Legado

Editorial - Edição 107

Redação Publicado em 12/09/2014, às 00h00

Para eternizar seu nome na história, não basta fazer um bom trabalho. No mundo do vinho, nem sempre produzir um bom rótulo é garantia de sucesso, tampouco de eternidade. “Produzir vinho é relativamente simples, só os primeiros 200 anos é que são difíceis”, diria a Baronesa Philippine de Rothschild. Ela entendia que, para se tornar uma lenda, mais do que grande, é preciso ser grandioso.

E Rothschild definitivamente é um dos nomes imortais no mundo do vinho. Recentemente, uma nova lenda foi acrescentada à já rica tradição do Château Mouton-Rothschild, com a morte de sua herdeira, uma das mais relevantes figuras femininas da história do vinho. Mais do que dar continuidade ao trabalho de seu pai, o inesquecível Barão Philippe, a baronesa criou seu próprio legado. Por isso, nesta edição, prestamos uma homenagem a ela.

Ainda dentro das lendas e mitos do vinho, aproveitamos para voltar no tempo e contar a história dos deuses. Se você acha que o decantado Baco tem a primazia entre as divindades relacionadas à bebida, aqui vai descobrir que diversos outros deuses surgiram nas mitologias dos povos antigos, vários deles bem anteriores aos mitos romanos.

Mas se o tempo é quem dita o ritmo da criação das lendas, hoje, em um mundo tão veloz, até esse fenômeno parece ter se tornado mais rápido. Que o diga Rudy Kurniawan, que protagonizou o que tem sido considerado o maior caso de falsificação de vinhos da história. Em pouco tempo, o indonésio foi capaz de enganar diversos dos maiores colecionadores do planeta, vendendo garrafas falsas de rótulos célebres por preços fabulosos. Como ele conseguiu isso? Como foi pego? ADEGA conta toda essa incrível história (digna de cinema) em detalhes.

Esta edição trata ainda de uma das ferramentas essenciais do enófilo, o saca-rolhas – um instrumento que, apesar de feito para ajudar, pode amedrontar quem está começando nesse mundo. Sendo assim, mostramos os diferentes tipos e como eles se encaixam nas diferentes ocasiões.

Por falar em ferramenta, entrevistamos o enólogo italiano Alberto Antonini, que além de seus projetos pessoais na Itália, na Argentina e na Austrália, ainda presta consultoria para cerca de 30 vinícolas mundo afora. Entre suas teorias, ele acredita que o enólogo não representa mais do que uma chave de fenda. O que ele quer dizer com isso? Deguste esta edição de ADEGA e descubra.

Saúde,
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo

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