O bichinho da maçã

Na era da informática, o mundo se rende às inovações e design da Apple

Carla Destro Publicado em 25/05/2009, às 15h07 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h46

Em visita à Inglaterra, em abril de 2009, o presidente norte-americano Barack Obama presenteou a Rainha Elizabeth com um iPod. O fato chamou a atenção para uma das maiores empresas de tecnologia no mundo hoje, a Apple, que tem lançado produtos cada dia mais cobiçados.

A Apple surgiu devido à amizade entre Stephen Gary Wozniak e Steven Paul Jobs (mais conhecido como Steve Jobs). Depois da universidade, os dois foram trabalhar em empresas no Vale do Silício, na Califórnia, e em 1976, Wozniak desenhou o que seria o "Apple I". Jobs resolveu fazer parte do projeto e os amigos criaram, então, no dia 1o de abril de 1976, a Apple Computer.

No entanto, a empresa só cresceu com o lançamento do "Apple II". Os pedidos foram aumentando e, em 1980, com a criação do "Apple III", a firma começou a exportar e utilizar funcionários de alto nível técnico em suas produções, além de contar com muitos investidores. No ano seguinte, porém, as coisas se complicaram. Além de uma demissão em massa ocasionada pelo mercado saturado, Wozniak se machucou em um acidente aéreo e teve de se afastar. Assim, Jobs se tornou presidente da empresa.

PC

Com apenas 11% das ações, Jobs começou a desenvolver um novo projeto - o Macintosh -, um computador pessoal de cerca de US$ 500. Para lançar o produto, foi ao ar um comercial de 60 segundos durante o terceiro intervalo do Super Bowl de 1984, o que fez com que as vendas crescessem. Mas, no Natal do mesmo ano, os clientes começaram a reclamar da pequena memória e da baixa conectividade.

#Q#

Editoração

Desentendimentos com John Sculley, então presidente da Apple, fizeram com que Jobs se demitisse. Com isso, surgiram novos conflitos e uma longa pendência judicial com a Microsoft, de Bill Gates, e o sistema operacional Windows. O que finalmente conseguiu tirar a Apple da má situação foi o lançamento da primeira impressora de baixo custo e o software PageMaker. Foi através desse conjunto que o Mac passou a ser considerado a melhor solução para editoração de baixo custo.

Com a criação do "Mac II", a Apple passou a produzir cerca de 50 mil computadores por mês, e o que parecia ser o sucesso da empresa voltou a fracassar, já que o mercado estava novamente saturado. A saída foi o lançamento do primeiro "Power Book", em 1991, que teve aceitação instantânea.

Apesar de vários outros projetos em desenvolvimento, o problema maior era na montagem de computadores - em junho de 1995, a empresa tinha US$ 1 bilhão em pedidos, mas não tinha peças para montar os produtos e teve prejuízo de cerca de US$ 68 milhões.

Jobs

Em 1996, a Apple oficializou a volta de Steve Jobs à empresa. Além de iniciar uma reestruturação, ele anunciou uma aliança com a Microsoft, na qual, em troca de US$ 150 milhões em ações da Apple, a empresa de Bill Gates e a de Jobs fariam uma patente conjunta e concluiriam a disputa judicial que estava em jogo.

A partir daí, a Apple se tornaria sinônimo de inovação e design em eletrônica. Desde então, Jobs lançou o "iMac", em 1998, um computador que serviria para todas as pessoas e que alcançou o topo das vendas. No ano seguinte, foi a vez do "iBook". Em 2000, Jobs desenvolveu o projeto "iTools" de ferramentas da internet. Um ano depois, surgiu o "iPod", um dos primeiros portáteis de áudio e vídeo do mundo, e o "iTunes", desenvolvido para organizar os arquivos de mídia. Foi lançado também o "MacBook", sucessor do "iBook".

A maior sensação, no entanto, foi a criação do "iPhone", um telefone celular que agrega as funções de tocador de áudio, câmera e internet. Para se ter uma idéia do sucesso do aparelho, após seu lançamento, em 2007, foram vendidos 1 milhão de unidades em um período de 74 dias. Assim, nem a Rainha Elizabeth poderia ficar de fora das inovações da Apple.

Por que a maçã?
São diversas as teorias em torno do símbolo da Apple. Diz-se que a maçã é homenagem aos Beatles, de quem Jobs e Wozniak eram fãs, cuja gravadora era a Apple. O símbolo também faria referência a Isaac Newton e o conhecimento. A mordida teria dois significados: a aquisição do conhecimento ou uma relação com a palavra bite (mordida, em inglês), que remete a byte. As diversas cores do logo original teriam a ver com os estudos de Newton com prismas e o espectro resultante da luz atravessando o objeto ou então apenas poderiam significar que a interface da Apple já suportava cores. O nome "Macintosh" também remete às maçãs deste tipo, muito comuns nos Estados Unidos.