Agricultores questionam que lei afetará de 15 a 20% das produções de uva do país
Redação Publicado em 22/08/2014, às 08h55 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04
Uma proposta de lei que permitirá às autoridades francesas forçar os produtores e agricultores a parar com o uso da pulverização de pesticidas foi aprovada pelo senado após as preocupações com os resíduos encontrados nas aldeias próximas aos vinhedos. No entanto, o senado rejeitou o apelo dos ativistas que pediam zonas totalmente livres de pesticidas.
A proposta de lei pede aos produtores e agricultores que não façam uso da pulverização de pesticidas em áreas próximas a concentrações populacionais, mas, se não houver como, a orientação é que os mesmos passem a usar equipamentos especiais. Se as solicitações não forem seguidas, as autoridades locais terão total liberdade de definir uma distância mínima entre o local onde os pesticidas devem ser usados e as casas, por exemplo.
O debate sobre o uso de pesticidas teve grande repercussão após várias crianças de escolas, aldeias e hospitais próximos a vinhedos terem adoecido com suspeita de envenenamento causado pelos pesticidas. Contudo, nenhuma delas ficou seriamente prejudicada.
Porém, o ocorrido foi o suficiente para que o novo Ministro do Meio Ambiente da França, Ségolène Royal, anunciasse sua intenção de proibir a pulverização de pesticidas num raio de 200 metros de escolas. Grupos de campanhas ambientais também pediram para que a proibição do uso de pesticidas vigorasse nas regiões próximas a cidades e vilas.
No entanto, alguns senadores não ficaram satisfeitos com a ideia de zonas de exclusão obrigatórias, pois, para alguns produtores de vinho, o limite de 200 metros pode causar prejuízos significativos para o setor.
Para o vice-presidente do sindicato dos produtores de Bordeaux e Bordeaux Superieur, Jeremy Ducourt, algo realmente tem de ser feito para garantir as aplicações mais seguras de pesticidas. “Estamos totalmente de acordo, mas um limite de 200 metros afetaria de 15 a 20% as produções de Bordeaux e do restante da França”, comentou Ducourt.