O tempo é uma jóia

Dizem que só os diamantes são eternos, mas os relógios Patek Philippe desmentem esta tese

Carolina De Carvalho Almeida Publicado em 13/10/2009, às 07h36 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h46

A mais antiga das invenções humanas demorou séculos para ganhar a forma dada pela Patek Philippe. Havia relógios de sol e de água, até que criaram a ampulheta.

Depois dela, surgiram os relógios mecânicos, na medida em que a medição do tempo foi se tornando essencial para o desenvolvimento do homem. A Lei do Pêndulo, desenvolvida por Galileu, trouxe grande variedade de técnicas de registro da passagem do tempo, mas quem realmente inovou nessa área foi a Patek Philippe.

O começo

Conhecido como o relógio mais fino do mundo, a marca existe há mais de 150 anos. A empresa suíça surgiu da sociedade entre um polonês exilado, conde Antoine Norbert de Patek, e seu conterrâneo François Czapek. A marca surgiu como "Patek, Czapek & Cie", e durou cerca de seis anos, até 1845, quando François Czapek decidiu abandonar a sociedade.

Alguns anos mais tarde, Patek ganhou novo sócio: o relojoeiro francês Jean Adrien Philippe, inventor do sistema de corda acoplada (que substituiu o uso de chaves). Desse amálgama entre dois gênios nasceu a lenda do relógio perfeito, o Patek Philippe. A marca só ganhou o nome que tem hoje em 1851, quando mudou de "Patek & Cie" para "Patek Philippe & Cie".

Logo nos primeiros anos, a Patek assumiu o papel de líder da indústria de relógios na Suíça e ganhou clientes de peso mundial, como a rainha Vitória, da Inglaterra. O controle do tempo através de inovações como a mola principal livre e o aperfeiçoamento de mecanismos de regulação consagraram os sócios.

Por quase um século, a empresa se manteve nas mãos dos descendentes dos sócios, até que, em 1932, suas ações foram totalmente vendidas para os irmãos Charles e Jean Stern. Desde então, a Patek Philippe é controlada pela família.

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Sempre à frente

A empresa sempre foi pioneira nas grandes inovações tecnológicas no mundo dos relógios. Nos anos 50, pouco após a II Guerra Mundial, houve a introdução da tecnologia de quartzo, muito usada hoje em dia, que venceu diversos prêmios na área.

A Patek Philippe também foi a responsável pela introdução do calendário perpétuo, do cronógrafo e do duplo cronógrafo. Embora seja famosa pela fabricação de relógios mecânicos de pulso, a Patek Philippe também é produtora de relógios industriais e eletrônicos, além de conservar a aptidão para elaborar relógios de bolso com funções altamente complexas.

Mas somente inovar não tem validade nenhuma se isso não trouxer também qualidade nos produtos. E é nisso que a Patek Philippe se destaca.

Enquanto grande parte das marcas de referência monta seus relógios com componentes externos, os produtos da Patek são fabricados 100% em oficinas próprias, com especialistas em todas as áreas, desde ourives e artesãos até joalheiros, que fazem a manufatura ficar completa e totalmente personalizada, partindo do desenho do projeto até chegar na produção e montagem dos componentes.

A qualidade dos relógios é unânime, e a grande prova disso é os clientes que a marca já teve, que vão de anônimos até personalidades conhecidas mundialmente; como Albert Einstein; a autora do famoso romance "Jane Eyre", Charlotte Bronte; e o grande compositor russo Tchaikovsky.

Em 2001, a Patek Philippe inaugurou um museu que abriga a evolução dos relógios da marca, que, de tão rico, consegue mostrar um pouco da história da relojoaria mundial.

Dentre os exemplares que compõe o acervo está o "Supercomplication", o relógio mais caro do mundo, além de outros exemplares únicos - que não são poucos, já que a relojoaria produz pouquíssima quantidade de algumas coleções.

No Brasil

No Brasil, a marca tem uma história que já dura mais de cem anos. O joalheiro carioca Carlos Gondolo e seu sócio Paulo Laboriau, donos da "Gondolo & Laboriau", criaram um clube de compradores, partindo do princípio da compra por cotas (hoje conhecido como consórcio), que alavancou as vendas dos relógios no Brasil e na America Latina.

O comércio brasileiro superou as demais revendedoras norteamericanas e europeias, e estimulou a Patek Philipe a produzir uma série de cronômetros feitos especialmente para os brasileiros. Todo esse sucesso acarretou numa homenagem para o carioca, que viu uma nova coleção de relógios ser batizada de Gondolo.