Como a irreverência dos Douro Boys ajudou a mudar a imagem da mais tradicional região vitivinícola portuguesa
Por: Arnaldo Grizzo E Christian Burgos Publicado em 09/08/2012, às 08h17 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h48
Talvez não haja pior experiência - no âmbito da música - do que ir a um show de jazz, que é um ritmo que prima pela excelência dos seus instrumentistas e intérpretes em uma harmonia singular, e perceber que não há sincronia apesar da boa execução dos instrumentos e de um vocal bem afinado. Em um estilo que prima pela técnica e pela arte da improvisação, é de doer os ouvidos quando os músicos não estão coordenados e, por exemplo, o saxofonista começa a solar ao mesmo tempo que o pianista, ou então o baterista dá seus rompantes enquanto o cantor tenta seus vocalizes e o baixista também se anima. Enfim, em um bom show de jazz, essa sintonia entre os integrantes da banda é fundamental.
Quem observa os Douro Boys - não, não são uma banda portuguesa - isoladamente pode até pensar que a junção desses cinco elementos tão distintos não seria muito promissora. Eles são um grupo de cinco (proprietários e enólogos-proprietários) que representam as casas Niepoort, Quinta do Crasto, Quinta do Vale D. Maria, Quinta do Vale Meão e Quinta do Vallado, organizações com tradição centenária na vitivinicultura duriense - representantes das diferentes sub-regiões do Douro (Cima-Corgo, Baixo-Corgo e Douro Superior).
"Nosso trabalho tem sido importante não só para nós, para o Douro, mas para Portugal. O objetivo é levar uma imagem diferente do Douro"
Apesar das diferenças entre si, já são nove anos de sucesso levando a bandeira do Douro mundo afora. Mas não o Douro a que o mundo do vinho estava acostumado, com a pompa e sisudez do aristocrático Vinho do Porto, e sim com uma versão jovial e tida como revolucionária no momento em que esses amigos uniram-se para apresentá-lo: um Douro de vinhos tranquilos - que sempre foram produzidos por quem fazia o nobre Vinho do Porto, mas - que destinava-se, em grande parte, ao consumo do produtor e não a brilhar no mercado mundial. Foi com os Douro Boys que a região no nordeste de Portugal passou a ser reconhecida pela excelência global de seus vinhos e não somente pelos fortificados.
Da renovação a um novo establishment
Os Douro Boys surgiram em 2003, mas o movimento de renovação da imagem do vinho duriense vem desde a década de 1990, quando os cinco integrantes do grupo passaram a dar as cartas em suas empresas. Cristiano Van Zeller, da Quinta Vale D. Maria, já possuía diversos laços de família e amizade com outros importantes produtores do Douro, como Francisco Olazabal, da Quinta do Vale Meão, Tomás Roquette, da Quinta do Crasto, Francisco Ferreira, da Quinta do Vallado, e Dirk Niepoort.
Niepoort sempre foi tido como um jovem com ideias inflamáveis em um mundo muito tradicional e que enfrentou resistências em sua própria família para apostar nos vinhos tranquilos de alta qualidade. Em seus encontros para degustar, conversar e se divertir (estão sempre um a tirar sarro do outro), esses amigos perceberam que estavam em um movimento sinérgico em torno dos vinhos de mesa (como os portugueses chamam seus vinhos finos tranquilos) no Douro e que essa união poderia trazer maior notoriedade à região. "Nosso sucesso é o sucesso do Douro", garante Francisco Olazabal, que completa: "Muitas vezes não pensamos em nós mesmos, mas no Douro". E Dirk Niepoort vem em seguida: "Esse trabalho dos Douro Boys tem sido extremamente importante não só para nós, para o Douro, mas para Portugal. O objetivo não é só venda. O objetivo é levar uma imagem diferente do Douro. E todos ganham com isso".
Tomás Roquette insiste nesse tópico e diz que "o que tem faltado aos portugueses é que todos deem as mãos e promovam, em primeiro lugar, Portugal, como um país vinícola único - com as regiões demarcadas completamente diferentes, com uma gastronomia espetacular associada a cada uma delas - e depois promovam a sua marca. É isso que fizeram outros países como Chile, Espanha etc". Ele resume seu pensamento com a frase: "É ruim quando há apenas três vinhos portugueses em uma carta em Nova York, e 20 espanhóis. Quanto mais vinhos portugueses estiverem numa carta de vinhos, mais chance de escolherem o meu".
"O que tem faltado aos portugueses é que todos deem as mãos e promovam, em primeiro lugar, Portugal, como um país vinícola único"
Com o tempo, eles ajudaram sobremaneira a promover o Douro como um todo e atualmente os vinhos tranquilos daquela região têm sido os de maior pontuação nas publicações especializadas. "Temos, hoje, claramente uma grande responsabilidade sobre nossos ombros", afirma Roquette, atestando que a marca "Douro Boys" se tornou um case de marketing a ser estudado ("Fomos convidados para fóruns e teses de mestrado", conta). Um dos estudos mostra que os cinco membros aumentaram, conjuntamente, seus hectares e sua produção em 119% e 400%, respectivamente, desde 2002. Dessa forma, hoje, com todo o sucesso do grupo e de seus vinhos, é difícil entender que eles representem a revolução e não o alto padrão de mercado que um dia ajudaram a criar e estabelecer.
Em evento exclusivo, ADEGA conversou com João Ferreira Álvares Ribeiro (Quinta do Vallado), Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão), Dirk Niepoort, Joana Van Zeller (Quinta Vale D. Maria) e Tomás Roquette (Quinta do Crasto) e provou 10 de seus principais vinhos |
Estrelas que se unem
Ao conversar com os Douro Boys e provar seus vinhos, logo percebe-se que, apesar da coerência do discurso em prol da região, suas visões sobre o vinho são diferentes. "Temos uma perspectiva comum sobre o potencial do Douro, sobre a forma de promoção, mas não temos necessariamente as mesmas expectativas sobre como fazer, vinificar o vinho. Alguns têm a expectativa de fazer vinhos mais estilo Novo Mundo, outros no estilo do Douro tradicional. Cada um tem a sua interpretação", diz João Ferreira Álvares Ribeiro, da Quinta do Vallado.
Francisco Olazabal, que é responsável pelos vinhos de sua famosa Quinta do Vale Meão e também como enólogo no Vallado, concorda: "Temos visões individuais, separadas, um approach diferente por local. Nossos vinhos e nossas uvas são completamente diferentes".
Então, com tantas visões ímpares, seria possível fazer vinhos em comum? "Tivemos uma experiência em que fizemos o Douro Boys Cuvée 2005, um momento fantástico. Fizemos umas 600 e poucas Magnuns, que foram à leilão. Cada um trouxe amostras e fizemos um lote. É um vinho feito com uma barrica do melhor vinho de cada um, para comemorar os cinco anos do Douro Boys", lembra Dirk Niepoort. Foi feito um blend com Quinta do Vallado Reserva, Niepoort Batuta, Quinta do Crasto Maria Teresa e Touriga Nacional, Quinta do Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão, todos 2005. "Nunca tivemos o objetivo de produzir um vinho conjunto para comercializar. Mas somente para comemorar datas especiais", afirma Tomás Roquette. As garrafas foram leiloadas pela Christie's em inusitados lotes, que incluíam, além do vinho, atividades com os Douro Boys, como um jantar privado na casa de Dirk Niepoort ou uma aula de surfe com Miguel Roquette (irmão de Tomás). Hoje, as garrafas desse vinho, todas Magnum, são verdadeiras e valorizadas peças de colecionador.
Sem medo
Já famosos por romper com tradições durienses, esses "garotos" parecem não ter medo de se afirmar. Os Douro Boys não "têm problema em dizer que somos bons", afirma Olazabal. "Às vezes, os portugueses têm medo de promover os vinhos fora de Portugal", completa.
"O mais bonito do Douro Boys é que qualquer vinho que alguém prove de nós é bom. Você pode gostar mais de um ou de outro, mas o nível de qualidade é muito bom", segue Dirk Niepoort, que é complementado por Roquette: "Se você quiser provar vinhos portugueses e degustar os cinco Douro Boys, é certeza que vai provar cinco coisas boas da região. Assim, pode compreender bem a região e tem o tempo bem gasto".
Além disso, eles também se arriscam (e acertam) ao procurar novas alternativas de promoção além das batidas degustações formais, master classes etc. Para quem já foi à Vinexpo em Bordeaux, sabe que a programação paralela ao evento inclui jantares de gala e recepções em Châteaux. Há duas edições, porém, os Douro Boys promovem uma irreverente "pool party" (festa na piscina), em que os convidados vão tomar vinho com um "dress code" de bermudas e camisetas, e têm direito (segundo a lenda) a banho de piscina no final. "Queremos estar presentes de uma maneira muito alternativa e temos que ir por esse caminho. Se formos formais, somos engolidos pelos outros", aponta Roquette.
"A essência do Douro Boys, além de cinco amigos e cinco famílias tradicionalmente próximas, é que temos todos quase a mesma dimensão. Não há desigualdade" |
Lidar com o sucesso
Um dos segredos do sucesso da "trupe" certamente é a equalização das forças entre os membros. "A essência do Douro Boys, além de cinco amigos e cinco famílias tradicionalmente próximas, é que temos todos quase a mesma dimensão. Não há desigualdade. E estamos todos no setor de vinhos Premium", lembra Roquette.
Apesar de concorrentes entre si, ao "atuar" nos Douro Boys, eles mostram uma harmonia de ações sem par, como verdadeiros embaixadores da região. "A ideia foi sempre ter só os cinco membros. Pensamos depois em ter outros, mas cinco já não é fácil", conta Niepoort.
Roquette explica que, para funcionar - organizar viagens conjuntas e tudo mais -, o compromisso assumido com os Douro Boys é feito em uma reunião anual, em que se define o orçamento (que parte de todos os componentes) e o cronograma, que é conduzido com mão de ferro, muita organização (e uma dose de humor) pela "madrinha" dos Douro Boys e ex-esposa de Dirk Niepoort, a austríaca Dorli Muhr.
"Tem que ser uma decisão consensual. Mas não é difícil ter consenso. E assumimos o compromisso com o que está programado", diz o representante da Quinta do Crasto, que é seguido por João Ferreira: "As vantagens são tão grandes e isso tudo tem sido tão positivo que seria um tiro no pé deixar que algo desuna o grupo".
Em grupos musicais, não é difícil que o sucesso excessivo (ou a falta dele), faça com que os membros se separem e busquem novas maneiras de se promover. No Douro Boys, o sucesso não parece ter subido à cabeça de nenhum dos integrantes. Uma preocupação poderia ser falta de inspiração? "Certamente não é o nosso caso", ri Olazabal. Sendo assim, como uma boa banda de jazz, cada um deles é capaz de mostrar sua técnica, solando maravilhosamente bem, mas também reagrupando-se para uma harmonia em uníssono inspirador.
#Q#VINHOS AVALIADOS
Os Douro Boys estiveram no Brasil em julho para apresentar seus vinhos e sua região ao público. ADEGA teve a oportunidade de provar alguns dos vinhos top de cada integrante com exclusividade em um almoço harmonizado no restaurante Tasca da Esquina. Sendo assim, apresentamos a seguir avaliações de um pouco do melhor que o Douro pode produzir.
AD 93 pontos
CV - Curriculium Vitae Douro Tinto 2008
Quinta Vale Dona Maria, Douro, Portugal (Vinho Sul R$ 500). Com tradição na comercialização e produção de vinhos desde 1780, a família Van Zeller elabora este tinto exclusivamente a partir de vinhas velhas, com estágio de 22 meses em barricas de carvalho francês. Apresenta intensa cor vermelhorubi de reflexos púrpura e aromas complexos de frutas negras e vermelhas maduras, bem como notas minerais, florais e de especiarias doces, além de toques tostados e de alcaçuz. Em boca, é frutado, equilibrado, estruturado, tem boa acidez, taninos maduros e final longo e marcante. Elegante e intenso, surpreende pela harmonia do conjunto e qualidade da fruta. Carnes vermelhas mais gordurosas são sugestões para escoltá-lo. EM
AD 93 pontos
Niepoort Batuta 2008
Niepoort, Douro, Portugal (Mistral US$ 215). Tinto de pequena produção - foram feitas pouco mais de 15 mil garrafas - composto de Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e outras, exclusivamente advindas de vinhas entre 70 e 100 anos de idade, com estágio de 21 meses em barricas de 228 litros de carvalho francês. Apresenta cor vermelhorubi de reflexos violáceos e aromas de frutas negras maduras, notas florais, minerais e de especiarias, além de toques tostados e de tabaco. Em boca, é sutil, delicado, tem fruta de ótima qualidade, boa acidez, taninos finos e final longo e profundo. Tudo permeado por uma mineralidade que lhe aporta frescor e elegância. Deve ir bem com carnes vermelhas grelhadas menos gordurosas. EM
AD 92 pontos
Niepoort Redoma Reserva Branco 2010
Niepoort, Douro, Portugal (Mistral US$ 109). O brilhante enólogo Dirk Van der Niepoort elabora este branco composto por uvas Rabigato, Codega, Donzelinha e Arinto exclusivamente advindas de vinhas velhas de mais de 80 anos, fermentado e estagiado durante nove meses em barricas de 228 litros de carvalho francês. Apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas complexos de frutas brancas e cítricas, bem como pronunciadas notas minerais e florais, além de toques herbáceos e de frutos secos. No palato, é frutado, estruturado, equilibrado, tem bom volume de boca, ótima acidez e final longo e sedoso. Diferenciado, alia elegância, concentração e profundidade. Atum selado no azeite deve acompanhá-lo muito bem. EM
AD 90 pontos
Quinta Crasto Finest Reserve
Quinta do Crasto, Douro, Portugal (Qualimpor R$ 63). O simpático Douro Boy Tomás Roquette e seu irmão Miguel elaboram este tinto fortificado doce a partir de uma grande variedade de castas advindas de vinhedos de mais de 60 anos de idade, com estágio entre dois e quatro anos em tonéis de carvalho de 9 mil litros. Apresenta intensa e fechada cor vermelho/púrpura, bem como aromas de frutas vermelhas negras e maduras e em compota, além de notas florais, balsâmicas e de especiarias doces. No palato, é frutado, concentrado, cheio, tem ótimo equilíbrio entre acidez e doçura, taninos finos e final persistente e agradável. Lembra um LBV em concentração e intensidade de sabores e aromas. Queijos curados ou azuis devem são companhias ideais. EM
AD 92 pontos
Quinta do Crasto reserva Vinhas Velhas 2009
Quinta do Crasto, Douro, Portugal (Qualimpor R$ 174). Os primeiros registros dessa tradicional propriedade do Douro datam de 1615. Desde 1981 é administrada pela família Roquette e com a supervisão dos enólogos Dominic Morris e Manuel Lobo elaboram este tinto composto de mais de 25 variedades de uvas advindas de vinhedos de mais de 70 anos de idade. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas e negras maduras, bem como notas florais, tostadas e de especiarias doces, além de toques herbáceos e minerais. Em boca, é frutado, encorpado, equilibrado, tem ótimo volume de boca, acidez refrescante, taninos finos e final persistente e elegante. Carne de cordeiro assada ou ensopada são sugestões para escoltá-lo. EM
AD 94 pontos
Quinta do Vale Meão 2010
Quinta do Vale Meão, Douro, Portugal (Mistral - ainda não disponível). Francisco Olazabal trouxe consigo uma amostra de barrica da safra 2010, que será engarrafada no início de agosto. Tinto composto de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, com estágio em barricas de carvalho francês 80% novas e 20% de segundo uso. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos púrpura e aromas complexos de frutas negras maduras, notas florais, minerais e de especiarias doces, além de toques herbáceos e de alcaçuz. Em boca, é frutado, estruturado, equilibrado, profundo, muito elegante, tem ótima acidez, taninos sedosos e final longo e persistente. Surpreende pela delicadeza e sutileza sem perder em potência e concentração. Tem todos os requisitos para envelhecer magistralmente. EM
AD 91 pontos
Quinta do Vale Meão Meandro 2009
Quinta do Vale Meão, Douro, Portugal (Mistral US$ 62). Francisco Javier de Olazabal e seus filhos Francisco e Luisa são os responsáveis por elaborar este tinto composto de 35% Touriga Nacional, 30% Touriga Franca, 25% Tinta Roriz, 5% Tinta Barroca e 5% Sousão, com estágio em barricas de carvalho francês. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos púrpura e aromas de frutas vermelhas e negras maduras lembrando cerejas e ameixas, bem como notas florais, minerais e de especiarias doces, além de toques de chocolate e café. No palato, é frutado, sedoso, estruturado, equilibrado, elegante, tem acidez refrescante, taninos macios e final longo e persistente. Suculento e gostoso de beber, deve ir bem na companhia de carnes vermelhas e embutidos em geral. EM
AD 92 pontos
Quinta do Vallado Reserva Field Blend 2009
Quinta do Vallado, Douro, Portugal (Cantu R$ 210). De 1716, a Quinta do Vallado é uma das mais famosas e antigas do Douro e sob a batuta do talentoso enólogo Francisco Olazabal elabora este tinto a partir de uvas 65% advindas de vinhas de mais de 70 anos - Tinta Roriz, Tinta Amarela, Touriga Franca, entre outras - e o restante de vinhas de Touriga Nacional entre 10 e 15 anos. Apresenta intensa cor vermelhorubi de reflexos violeta e aromas de frutas negras maduras, notas florais, de especiarias doces, além de toques tostados e de tabaco. Em boca, é frutado, encorpado, sedoso, tem bom volume de boca, acidez na medida, taninos macios e final persistente. Tinto voluptuoso, exuberante. Deve ir bem com cabrito assado ou carnes de caça em geral. EM
AD 89 pontos
Quinta do Vallado Mosacatel Galego 2010
Quinta do Vallado, Douro, Portugal (Cantu R$ 72). João Ferreira Álvares Ribeiro, descendente direto da lendária Dona Antónia Adelaide Ferreira, é um dos responsáveis por elaborar este branco exclusivamente a partir de uvas Moscatel Galego 50% advindas de um vinhedo de mais de 30 anos, sem passagem por madeira. Apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas de frutas brancas maduras, bem como agradáveis notas florais e herbáceas, lembrando hortelã. No palato, é frutado, limpo, equilibrado, tem boa acidez e final médio e agradável. Apesar dos aromas "doces" típicos da Moscatel é bastante seco na boca, sendo muito gostoso e versátil, podendo ser servido como aperitivo ou na companhia de lulas salteadas com azeite e alho. EM
AD 91 pontos
VZ Van Zellers Douro Branco 2010
Quinta Vale Dona Maria, Douro, Portugal (Vinho Sul R$ 159). Cristiano Van Zeller é o responsável por elaborar este branco exclusivamente a partir de castas portuguesas advindas de vinhas de mais de 60 anos de idade, com fermentação e estágio em barricas novas de carvalho francês. Apresenta linda cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas de frutas brancas e tropicais maduras, bem como notas florais e minerais, além de toques de baunilha e de manteiga. No palato é frutado, equilibrado, untuoso, tem ótima acidez e final persistente. A madeira está bem integrada ao vinho, conferindo cremosidade e elegância ao conjunto. Peixes mais gordos ou frutos do mar grelhados devem acompanhá-lo com maestria. EM