Feiras aquecem mercado brasileiro de vinhos

Christian Burgos Publicado em 25/06/2007, às 07h29 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h44

Expositores do Tour Mistral

O inverno já se faz presente e com ele um dos períodos de maior consumo de vinhos do ano. Está sendo difícil acompanhar a ida e vinda de enólogos de vinícolas de todas as regiões do mundo para o Brasil. Está claro que o nosso país já faz parte do mapa de consumo de vinho mundial. Entre velhos conhecidos e importantes players visitando o país pela primeira vez, o entusiasmo é contagiante. Muitas vinícolas chegam ao Brasil em busca do importador/ distribuidor de seus sonhos, trazendo na bagagem amostras de seus vinhos e muita esperança de conseguir estabelecer-se neste mercado promissor. Outras vinícolas fazem uma vertiginosa dança de troca de parceiros de longa data acreditando poder crescer ainda mais. Afora os deliciosos encontros mais pessoais da imprensa especializada com grandes enólogos e grandes vinhos, alguns grupos se organizam para encontrar em pouco tempo jornalistas, sommeliers, chefs, restauranteurs e grandes consumidores.

Diogo Campillo, produtor da Quinta da Lagoalva de Cima, e Maria Carolina Lousinha

O Tour Mistral, como sempre, atrai grande atenção dos enófilos, com mais de vinte produtores apresentando seus vinhos em cinco capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. Com organização impecável e a oportunidade de encontrar, e em nosso caso, conversar com exclusividade, com grandes nomes da vitivinicultura mundial. Estas são verdadeiras aulas sempre regadas a bom vinho. Destacamos a presença de produtores como Luis Pato (Portugal), Casa Lapostolle (Chile), Masi (Itália), Catena Zapata (Argentina) e Domaine Baron de Rothschild (França).

Foram onze países representados e mais de 200 rótulos oferecidos aos visitantes e convidados, entre os dias 27 de maio e 2 de junho. Nos dois primeiros dias, em São Paulo, o Tour recebeu cerca de 900 pessoas. Nas outras capitais, a média de visitantes esteve em torno de 400 pessoas. Uma ótima oportunidade para conhecer as novidades dos vinhos trazidos pela importadora ao nosso mercado.

Tour Mistral: Carlos Sardenberg e Cibele (esposa) sendo servidos por Luis Pato

Nossos vizinhos de fronteira marcaram forte presença. O evento de Wines of Argentina é sempre uma ocasião para encontrar os amigos e ouvir (e degustar), em primeira mão, todas as novidades, além de compreender a indústria argentina como um todo e a implementação de sua estratégia que vem apresentando sucesso comprovado no país, aumentando a percepção de qualidade de seus produtos premium. Mais de trinta vinícolas argentinas compareceram, entre elas Clos de Los Siete, Familia Zuccardi, Norton, Michel Torino e Nieto Senetiner. Entre os dias 10 e 17 de abril, a degustação passou por quatro grandes cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Em São Paulo, o Wines of Argentina contou com a presença de 600 convidados e 350 pagantes. Nas outras cidades, o evento recebeu 500 convidados. A degustação mostra que o interesse do público brasileiro pelos vinhos de nossos vizinhos cresce cada vez mais, já que os vinhos argentinos ficam em segundo lugar no mercado vitivinícola brasileiro, perdendo apenas para o Chile.

Ciro Lilla e Ernesto Catena no Tour Mistral

Agora, degustação à parte, estes encontros pintam um quadro promissor do mercado de vinho para seus participantes, que vem se profissionalizando cada vez mais pero sem perder la ternura, a paixão pelo vinho. Mas acima de tudo, o grande beneficiado é você, consumidor, que, com dólar baixo, tem a oportunidade de degustar e escolher excelentes vinhos nos mais diversos patamares de preço, mas sempre de olho na qualidade.

Outro vizinho que recentemente veio prestar homenagem ao mercado brasileiro foi o Uruguai. Grandes produtores estiveram por dois dias apresentando seus vinhos em São Paulo, em uma degustação promovida pelo Instituto Nacional de Vitivinicultura (Inavi).

Cerca de 200 pessoas estiveram presentes na degustação de diversos vinhos de doze vinículas uruguaias. O orçamento mais modesto era compensado pelo entusiasmo em exibir as qualidades de seus produtos, apresentando um portfólio que ia muito além do Tannat.

Como feiras exclusivas, verdadeiros parques de diversão para os amantes do vinho, estes grupos, no que perdem em exclusividade, agregam no quesito maximização do tempo e possibilidade de comparação entre vinhos diversos, onde as cuspideiras, embora feias, exercem papel central.