Redação Publicado em 08/06/2009, às 12h20 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h46
A Comissão Europeia anunciou nesta segunda-feira que desistiu da proposta de autorizar a produção de vinho rosado mesclando tinto com branco, uma iniciativa que era criticada por produtores franceses, espanhóis e italianos como uma tentativa de enganar o consumidor.
"Não mudaremos as regras de produção do vinho rosado", afirma a Comissão em um comunicado, depois que os vitivinicultores dos três países intensificaram a campanha de pressão nas últimas semanas, com o apoio dos governos francês e italiano.
Os presidentes dos consórcios que controlam as DOCs Garda Classico e Bardolino, Sante Bonomo e Giorgio Tommasi, chegaram a enviar uma carta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para defender a produção do "verdadeiro vinho rosé".
"Nós devemos ser contra uma lei que permite a mistura de vinhos tintos e brancos para a fabricação de um rosé. Essa proposta é humilhante para os produtores de rosé e para os consumidores de vinho", afirmou Bonomo.
"Essa nova maneira de produção vai prejudicar o mundo inteiro. Além de legalizar um produto falso, a Comunidade Europeia estará padronizando vinhos de baixa qualidade", completou.
Os vitivinicultores estavam preocupados, pois, se fosse aprovada, a medida da Comissão permitiria que um vinho rosé feito com misturas tivesse a mesma etiqueta de um rosé fabricado do jeito tradicional, o que prejudicaria as vendas dos originais.
A proposta tinha como objetivo aumentar a concorrência dos rosés europeus com os produzidos no Novo Mundo, que chegam ao mercado mais baratos justamente por serem produzidos a partir da mistura de fermentados tintos e brancos.
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