Vinhos diferenciados

Com uma carta de 65 rótulos, o carioca Mio tem uma boa oferta de brancos e não cobra taxa de rolha aos clientes

Marcelo Copello Publicado em 17/12/2007, às 14h25 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h44

Em minha peregrinação por cartas de vinhos de bons restaurantes do Brasil e do mundo, uma das constatações é que estes podem ser ótimos lugares para um dos esportes prediletos dos amantes do vinho: o garimpo de garrafas. Cartas extensas como a do Mio, por exemplo, por vezes guardam vinhos diferenciados, já fora dos catálogos das importadoras e prateleiras das lojas, e nem sempre caros.

Desde sua inauguração, em 2004, o Mio é referência em carta de vinhos na restauração carioca. Seu dono, Anílton Ambrósio, um amante dos bons caldos de todas as origens, pode ser visto sempre ao bar do restaurante com uma taça na mão, provando a última novidade do mercado. Seu mais novo empreendimento é uma loja de vinhos dentro do restaurante, com 180 rótulos (que não constam da carta).

A cozinha do chef Walterlan Oliveira é italiana tradicional, com um cardápio bem extenso, totalmente coberto pelos 360 rótulos da carta. Chamou a atenção ver uma boa seleção de vinhos brancos (65 rótulos de 13 países), climatizados a parte, para que cheguem à mesa já gelados. O investimento dá resultado, pois, segundo Anilton, a casa vende 40% de brancos, coisa rara no Brasil. Como é comum em muitas listas, os países mais representados são os de maior prestígio, França e Itália, mas o que vende mais é Chile.

Adega do Mio

Como dica sugiro começar por uma entrada de polvo grelhado (R$53,00) e seguir direto para um Pargo (R$65,00), que, servido inteiro coberto de sal grosso, impressiona. Para acompanhar, um Sauvignon Blanc chileno, “Portal del Alto 2004”, sai em conta em meia garrafa (R$33,00). Para os garimpeiros mais ousados, uma pérola da carta é um branco do prestigiado Ângelo Gaja, por apenas R$308,00, da histórica safra de 1996, o “Rossj Bass Chadronnay Langhe”, que está excelente. Quem quiser o casamento carne-tinto, há a picanha de avestruz (R$78,00), que pode ser perfeitamente escoltada pelo tinto argentino “Syrah Los Cardos 2004” (R$56,00), ou abrilhantada pelo fantástico tinto toscano “Camartina 1999”, mais em conta que no importador, por R$349,00. A carta guarda safras raras e garrafas caras, como um “Petrus 1982”, por R$35.500,00, além de boas compras aos olhares atentos.

Para a sobremesa, a casa oferece uma ótima seleção de vinhos: 13 opções, incluindo vários tipos de Porto em taça e garrafa. O sommelier que me atendeu ainda é um aprendiz, precisa de estudo e de “litragem”. As taças são boas e a bela adega climatizada no segundo andar guarda cerca de três mil garrafas. A oferta de vinhos em taça é boa, 24 rótulos, complementada pelas 15 opções em meia garrafa. Para finalizar, uma boa notícia: a casa não cobra taxa rolha aos que trouxerem suas garrafas.

ADEGA
CARTA DE VINHOS
COPOS
SERVIÇO
ACONSELHAMENTO
VINHO EM TAÇA
TAXA DE ROLHA não cobra

Mio – Rua Farme de Amoedo 52 – Ipanema Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2523-2886