Antigas crenças dizem que o óleo de oliva faz bem para diversas coisas. Agora, não é que a medicina provou que nossos avós estão certos?
João Calderón Publicado em 02/04/2009, às 11h31 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h45
Por muitos e muitos anos, o azeite desempenhou um papel importante na medicina popular. Algumas tradições sempre foram tidas como eficientes, porém mais se parecem com simpatias ou mitos e que não eram, ao ver da maioria crenças, confiáveis. Meu avô, por exemplo, sempre me disse que tomar uma colherada do óleo de oliva antes de beber era uma maneira de evitar a ressaca. Nunca confiei muito nisso e nunca testei.
Hoje, a medicina redescobre estas crenças através de estudos recentes, mostrando-nos que, muitas vezes, a tradição popular estava correta. Como no caso de meu avô, o azeite realmente retarda o efeito do álcool. Ao se tomar uma colher do óleo, este impermeabiliza seu estômago e reduz a velocidade com que o álcool penetra na corrente sanguínea.
Como ingrediente da medicina popular ou não, o fato é que o uso medicinal do óleo de oliva existe desde a antiguidade. Uma das mais antigas alusões é feita pelo filósofo Aristóteles, em "Historia Animalia". O azeite era apontado como um lubrificante e também um método contraceptivo. Em Roma, era sugerida uma mistura de azeite, água do mar e vinagre para evitar a gravidez. Na Grécia antiga, centenas de referências ao seu uso medicinal foram encontradas nos escritos médicos.
E não é que faz bem mesmo?
Desde a antiguidade até os dias de hoje, muitos estudos têm sido elaborados a partir do óleo de oliva e são descobertas diversas aplicações deste na medicina. Devido à sua composição rica em ácidos graxos (hidrocarbonetos) monoinsaturados - e seu baixo teor de saturados -, o consumo do azeite de oliva relaciona-se diretamente à estabilidade do colesterol, uma vez que previne o acúmulo de gordura na corrente sanguínea. A presença destes hidrocarbonetos no óleo favorece também a eliminação de toxinas e proteção a membrana celular. Seus esteróis combatem o câncer de próstata, cólon e mama. E a vitamina E possui o papel de um agente antioxidante.
Através de pesquisas vinculadas às áreas de saúde, são identificados diversos benefícios do óleo de oliva para o nosso bem-estar. Além destes já citados, existem outros inimagináveis, como a proteção contra o declínio de funções cognitivas relacionadas à doença de Alzheimer; o favorecimento do funcionamento do pâncreas, sendo benéfico no controle do diabetes; a prevenção de gastrites e úlceras; o auxílio no fluxo biliar, prevenindo a formação de cálculos; a prevenção da osteoporose; entre outras diversas aplicações que já foram (ou serão) descobertas e estudadas.
Todos estes benefícios aumentam ainda mais as qualidades intermináveis deste precioso líquido. É engraçado imaginar que um produto tão saboroso e desejado seja indicado por seu médico, principalmente quando se trata de um óleo, composto basicamente por gordura. Portanto, continue experimentado as mais diversas variedades existentes do óleo de oliva extravirgem, porque, além de lhe dar prazer e satisfação, estará trazendo saúde.