraciadas, produz verdadeiras maravilhas.
STAG'S LEAP WINE CELLAR'S CASK 23
Foi esse vinho, ainda não levando esse nome, Cask 23, que ganhou o "Julgamento de Paris" em 1976, com a safra 1973. Clássico. Das diversas safras, os destaques são o sensacional 1992, o "outsider" 1993 (essa safra não foi boa na região e nessa propriedade deu tudo certo) e, recentemente, a 2007.
ABREU CABERNET SAUVIGNON MADRONA RANCH
1995 e 2001 são dois vinhos que podem estar entre os melhores produzidos nos Estados Unidos. É um dos mais sérios rivais do Screaming Eagle e do Shafer Hillside Select.
OPUS ONE
Projeto fruto da união de Robert Mondavi e o Barão Philippe de Rothschild. Desde a primeira safra, 1979, mostrou-se um grande vinho. De todos os degustados (foram mais de 15 safras), os que mais brilham são 1991, 1992, 1994 e 1996. O 1994 é de tirar o fôlego e está perfeito para consumo hoje, mesmo tendo ainda mais cinco anos de ápice. Do novo milênio, 2005 está sensacional.
Novo Mundo
Austrália
PENFOLDS GRANGE SHIRAZ
Já levou o nome de Hermitage, uma alusão aos seus irmãos do Rhône também elaborados com Syrah. Recentemente, degustamos os 1982 e 1999. Ambos espetaculares, mas vale ressaltar que o 1982 estava com uma impressionante integridade. Um vinho sensacional, que mostra o potencial de amadurecimento em garrafa dessa obra de arte.
VASSE FELIX HEYTSBURY
O mais espetacular tinto de Western Australia elaborado com Cabernet Sauvignon predominante. Em 1999 e 2000, esse vinho teve performance extraordinária.
HENSCHKE SHIRAZ MOUNT EDELSTONE
O segundo mais importante Shiraz da casa Henschke. Fica um pouco atrás do irmão, mas, dependendo da safra, fica muito perto. As safras destacadas são 1993 e 1999. Vinhos que podem ser apreciados hoje, mas com estrutura para continuar evoluindo por mais 5/10 anos.
HENSCHKE HILL OF GRACE SHIRAZ
Sem dúvida o maior rival do Grange. Talvez mais raro ainda. O da safra 1998 está inesquecível, sublime, complexo e muito alegre. Um Shiraz único.
Novo Mundo
Chile
ALMAVIVA
Projeto conjunto dos Rothschild com a Concha y Toro. A primeira safra do Almaviva foi 1996, que até hoje é uma das mais espetaculares. O maior rival desse tinto é o Almaviva 2001, o melhor produzido até hoje.
CLOS APALTA
Rivaliza com o Almaviva como o maior projeto vitivinícola do Chile, mais uma joint-venture, entre a família chilena (Rabat) e a família Marnier-Lapostolle da França. O único de todos os colecionáveis chilenos que não é Cabernet Sauvignon predominante (tem mais Carménère). Teve sua primeira safra em 1997, com um grande vinho. Depois vieram os extraordinários 1999, 2000, 2001, 2005, 2006 e 2007. Apesar do 2005 ter mais estrutura para guarda, 2006 e 2007 estão em um patamar muito equalizado. O Clos Apalta 2005 é mais famoso, pois foi consagrado em 2008 como o primeiro e único vinho da América do Sul a receber o laurel de Wine of the Year pela Wine Spectator.
SANTA RITA CASA REAL
Um dos mais clássicos e emblemáticos Cabernet Sauvignon do Chile. Degustamos quase todas as safras. Mais uma vez, o melhor de todos foi o 2001. 1995, 1997 e 2007 também estão entre os grandes.
SEÑA
Esse vinho nasceu na década de 1990 da parceria entre Robert Mondavi e Eduardo Chadwick. A primeira safra foi 1995. O 1996 foi o melhor do século passado. O 2001 é o melhor Seña já produzido, mas ganhou um rival recentemente, com o grandíssimo e fenomenal 2007. Tanto o 2001 quanto o 2007 são muito longevos.
VIÑEDO CHADWICK
Atualmente o vinho mais caro do Chile. Sua primeira safra foi 1999. Grandíssimo. Depois desse ícone de Eduardo Chadwick, as safras mais destacadas foram 2001 e 2005.
Novo Mundo
Argentina
NICOLAS CATENA ZAPATA
Um tinto de fabulosa estrutura que, em degustações às cegas, sempre atrapalha grandes ícones do mundo quando o assunto é um bom tinto à base de Cabernet Sauvignon. O mais consistente vinho argentino. Das inúmeras safras degustadas, as mais brilhantes são 1999, 2004 e 2007. O 1999 está entre os mais complexos e profundos vinhos de nosso continente.
NOEMIA
Esse Malbec 100% da Patagônia é uma síntese do que se pode obter em qualidade de taninos para um Malbec. Delicioso. 0 2006 é inesquecível. Para ser apreciado nos próximos 10 anos.
CHEVAL DES ANDES
O grande projeto da LVMH na América do Sul. A primeira safra foi 1999. Esse tinto brilhou com as safras 2002, 2004, 2005 e, principalmente, 2006, que foi o melhor de todos até hoje. Grandíssimo. Com predominância de Malbec de vinhas velhas. Uma joia argentina com alma francesa.
ACHAVAL FERRER MALBEC FINCA MIRADOR
Um show de vinho (Malbec). Mais para o clássico do que para o moderno. O 2006 é um fenômeno. Talvez entre os grandes tintos da Argentina
LUIGI BOSCA ÍCONO
Malbec e Cabernet Sauvignon em partes quase iguais. Excelente em 2005.
Vinhos Doces
CHÂTEAU D'YQUEM
O mais nobre e disputado vinho doce não fortificado do planeta. Talvez o vinho, ao lado dos grandes Porto Vintage, mais resistente do mundo. Das safras mais antigas, 1971 é inesquecível. Depois, tivemos 1982, 1985, 1986, 1987 e 1988 da década de 1980. O melhor foi 1986, sublime e com ainda muitos anos pela frente. Na década de 1990, todos estavam brilhantes. 1990, 1991, 1992, 1996, 1997 e 1998 foram os mais destacados. No novo milênio parece que tudo começou ainda melhor. O 2001 é um vinho perfeito e vai evoluir em garrafa por 100 anos. 2002 e 2003 também excederam em qualidade. Mesmo em safras difíceis, esse vinho brilha. Em 1987 e 1991, o clima não ajudou muito, mas tivemos deliciosos Yquem. Esses dois têm menos estrutura, mas podem evoluir por mais alguns anos.
CHÂTEAU GILETTE CRÈME DE TÊTE
O maior candidato a rival do Yquem. Raríssimo. É um doce superlativo.
JOH.JOS. PRÜM RIESLING TROCKENBEERENAUSLESE MOSEL-SAAR-RUWER WEHLENER SONNENUHR
O vinho da safra 1971 já alcançou mais de US$ 2.500 em leilões por uma meia garrafa. Esse vinho, hoje com 40 anos, ainda tem mais 30 anos de evolução.
CHÂTEAU SUDUIRAUT
Sublime. Às vezes supera os mais raros e caros. 1997, 2001, 2003 , 2007 e 2009 são colecionáveis. Vinhos para 40 anos de guarda.
KRACHER NO 6 SCHEUREBE TROCKENBEERENAUSLESE ZWISCHEN DEN SEEN
Doçura encantadora. Uma novidade, pois é produzido a partir da casta Scheurebe, uma "especialidade" austríaca. Um dos mais inusitados brancos. Marcante, delicioso e fresco. Longa vida. Raríssimo.
DOMAINE WEINBACH GEWÜRZTRAMINER FURSTENTUM QUINTESSENCE DE GRAINS NOBLES
Um branco de doçura sensacional, acidez marcante e incrível elegância. A safra 2001 marcou. Um vinho que seguramente pode ultrapassar até o Yquem, principalmente para quem aprecia um branco doce mais leve. Um dos três mais espetaculares doces já provados. Só é produzido em safras realmente superlativas. Se achar uma garrafa, compre-a, pois é dos vinhos mais raros do mundo.
EGON MÜLLER RIESLING SCHARZHOFBERGER AUSLESE GOLDKAPSEL
Um dos mais cobiçados brancos doces da Alemanha. O 1990 está mais pronto. Rico e cremoso. Com muita vida pela frente. O 2007 é majestoso, sensual e inebriante. Um dos brancos doces mais elegantes já degustados. Pode evoluir em garrafa por 50 anos.
CHÂTEAU RIEUSSEC
De propriedade dos Rothschild, ramo Lafite. Um dos mais profundos Sauternes. Os mais sensacionais são 1989, 1997, 1999, 2001, 2003 e 2004.
AVIGNONESI VIN SANTO OCCHIO DE PERNICE
O mais importante, caro, raro e disputado vinho doce da Itália. Produzido somente em safras excepcionais a partir de 100% de Sangiovese. Provar esse vinho é experiência única. Indescritível a sensação. O vinho mais denso do planeta. Sua profundidade é infinita. Delicioso e surpreendente. Um néctar para eternidade.
TOKAJI ESZENCIA OREMUS
Um líquido dourado, muito denso, graduação alcoólica baixa, acidez elevada e de doçura encantadora. Uma garrafa de 200 mililitros custa mais de US$ 300, da safra corrente. Os mais antigos são disputados como diamantes. 1999 é o que mais impressionou por sua viscosidade e cremosidade. Denso.