Segundo estudo, ovos de sapo foram usados para isolar um gene menos vulnerável ao oídio
Redação Publicado em 03/06/2014, às 10h51 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04
Uma equipe de cientistas da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, realizou recentemente experimentos para proteger as produções vinícolas de possíveis contaminações de doenças fungicidas como o oídio, por exemplo, uma das maiores pragas da vitivinicultura mundial há pelo menos dois séculos.
O estudo comandado pelo professor de ciências vegetais da universidade, Walter Gassmann, isolou um gene de Cabernet Sauvignon chamado NPF, ou família de transporte de nitrato e peptídio. "Transportadores de nitrato são proteínas que podem deixar passar moléculas (de nitrato) através das membranas. É como uma porta que se abre somente para os nitratos. Quanto mais nitrato a planta produz, mais ela suporta os patógenos que se infiltram, com o oídio", diz Gassmann.
Para que a pesquisa tivesse sucesso, contudo, foi necessária a ajuda de ovos de sapo, onde o comportamento do transporte de nitrato é mais facilmente observado do que nas uvas. Como os ovos contem proteínas que transportam nitrato, Gassman injetou neles uma determinada quantidade do gene retirado de uvas Cabernet Sauvignon, além de envolvê-los com uma fita de DNA da respectiva casta.
Os resultados mostraram que, ao entrar em contato com o gene da uva, os ovos assimilaram mais nitrato. Gassman informou que sua pesquisa oferece uma alternativa para que as videiras se tornem menos vulneráveis às doenças causadas pelo oídio. “Ou por seleção de mudas ou por modificação genética, nós vamos ser capazes de cultivar videiras mais resistentes”, informou.
Para Gassman, além de fornecer às videiras uma maior resistência ao oídio, o gene criado a partir do experimento pode fazer com que os vinhedos precisem de doses menores de fungicidas e sulfatos de cobre para se manterem protegidos do oídio.