Redação Publicado em 19/04/2006, às 08h10 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h43
Coimbra é uma das cidades da Região de Beiras. |
Beiras estende-se por uma geografia peculiar, em sentido longitudinal do Oceano Atlântico até a Espanha, o que lhe garante uma diversidade única.
#R#A partir do ano de 1390 nos reinados de D. João I e D. João III, os vinhos desta área do país, tinham sido alvo de medidas de proteção, dada a sua qualidade e importância econômica, de forma que toda a região está delimitada para a produção do Vinho Regional Beiras. Devido à suas características diferenciadas, estão reconhecidas três sub-regiões: a "Beira Litoral", a "Beira Alta" e "Terras de Sicó".
A área geográfica da "Beira Alta" engloba a área de produção do DOC Dão, situada no centro Norte de Portugal, num enclave montanhoso que forma uma importante barreira contra as massas úmidas do litoral e aos ventos agrestes do continente. O clima é temperado, embora bastante frio e chuvoso no inverno e muito seco e quente no verão. As vinhas predominam entre altitudes de 400 e 500 metros, podendo chegar até 800 metros. Estão instaladas em solos graníticos , geralmente pouco férteis e com afloramentos xistosos.
Os vinhos do Dão, apresentam-se normalmente com uma bela coloração rubi e corpo redondo, dando um toque aveludado à boca. Com o envelhecimento, o bouquet se enriquece e o rubi ganha tons atijolados.
Um pouco mais ao Norte desta região, é produzido o IPR Lafões. Ali, os solos são geralmente mais férteis, e a região assemelha- se à do Vinho Verde, tanto pela condução das videiras - campos de cultura com a vinha alta a servir de bordadura - quanto pelas características dos vinhos (os brancos são ácidos, pouco alcoólicos e bastante frutados e os tintos têm um bom poder de envelhecimento). O nome deriva do árabe "Alafões", que significa "dois irmãos". Uma alusão aos montes, hoje conhecidos como Castelo e Lafões.
Seguindo para o nordeste, encontramos a área de produção do DOC Távora-Varosa marcada pela qualidade superior de seus vinhos - resultado da combinação de solos graníticos e às vezes xistosos, de erosão acentuada e ácidos, com o clima temperado e seco, mas com invernos bastante rigorosos. A região é delimitada pelos rios Paiva e Távora, no sopé das encostas da Serra da Nave, dando origem a excelentes vinhos.
A produção de vinhos na região da Beira Litoral teve grande impacto político e econômico, pois D. Afonso Henriques só autorizou a plantação das vinhas nessa região, sob a condição de que caberia a ele a quarta parte de todo vinho ali produzido. Foi nessa área, quase toda agrícola, com muito gado bovino para leite, prados e arrozais que se reconheceu a Denominação de Origem Controlada Bairrada, parada obrigatória dos viajantes, desde o século XIX para saborear a famosa receita de leitão acompanhada por um vinho espumante da região. O clima é mediterrânico, com noites frescas mesmo nos verões mais quentes. Nos terrenos predominantemente arenosos e pobres, a vinha é normalmente cultivada em solos argilosos e argilo-calcários.
Os famosos tintos têm cor granada a rubi e ganham um tom castanho com o envelhecimento. Quando novos possuem aroma frutado, que se torna mais complexo com o passar do tempo. Já os brancos têm reflexos esverdeados com sabor fresco, mas persistente. Os rosados, de aroma frutado que revelam a casta de onde provêm, têm acidez moderadamente elevada, o que deixa um frescor na boca. Produzidos pelo método tradicional ou de fermentação em garrafa, os espumantes podem ser, quanto ao grau de doçura, brutos, secos ou meiosecos, apresentando-se com aromas florais ou frutados quando jovens, enquanto que os mais velhos, denotam os aromas do contato mais ou menos prolongado, com as borras da segunda fermentação.
#Q#Na zona da Beira Interior - área que se estende numa faixa ao longo da fronteira com a Espanha - o vinho foi, durante séculos, o produto agrícola predominante. A cultura da vinha desenvolveu-se significativamente no final do século XI, pelas mãos dos monges de Cister. Recentemente, os vinhos desta região foram reconhecidos na categoria de DOC Beira Interior. Justiça feita aos tintos vivos e brilhantes e aos brancos aromáticos, cheios e persistentes no sabor.
Além destas DOCs, em toda a região das Beiras, também é produzido e certificado o vinho Regional "Beiras"- vinho de mesa com Indicação Geográfica.
Principais castas:
TINTAS: Alvarelhão, Aragonez, Alfrocheiro, Baga, Camarate, Amaral, Bastardo, Jaen, Malvasia Preta, Marufo, Castelão, Rufete, Tinta Barroca, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Rufete, Syrah, Tinto Cão, Barca, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira, Vinhão
BRANCAS: Bical, Arinto, Cercial, Chardonnay, Dona Branca, Fernão Pires, Folgasão, Gouveio, Malvasia Fina, Malvasia Rei, Rabo de Ovelha, Sercealinho, Verdelho, Barcelo, Bical, Encruzado, Bical, Vital, Terrantez, Uva Cão, Síria e Viosinho.
Caracterìstcas dos vinhos:
TINTOS: Cada região apresenta suas características próprias. Os vinhos do Dão são cintilantes, de cor rubi, encorpados, elegantes e de aromas delicados. Com o tempo, tornam-se aromáticos e aveludados. Os de Távora-Varosa, apresentam coloração rubi claro, leves, suaves, e com alguma frescura. Os de Lafões, têm elevada acidez fixa e largo poder de envelhecimento. Já os da Bairrada, se destacam pelos aromas frutados, quando novos, evoluindo com a idade para aromas mais complexos. Por último, os da Beira Interior são vivos e frescos.
BRANCOS: Os do Dão caracterizam-se por sua leveza e frescura, apresentando uma cor amarela citrina, de aroma suave e sabor frutado. Os de Távora-Varosa, também de cor citrina, apresentam aromas de frutado intenso a citrinos, com destaque dos aromas primários. Os de Lafões, são "sui generis," pouco alcoólicos, frutados, ricos em acidez málica e com "agulha". Já os da Bairrada, apresentam a cor citrina comum aos outros, refletindo tons esverdeados. Têm sabor harmonioso, fresco e persistente. Os da Beira interior são bastante aromáticos.
Entidade certificadora:
Cada região tem sua própria entidade certificadora.
A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior, certifica o D.O.C. Beira Interior.
A do D.O.C Bairrada é feita pela Comissão Vitivinícola da Bairrada.
O D.O.C. Dão é certificado pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão-F.V.D.
O I.P.R Lafões é certificado pela Comissão Vitivinícola Regional de Lafões
O D.O.C. Távora - Varosa é certificado pela Comissão Vitivinícola Regional de Távora - Varosa.
A entidade que certifica o Vinho Regional "Beiras" é o Conselho Vitivinícola Regional das Beiras
#Q#As Caves Aliança, fundadas há mais de 75 anos por 11 associados, foi liderada por Domingos Silva e Angelo Neves, em Sangalhos, na região Demarcada da Bairrada. A empresa começou a exportar para o Brasil, África e Europa e hoje é um sinônimo de bons vinhos espumantes e aguardentes de qualidade. A forte aposta na qualidade levou a empresa a adquirir Quintas nas principais regiões como o Alentejo, Dão, Douro, Bairrada e as Beiras. NOME: Caves Aliança |
As Caves da Montanha, sediadas em Anadia, foram fundadas em 1943, por Adriano Henriques, passando desde de pai para filho, estando neste momento já na quarta geração. A forte aposta na qualidade levou a empresa a adquirir Quintas nas principais regiões como o Alentejo, Dão, Douro, Bairrada e as Beiras. NOME: Caves da Montanha - A. Henriques, Lda |