Eventos do mundo do vinho

Redação Publicado em 11/10/2011, às 07h38 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h48

Embaixo da água
O comerciante e produtor de vinhos italiano Piero Lugano encontrou uma maneira curiosa de driblar a falta de espaço de sua loja para envelhecer seus vinhos: projetando uma adega subterrânea. Aproveitando a proximidade de sua cidade, Chiavari, com o Mediterrâneo, e também as condições perfeitas de pressão, temperatura e (falta de) luminosidade, Lugano depositou 6.500 garrafas em gaiolas de aço inoxidável a 200 metros abaixo do nível do mar. Para isso, precisou obter a autorização da marinha nacional, que garantiu que a ação não causaria nenhum impacto ambiental.

Clube do vinho Kosher
A comunidade judaica internacional tem motivo para comemorar. Foi criado na Argentina, em setembro, o primeiro clube de vinhos kosher do mundo. O Kosher Wine Club (KWC) dá aos seus sócios, a cada dois meses, acesso a vinhos exclusivos, que não são comercializados por outros meios. Embora o clube produza variedades como Merlot e Cabernet, sua grande aposta é a Malbec, a bandeira da Argentina, que não dá origem a vinhos kosher em outras partes do mundo.

Sangue bom
Um estudo da Universidade de Borgonha feito com pessoas recémoperadas de infarto do miocárdio concluiu que o consumo moderado de vinho tinto melhora a fluidez do sangue, faz cair a taxa de colesterol e aumenta o nível de antioxidantes no sangue dos pacientes, auxiliando também no combate a outras doenças.

Mais vinho vendido
No primeiro semestre de 2011, as exportações de vinhos e destilados franceses aumentaram 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 43.000 milhões de euros recebidos nas vendas. E, de acordo com o presidente da federação de exportações, o principal produto das vendas foi o vinho, que cresceu 14% e alcançou as 67 milhões de caixas. E, entre eles, os que mais progrediram foram aqueles com denominação de origem.

Nova lista
A nova lista de Cru Bourgeois (classificação de propriedades de Bordeaux que não estão incluídas na lista de Grand Cru de 1855), referente ao ano de 2009, foi anunciada recentemente e, ao todo, 246 propriedades foram listadas como Cru Bourgeois (de 304 que se inscreveram). A lista final inclui 99 Châteaux em Médoc, 85 no Haut Médoc, 19 em St- Estèphe, 16 em Moulis, 13 em Listrac, e nove e cinco em Margaux e Pauillac, respectivamente. Durante o encontro, foi debatida a ideia de se analisar as propriedades a cada três ou quatro anos, mas ainda não há consenso sobre isso.

Inglês ou Britânico?
Após a alta nas vendas de vinhos britânicos, os produtores do Reino Unido começaram a se preocupar com a confusão que muitos consumidores ainda têm em relação aos termos “vinho inglês” e “vinho britânico”. Segundo eles, algumas pessoas, por não saber a diferença, acabam comprando o vinho errado. Enquanto o vinho inglês tem qualidade superior e é produzido a partir de uvas mais frescas, o britânico é geralmente elaborado a partir de um concentrado de uvas importadas. Além dessas diferenças na produção, o preço também não é igual. O inglês, por sua reputação e qualidade, é vendido por valores bem mais altos que os britânicos.

Bodas de prata
Há 25 anos, Bob e Donna Holder criaram um vinho em homenagem à diva Marilyn Monroe. A safra 2009 do Marilyn Merlot – cujo primeiro ano foi 1985 –, tem no rótulo a imagem de Marilyn e sua assinatura em prata e comemora os 25 anos do projeto. “Nós estamos muito felizes por comemorar os 25 anos de sucesso no mundo do vinho. Apesar da carreira de Marilyn ter sido muito curta, seu legado é eterno”, atestam os criadores do Marilyn Merlot.

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Vinho contra alcoolismo
De acordo com o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev (foto ao lado), o abuso generalizado de álcool que o país está vivendo pode ser erradicado por meio do desenvolvimento da indústria vinícola. Para ele, “em países onde o setor é forte, não há problemas com o abuso de álcool: esses problemas começam a partir de outras bebidas”. Por conta disso, o governo deverá promover o consumo de vinhos por meio de políticas fiscais. Curiosamente, dias depois de o presidente russo ter se pronunciado sobre esse assunto, a marca Absolut divulgou o lançamento de um blend de vodca – tradicional bebida russa – com Sauvignon Blanc.

Contra diabetes
Diabetes é um problema de saúde crescente nos Estados Unidos e no mundo. Casos do tipo 2 têm aumentado mais de 60% desde 1991, e especialistas em saúde estimam que isso irá afetar 40 milhões de norte-americanos até 2050. Um novo estudo, contudo, sugere que o consumo moderado de álcool, incluindo vinho, pode reduzir as chances de desenvolver diabetes, particularmente em mulheres. Cientistas descobriram que o consumo moderado reduziu os riscos em 19% nos homens e 37% em mulheres com idade entre 50 e 71. O estudo foi publicado em 6 de setembro no “Annals of Internal Medicine”.

Maratona de vinho
Treze membros do trade de vinhos de Bordeaux vão correr a tradicional Maratona de Nova York, em novembro. Representantes do Château Pichon Longueville, Cheval Blanc, Clos Fourtet, Brane Cantenac, Gruaud Larose e Clerc Milon estarão lado a lado com outros 45 mil corredores do mundo. O time bordalês está se autodenominando “Bordeaux Grand Crus Runners” e, na mesma época, eles estarão levantando doações para a instituição de caridade Lysistrata.

Produtor em cena
Estrela dos seriados Beverly Hills 90210 e Call me Fitz, o ator Jason Priestley tem uma ocupação que poucos conhecem: a de dono de vinícola. Nos anos 90, na época em que estrelava 90210, Jason conseguia ter acesso a locais e vinícolas que não eram abertos ao público e começou a se interessar pelo assunto. Depois disso, passou a colecionar vinhos (tem mais de 4 mil garrafas) e, há alguns anos, tornou-se um dos donos da Black Hills Estate Winery.

Coppola vende tudo
Em 1975, a vinícola de Francis Ford Coppola adquiriu a célebre marca Inglenook, cujos vinhos são um dos mais bem avaliados dos Estados Unidos. Agora, pouco mais de 35 anos depois, alguns dos melhores vinhos de lá (que incluem as safras dos anos 1940) serão leiloados pela Christie’s, alguns estimados em cerca de US$ 12 mil.

Abuso
Um relatório da “Human Rights Watch”, publicado em fim de agosto, levantou uma dura questão para a indústria de vinho e outros fruticultores da África do Sul. No documento, os analistas citam que os trabalhadores das fazendas produtoras vivem de modo degradante e quase que em esquema de escravidão. O relatório causou a revolta dos produtores locais, que questionam a abrangência da pesquisa feita pela instituição de defesa dos direitos do homem. Eles atestam que o estudo não cobre sequer 0,5% das vinícolas do país e, mais do que isso, grande parte das fazendas apontadas não fornecem uvas para o setor vitivinícola.

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Contra mineração
Produtores de vinho de Margaret River, na Austrália, estão lutando para proteger a região das mineradoras, que pretendem explorar os recursos minerais de lá. Desde abril, quando a empresa canadense Western Coal recebeu uma licença para avaliar a viabilidade da região, produtores de vinho, uvas, carne, abacate e outros se uniram para protestar contra os planos. Eles alegam que isso poderá afetar a qualidade e o curso natural dos lençóis freáticos, necessários para o desenvolvimento da atividade.

Fica tudo igual em Montalcino
Uma recente reunião do Consórcio dos Produtores de Montalcino determinou que o vinho Rosso di Montalcino continuará a ser produzido exclusivamente a partir da uva Sangiovese. Semanas antes, diversos produtores entraram com um pedido de revisão da norma, que alteraria o blend para 85% Sangiovese e 15% de outras variedades a serem debatidas. A maioria dos associados (69%) preferiu manter a composição atual, fato comemorado pela maioria dos críticos de vinho.

Grenache Day
Uma série de eventos no mundo celebrou, em 23 de setembro, “O Dia Internacional da Grenache”, uma das uvas mais cultivadas da França, especialmente no Vale do Rhône. A ideia de reservar um dia especial para a uva se deu durante o Simpósio Internacional de Grenache do ano passado, no Rhône, quando a produtora Nicole Rodet afirmou que o evento deveria proteger a casta, que estava sendo substituída por variedades mais comerciais.

Gigante da Borgonha
Evento trouxe alguns dos principais vinhos do Domaine Joseph Drouhin, como o Clos de Mouches

Em setembro, o Brasil recebeu pela primeira vez a visita de Frédéric Drouhin, um dos membros do clã da família Drouhin. A Domaine Joseph Drouhin está nas mãos da família Drouhin há mais de 130 anos. Joseph Drouhin era um jovem corajoso e empreendedor oriundo da região de Chablis. Em 1880, com 22 anos de idade, instalou-se em Beaune e fundou sua empresa com a finalidade de vender vinhos de qualidade com o seu próprio nome.

Dois terços das vinhas de Drouhin são classificadas como Premier Cru e Grand Cru

O filho, Maurice, seguiu seus passos e aumentou os domínios da família ao comprar terrenos em algumas regiões demarcadas excepcionais tais como Clos des Mouches e Clos de Vougeot. Robert Drouhin, que sucedeu Maurice em 1957, comprou mais vinhas, principalmente na Côte de Nuits e Chablis. Foi dos primeiros na Borgonha a introduzir a “culture raisonnée” (cultivo sem pesticidas ou outros produtos químicos).

Hoje, os Drouhin continuam imbuídos da mesma paixão que inspirou o fundador da empresa. Robert Drouhin teve quatro filhos, Philippe, Veronique, Laurent e Frédéric. Todos conservam os valores da empresa e a busca constante pela qualidade, para o prazer de todos aqueles que apreciam a elegância natural do vinho produzido a partir das castas Pinot Noir e Chardonnay.

O conglomerado hoje é um dos maiores proprietários de vinhedos na Borgonha, onde mais de dois terços das vinhas estão classificadas como “Premier Cru” e “Grand Cru”. Essas vinhas estão distribuídas em cerca de 90 denominações diferentes. A Domaine Drouhin apresenta uma gama fascinante de vinhos, com toda a autenticidade e personalidade de grandes brancos e excepcionais tintos. Atualmente, a Maison adota o método orgânico e biodinâmico no cultivo de suas vinhas. Nelas, somente produtos naturais são utilizados e todos os procedimentos demonstram o maior respeito pelo solo, vinha e ambiente. Philippe é um apaixonado pela agricultura biodinâmica e, com muita humildade, diz que ainda tem muito a aprender sobre essa encantadora teoria de Rudolf Steiner.