A Quinta do Crasto conseguiu unir elegância e clima familiar às belezas estéticas e vitivinícolas do Douro
Christian Burgos Publicado em 03/07/2008, às 08h17 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h45
Céu e água se unem na piscina da vinícola, na qual o Douro parece ser sua continuação |
Casa de hóspedes abrange uma enoteca e mais um acervo com fotos e recordações da vinícola |
Freqüentemente ouvimos comentários de que o Douro é a região vitivinícola mais bonita do mundo. Certamente, se existisse uma seleção das Sete Maravilhas do Mundo do Vinho esta região seria uma delas. A Quinta do Crasto conseguiu se valer desta maravilha natural e aí estabeleceuse há mais de um século.
Olhando para cima, a partir das margens do Douro, esta vinícola encontrase no alto de uma elevação vigiando o Douro como um forte cercado e protegido por vinhedos e antigas oliveiras assentadas em socalcos. Vem daí o nome Crasto, oriundo do latim cratum que significa forte romano. Para quem não conhece os socalcos, são formado artesanalmente pela extração e empilhamento de lascas de Xisto, mineral abundante na região e que batiza um dos belos vinhos da casa.
As instalações desta centenária vinícola são ao mesmo tempo belas e aconchegantes, remetendo a um ambiente familiar e que recebe amigos vindos de todo o mundo. Pouco tempo se passa dentro da casa principal ou da casa de hóspedes com um cenário tão belo do lado de fora, mas todas as janelas possuem vista privilegiada da paisagem.
Quinta do Crasto está cercada por vinhedos e oliveiras |
Na casa de hóspedes, uma biblioteca de livros e revistas de todo o mundo tendo o vinho como temas pode ser apreciada entre as fotos e recordações da família. Sentado nas poltronas podese ver em destaque uma foto dos irmãos Tomás e Miguel Roquette, ainda meninos, tendo ao fundo o Corcovado, tirada no período em que viveram no Brasil.
As refeições são feitas em uma grande mesa ao ar livre, com vista maravilhosa, sempre acompanhadas pelos grandes vinhos do Crasto. Um passeio pelo entorno da casa trará como surpresa uma bela capela no ponto mais alto da elevação, de onde se tem uma visão 360 graus da propriedade. A caminhada para a capela construída há mais de século passa por um pequeno bosque de árvores muito antigas que se juntam como um túnel sobre nossas cabeças.
A produção da vinícola está em constante ampliação |
Outra surpresa é aquela que acredito ser a mais bela piscina de Portugal. Sua água cristalina reflete o céu e confunde- se com as águas do Douro, visto a dezenas de metros abaixo. Um Marco Pombalino datado de 1758 pode ser visto na propriedade, herança desta que é a primeira região com demarcação geográfica do mundo.
Lagares, onde as usas são tratadas com método tradicional |
Este ambiente familiar consegue integrar- se com elegância a uma moderna infra-estrutura para a produção de vinhos, que está em constante ampliação. Os planos incluem o enoturismo com acomodações em dez quartos. Tomás Roquette fala em melhorias para receber os hóspedes, mas eu contesto a qualquer necessidade neste sentido.
Vista da vinícola secular que vigia o Douro |