Pêra-Manca, vinho que veio com Cabral no descobrimento do Brasil, lança sua safra 2015

Elaborado a partir de Aragonez e Trincadeira, o tinto alentejano só é produzido em anos excepcionais

André De Fraia Publicado em 05/10/2021, às 17h00

Nova safra do ícone Pêra-Manca é lançada

A Fundação Eugénio de Almeida, através da Adega Cartuxa, lançou essa semana a nova edição do ícone Pêra-Manca, rótulo que só é produzido em grandes anos.

A safra 2015 está limitada em 44 mil garrafas e passou 18 meses em balseiros (tonéis de grandes dimensões geralmente com capacidade para mais de 10.000 litros) de carvalho francês. Ali, com temperatura controlada é que ocorreu a fermentação do vinho, contribuindo para a complexidade típica do Pêra-Manca.

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O vinho, um blend de Aragonez e Trincadeira, descansou ainda por mais 48 meses em garrafa antes de ir para o mercado.

 “O Pêra-Manca tinto 2015, pela sua concentração em taninos, cumpriu um estágio em garrafa um pouco superior ao habitual, de forma que, neste momento, apresenta-se num ponto de evolução que permite, desde já, mostrar o seu elevado potencial, deixando para os anos que se seguem a possibilidade de acompanhar um infindável conjunto de nuances que só os grandes vinhos possibilitam”, diz em nota Pedro Baptista, Diretor da Fundação Eugénio de Almeida e enólogo da Adega Cartuxa.

Vinhedos da Adega Cartuxa no Alentejo

Cada garrafa do Pêra-Manca 2015 apresenta um sistema de segurança que permite ao consumidor garantir a sua autenticidade. Trata-se de um código único, associado à utilização de uma imagem holográfica e um QR Code, elaborados pela Imprensa Nacional Casa da Moeda – empresa portuguesa responsável, entre outras funções, pela produção de publicações oficiais e documentos.

O código permite a rastreabilidade do selo incorporado na cápsula da garrafa e pode ser validado no site do Clube Pêra-Manca, dando assim a garantia de aquisição de uma garrafa original.

O Pêra-Manca ganhou esse singular nome devido às características do seu vinhedo. Conta que ainda na idade-média quando as primeiras parreiras foram plantadas, os produtores perceberam que as pedras eram soltas e, com a inclinação do terreno, elas balançavam, mancavam. Eram “pedras mancas”!

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Ele ainda foi o vinho escolhido por Pedro Álvares Cabral para “brindar” com os nativos em 1500 quando português desembarcou pela primeira vez em terras brasileiras.

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