Fraude generalizada no Rhône

Agência francesa aponta mais de 48 milhões de litros de vinho falsificados de denominações do Rhône

Redação Publicado em 30/05/2018, às 09h00 - Atualizado em 09/05/2019, às 15h22

 

Segundo um relatório da DGCCRF (Direção Geral da Política de Concorrência, Defesa do Consumidor e Controle da Fraude) na França, entre outubro de 2013 e junho de 2016, Raphaël Michel, um comerciante de vinhos a granel no Vale do Rhône, vendeu o equivalente a 13 piscinas olímpicas de vinho de mesa como se fossem de denominações clássicas dessa região do sul da França. Entre elas 108.000 caixas de Châteauneuf-du-Pape.

De acordo com o relatório da DGCCRF, entre 2013 e 2016, o comerciante vendeu cerca de 20 milhões de litros de vinho de mesa – o equivalente a 2,23 milhões de caixas – como vinhos de denominações famosas, como Côtes du Rhône, Côtes du Rhône-Villages e Châteauneuf-du-Pape. “No total, a fraude atingiu mais de 48 milhões de litros de vinho, o equivalente a 5,33 milhões de caixas de vinho falso, 15% da produção da Côtes du Rhône durante esses anos”, afirmou o relatório.


Em 27 de junho de 2017, o presidente da Raphaël Michel, Guillaume Ryckwaert, e outros diretores foram levados sob custódia. Dois dias depois, Ryckwaert foi acusado de fraude, mas liberado sob fiança e proibido de trabalhar na empresa. Ele nega as acusações.

Ryckwaert era considerado um prodígio do mundo do vinho a granel. Raphaël Michel possui operações significativas em Provence, Languedoc- Roussillon, na Argentina e no Chile.
A empresa também é dona de uma enorme plataforma de vinhos na Itália chamada Oenotria-Cluster, que estoca vinhos a granel de diferentes variedades e qualidades de nações do Novo Mundo, como Chile, Austrália e África do Sul, e atua como um balcão único para compradores internacionais. No ano passado, após a prisão de Ryckwaert, a empresa registrou dívidas de 20 milhões de euros e buscou proteção dos tribunais de falências.

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