Veja nossa avaliação e escute o podcast ou vídeocast de nossa conversa exclusiva com Francisco Baettig, o enólgo da Viña Seña e do Viñedo Chadwick
André De Fraia Publicado em 11/07/2022, às 06h35
No Podcast ADEGA #24, Christian Burgos e Eduardo Milan bateram um papo exclusivo com Francisco Baettig, enólogo-chefe da Viña Seña e do Viñedo Chadwick.
Para fazer vinhos de culto, verdadeiros ícones, é preciso deixar de olhar para o umbigo e provar outras coisas, outros sabores, outras cepas, outras comidas e, assim, com o clima e solo únicos do Chile, fazer os grandes vinhos do futuro. [...] Deixaria de usar a palavra ícone. Para mim, os ícones se transformam em tal não porque o sujeito ou coisa considerado/a como tal declare a si mesmo como ícone, mas porque ganhou essa qualificação do exterior, do consumidor, do adorador”.
Apesar da posição controversa, não há como negar que das mãos de Baettig saem grandes vinhos, confira abaixo a resenha completa do editor de vinhos Eduardo Milan dos dois futuros lançamentos, o Seña e o Viñedo Chadwick, ambos safra 2020, que estrearão no mercado em outubro na La Place de Bordeuax:
Um blend de 53% Cabernet Sauvignon, 25% Malbec, 15% Carménère, 7% Petit Verdot, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 90% em barricas (78% novas) e 10% em foudres.
Muito bem-feito para um ano mais quente como o de 20020 é um vinho que impressiona pelos taninos firmes e de textura arenosa, chamando atenção pela qualidade e nitidez de fruta vermelha e negra, maduras no ponto certo. Tem final cheio e persistente, com toques de grafite, de alcaçuz, de cassis e violetas.
Fluido, nítido, preciso e muito gostoso de beber, está jovem ainda, mas tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos 20 anos.
O Viñedo Chadwick 2020 é um 100% Cabernet Sauvignon, com estágio de 22 meses em carvalho francês, sendo 75% em barricas novas e 25% em foudres. Impressiona pela fluidez e pela nitidez de frutas vermelhas e negra de perfil mais fresco, mesmo para um ano mais quente e extremado como o de 2020.
Nessa versão, apresenta taninos de textura mais granulada, quase arenosa, um pouco distinta da encontrada em anos considerados mais frescos (como 2016, por exemplo), mas mantendo o equilíbrio e a harmonia tão costumeiros nesse vinho. Tem final suculento e persistente, com toques de grafite, de ervas, de alcaçuz e de cassis.
Paciência com ele na taça ou na garrafa, para que mostre todas as virtudes.
Confira abaixo o Podcast ADEGA #24: