Dias de prova
Redação Publicado em 15/05/2013, às 08h45 - Atualizado em 31/07/2013, às 00h56
Feiras de vinho são parques de diversões para os enófilos. Um sem fim de produtores e rótulos reunidos permitem degustar coisas novas, ou mesmo repetidas - apenas para confirmar nossa avaliação. Então, quando surge um evento assim, é natural que taças sejam empunhadas em busca de surpresas e deleite em goles.
As feiras são uma ótima oportunidade para os apaixonados, mas acima de tudo para aqueles que trabalham com vinho. Diversos produtores se dispõem a vir ao Brasil para apresentar suas novidades e buscar importadores. Indubitavelmente, nesse sentido, as feiras são catalizadores de negócios.
Neste ano, em que a principal novidade da Expovinis foi sua venda para o grupo SIAL, pôde-se notar mais pontualmente a imensa presença de pavilhões de países que trouxeram produtores em busca de novos mercados. Os já estabelecidos no Brasil e muitos de seus importadores também aproveitaram o momento para mostrar seus produtos, seja dentro da própria Expovinis, seja fora. Dessa forma, abril se torna um dos meses mais agitados para o mercado, com eventos quase que concomitantes.
A equipe de ADEGA se desdobrou e esteve em diversos deles, como o Vinho e Sabores de Portugal e o Italian Road Show, por exemplo, pinçando o que de melhor havia para apresentar a você. Então, se você perdeu alguns desses eventos ou não conseguiu degustar algumas centenas de vinhos para eleger os melhores, não tem problema, nós fizemos isso para você e, nesta edição, apresentamos mais de 150 rótulos que se destacaram neste último mês.
Mas, além de caçar tesouros tivemos a oportunidade de degustar alguns dos melhores vinhos do mundo que vieram a nosso encontro, a começar pelo Pingus, de Peter Sisseck, o enólogo dinamarquês que desembarcou em Ribera del Duero nos anos 1990 e logo produziu um dos mitos da atual vitivinicultura espanhola. Em uma entrevista exclusiva, ele mostra sua paixão pelas técnicas biodinâmicas e admite que ainda não encontrou a melhor expressão do Tempranillo. Em seguida entramos num tema polêmico e crucial para a exploração de novos terroirs e para tempos de aquecimento global, o uso da altitude como contraponto da latitude das regiões vitivinícolas. Depois, revelamos a história de Egon Müller, o produtor de alguns dos mais famosos Riesling do mundo. E, por fim, no Novo Mundo, desvendemos os terroirs da África do Sul e seus vinhos, além de desbravar novas terras no Brasil e descobrir que é possível fazer bons vinhos em Minas Gerais e Goiás.
Saúde,
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo