Nova fraude atinge Brunello di Montalcino

Polícia investiga consultor que tentava rotular vinhos baratos como Brunello di Montalcino

Redação Publicado em 16/09/2014, às 14h10 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04

Autoridades italianas descobriram um esquema de falsificação que tenta vender vinhos inferiores como sendo Brunello di Montalcino. A Guardia di Finanza, responsável pela investigação de crimes financeiros, anunciou que a polícia apreendeu 180 mil litros de vinho das safras 2008 até 2013, cujo valor estimado é de US$ 3,87 milhões. 

Valor da fraude chega a US$3,87 milhões

A investigação teve início no começo deste ano após Valoritalia, a agência que controla a denominação Brunello di Montalcino em cooperação com o Consorzio del Vino Brunello di Montalcino, constatar irregularidades na produção, levando o caso às autoridades.

Um consultor de vinhos está sendo acusado de propaganda enganosa, fraude, estelionato e acesso não autorizado a um sistema de computador. O profissional em questão não era um enólogo, mas prestava serviços administrativos e de negócios para inúmeros pequenos produtores.

Investigadores afirmam que o consultor falsificou documentos e ajustou os valores da produção para corresponder aos volumes de vinho das últimas seis safras.

O vinho ainda estava descansando em tanques e barris, e destes, cerca da metade foi nomeada como Brunello e o resto como Rosso di Montalcino. “Dentro dos barris e tanques havia Sangiovese de Montalcino, mas não Brunello", disse Fabrizio Bindocci, presidente do Consorzio del Vino Brunello di Montalcino.

Nenhuma das vinícolas envolvidas foi identificada e a investigação continua no Ministério Público de Siena. Para o Ministério, resta saber se as vinícolas foram enganadas pelo suposto fraudador ou são coniventes com ele.

De acordo com o Consorzio, o acontecimento poderia acarretar em danos à denominação Brunello di Montalcino. “Nossa denominação tem a força e os instrumentos para localizar, isolar e combater com sucesso os abusos causados à reputação do Brunello”,defendeu o Consorzio.

O escândalo é o terceiro a atingir a região nos últimos seis anos. Em 2008, várias vinícolas foram acusadas de misturar outras uvas juntamente com Sangiovese em seus vinhos, o que não é permitido na denominação de Brunello di Montalcino. Até 2011, a maioria dessas acusações já havia sido resolvida.

Em maio deste ano outro escândalo envolveu Brunello. A polícia italiana apreendeu mais de 30 mil garrafas de vinho barato rotuladas pelas engarrafadoras como Brunello di Montalcino e Chianti. As autoridades, porém, ainda investigam seis empresas não identificadas, que tentaram exportar os vinhos falsificados.

Chianti Brunello di Montalcino