Geração que nasceu no pós-Guerra é a maior consumidora de vinho nos Estados Unidos hoje e a diminuição de seu poder aquisitivo devido às aposentadorias pode significar queda na demanda
Redação Publicado em 30/01/2014, às 09h12 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04
Pesquisadores do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, começaram a alertar para a dificuldade de os jovens bebedores de vinho do país em se igualar ao poder financeiro da geração “baby boom”, que abrange os nascidos no período pós-Segunda Guerra Mundial e que irá se aposentar na próxima década – colocando pressão sobre as vendas da bebida.
Apesar da pujança vivida nos últimos anos com o aumento da demanda por vinhos nos Estados Unidos, analistas do Silicon Valley Bank, acreditam que os produtores locais enfrentarão tempos difíceis no futuro próximo. Em relatório distribuído para a indústria em 2014, há um alerta a respeito de um lapso do poder de compra dos consumidores, já que os ricos da geração baby boom estão atingindo a aposentadoria.
Segundo o estudo, houve uma queda no consumo de bebidas com a aposentadoria da geração anterior à Segundo Guerra Mundial em meados dos anos 1980, quadro que só foi revertido em 1994, quando houve um grande impulso no mercado com os “baby boomers”, gerando um crescimento que durou por duas décadas.
Os baby boomers com idades entre 48 e 65 anos são responsáveis por 44% das vendas de vinho dos Estados Unidos. E, de acordo com os analistas, o drama está na quantidade de aposentadorias, estimada em 11.500 por dia. Assim, os pesquisadores acreditam que uma forte pressão no mercado de vinho ocorrerá na próxima década, com probabilidade de eclosão em sete anos.
Rob McMillan, fundador da divisão de vinhos do Silicon Valley Bank, acredita que deva haver uma atenção maior no poder de compra do grupo mais jovem de consumidores, chamado de “geração Y”, a geração da internet. De acordo com ele, consumidores da geração Y estão emergindo da recessão e estão sendo cortejados pelo comércio de vinho via internet, mas talvez não sejam capazes de sustentar a indústria nos patamares de hoje. “Consumidores mais jovens são mais engajados em vinho do que as gerações mais velhas, porém, não importa apenas o desejo de comprar vinho, é a capacidade de comprar que conta”, afirma. “A geração mais nova tem a mesma oportunidade de criar riqueza que a anterior? A resposta, na minha opinião, é que ão. Os desafios econômicos dos mais jovens são maiores do que a dos ‘baby boomers'”, conclui.