Desejados em todo o mundo e cada vez mais caros, os vinhos ícones buscam alternativas para minar os assaltos
Glaucia Balbachan Publicado em 13/12/2021, às 14h00
Polícia francesa investiga caso de roubo na vinícola Château Sipian. Foto: Thibaud Moritz/ AFP
Em setembro de 2020, oito ladrões entraram no armazém de um grande comerciante de Bordeaux rastejando no chão e colocando o vinho em uma prancha com rodas para evitar detectores de presença. Um roubo que causou um prejuízo de um milhão de euros.
Este foi apenas mais um dos grandes assaltos visando vinhos na França. Desde 2018, o roubo de ícones progrediu especialmente na região de Bordeaux, com pelo menos 20 casos registrados, segundo a promotoria framcesa, e um valor total que se aproxima de 5 milhões de euros.
"Com os preços subindo em alguns anos, alguns vinhos se tornaram um alvo privilegiado dos ladrões, especialmente quando podem ser vendidos muito facilmente, não como uma pintura", diz um porta-voz do Conselho Interprofissional de Vinho de Bordeaux.
O destino dessas bebidas, segundo investigadores franceses, são restaurantes no exterior, especialmente na China, o primeiro mercado de vinhos de Bordeaux em termos de valor e volume.
"Os vinhos são exportados para a China, restaurantes, comerciantes ou para indivíduos por meio de redes informais", disse o coronel da Gendarmerie Jean-Baptiste Félicité.
A França derrubou uma rede de roubo e contrabando em uma operação que durou entre dezembro de 2020 e março de 2021 e prendeu cerca de 20 suspeitos, incluindo um elo-chave: um chinês com sede na região de Bordeaux.
Para tranquilizar o setor, múltiplas ações serão tomadas pelos órgãos responsáveis e produtores: compartilhamento de informações, investigação judicial, prevenção e mobilização de todas as forças de segurança, incluindo a polícia local.
O Conselho Interprofissional de Vinho de Bordeaux também estuda a possibilidade de atribuir uma "identificação específica a cada garrafa", por meio de um QR Code, para "rastrear os canais de revenda" em caso de roubo.
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