Christian Burgos Publicado em 23/07/2008, às 11h00 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h45
Os americanos possuem uma expressão para definir um dos fatores determinantes nos confrontos militares ou das idéias, e este é o moral highground. Significa que a superioridade moral de uma tese é fator determinante para a vitória. Neste sentido, os defensores da lei seca tentam nos imputar a idéia de que defendemos o direito de beber e dirigir de forma indiscriminada. Não poderia existir acusação mais mentirosa e hedionda.
Pregamos punição exemplar para aqueles que dirigirem embriagados e qualificação dolosa para quem cometer acidentes de trânsito na mesma condição. Entretanto, acreditamos ferrenhamente que, como muitas situações em nosso amado País, os problemas residem na fiscalização e não na lei. Existem leis mais que suficientes contra corrupção e ainda assim a vemos alastrada por todo tecido social do Brasil. Da mesma forma, estamos certos que a antiga lei não fracassava por sua fraqueza, mas sim pela falha na fiscalização.
Consideramos que o único avanço alcançado na nova lei é o fato de tornar crime doloso aqueles cometidos quando, na mão de embriagados, o automóvel se torna uma arma. Ainda, acreditamos que as leis que afetam a economia e, sobretudo, a vida e os hábitos da população em tal intensidade não podem ser tramadas na surdina e sem uma análise séria de suas implicações.
Não queremos que esta lei caia no ridículo esquecimento como a lei em nossa constituição que proíbe a cobrança de juros acima de 12% ao ano em nosso País. Trabalharemos para que a consciência de nossos governantes e legisladores, muitos deles, como nós, amantes do gregário hábito de degustar vinhos saudável e conscientemente em restaurantes, bares e em reuniões na casa de nossos amigos e familiares não permita que nos tornemos criminosos. que nossos governantes compreendam um excesso e tenham a coragem de corrigí-lo. E que haja justiça na acepção maior da palavra.