Menino dos olhos

Como Ray-Ban se tornou a maior grife de óculos do mundo

Lidiane Ferreira Publicado em 02/04/2009, às 07h46 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h45

Em 1853, surgia em Rochester, uma pequena cidade do interior do estado de Nova York, Estados Unidos, uma ótica, que viria a ser, algumas décadas depois, uma das maiores produtoras de óculos do mundo. A pequena Bausch & Lomb, que leva o nome de seus donos John Jacob Bausch e Henry Lomb, até então não imaginava que criaria a primeira grife exclusiva de óculos, a Ray-Ban, e que o arrojado formato redondo de suas lentes e armações se tornaria um verdadeiro clássico da história da moda.

Mais de 84 anos depois, em 1937, Luna Garcia a pedido da Força Aérea Americana, Bausch & Lomb desenvolveu um modelo especial para os pilotos feito com lentes verdes de cristal especial, que refletiam e bloqueavam um alto porcentual de luz e também raios ultravioletas e infravermelhos. Tudo por que, em 1926, um piloto de balão da aeronáutica norte-americana sofreu uma lesão permanente nos olhos, devido a uma excessiva exposição aos raios ultravioletas durante seus vôos. Surgia assim, em sete de maio de 1937, o Ray-Ban Aviator. Os óculos foram batizados com esse nome, Ray- Ban, já que eram "ray-banners", ou seja baniam os raios.

Não demorou muito para Aviator se popularizar, principalmente após um dos maiores militares dos Estados Unidos, o general Douglas MacArthur aparecer usando-os em fotos nas Filipinas durante a II Guerra Mundial. E foi na mesma década, em 1940, que a grife desenvolveu os primeiros óculos com lentes espelhadas.

Mas não foi só com a guerra que o Ray-Ban se popularizou. O cinema de Hollywood foi um dos maiores responsáveis por torná-lo um dos ícones da moda no século XX. Ray-Ban não seria mais apenas um objeto de proteção para os olhos, mas um símbolo de design, qualidade, estilo e modo de vida, tanto para os homens quanto para as mulheres.

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Em 1952, o lançamento do modelo Wayfarer consagrou a marca ao ser usado por estrelas como Audrey Harpurn no filme "Bonequinha de Luxo", em 1961, ou em 1980 no filme "Irmãos Cara de Pau", com John Belushi e Dan Aykroid, e ainda com o personagem de Tom Cruise no filme "Negócio Arriscado", de 1983, que confirmou Wayfarer como o modelo mais vendido da Ray-Ban. No clássico "Top Gun - Ases Indomáveis", de 1986, novamente com o galã Tom Cruise, o antigo modelo Aviator foi relançado. Outro modelo, Clubmaster, também se tornou muito famoso ao ser usado por Michael Douglas em "Um dia de Fúria", 1993.

Depois de lançar releituras de vários modelos de óculos na década de 1970, do sucesso em filmes nas décadas seguintes, e de ter virado até mesmo sinônimo de óculos de sol; em 1999, a empresa foi vendida ao grupo italiano Luxottica (detentor de diversas marcas), por cerca de US$ 640 milhões. Em 2003, introduziu no mercado uma coleção especial para crianças, com o slogan "My first Ray- Ban" (Meu primeiro Ray-Ban).

Confirmando sua relação de sucesso com o cinema, em 2003, Ray-Ban fez uma parceria com o Festival de Cinema de Sundance, que premia e homenageia personalidades de destaque na indústria cinematográfica. Além disso, para se firmar como uma marca ligada ao esporte, em 2004 se tornou um dos patrocinadores da equipe Honda de Fórmula 1 e também lançou óculos especiais para a prática de esqui.

Marca recordista de vendas e a preferida de muitos astros do cinema e da música de diferentes gerações, como por exemplo, Bob Dylan e Michael Jackson, ao longo de seus 71 anos de existência, Ray-Ban já lançou inúmeros modelos de óculos, tanto de sol, quanto para grau que são vendidos em 130 países. E em comemoração ao seu aniversário, no ano de 2007, foram relançados em versões coloridas o clássico Wayfarer, e, em 2009, o Clubmaster.