Branco natural feito por um casal será usado em cerimônias, em dezembro de 2024
Redação Publicado em 28/11/2024, às 09h41
Depois de um incêndio e cinco anos de reconstrução a um custo de € 700 milhões (aproximadamente 4,4 milhões), a Catedral de Notre-Dame, em Paris, será reaberta no início de dezembro deste ano e usará um vinho branco produzido por um casal no Vale do Loire – e vendido por cerca de R$ 100 – nas primeiras Cerimônias de Eucaristia.
De acordo com o site Decanter, os produtores são Régis e Aude-Reine Anouil. Há algumas semanas, ele entrou em contato com o Arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, para sugerir o uso de um dos Vin de France nas missas. Trata-se de um blend feito com uvas Chardonnay, Grenache Blanc e Clairette Blanche, das safras de 2022 e 2023.
Clique aqui e assista aos vídeos da Revista ADEGA no YouTube
“Expliquei que os nossos vinhos naturais correspondem ao que a Congregação Romana para o Culto Divino exige para as espécies consagradas: o vinho deve ser suco de uva fermentado e nada mais”, afirmou Régis. Isso significa que o vinho é elaborado a partir de uma fermentação espontânea, sem ser refinado ou filtrado.
Na opinião do casal, a escolha – em detrimento de vinhos das marcas LVMH e Kering, cujos fundadores doaram milhões ao projeto de reconstrução da catedral – se deve à história por trás da produção. Além de ambos serem católicos e já terem trabalhado junto à Igreja de Paris, eles escolheram se dedicar a uma “vida simples”.
LEIA TAMBÉM: Vale do Loire: A terceira maior região vinícola francesa
Em 2017, ao se aposentarem, decidiram virar viticultores. Dois anos depois, em agosto de 2019, Régis e Aude-Reine fundaram a Domaine de la Bénisson-Dieu, em um “eco-povoado” de mesmo nome, no Vale do Loire. Atualmente, administram um vinhedo de 2,6 hectares e produzem cerca de 10 mil garrafas por ano, de tintos, brancos e rosés.
Apesar da produção limitada, esta não é a primeira vez que os vinhos do casal ganham destaque em histórias incomuns. Em outubro do ano passado, um rótulo tinto, elaborado por eles, foi servido ao Papa Francisco, durante um jantar com o Arcebispo Jean-Marc Aveline, em uma visita à cidade de Marselha.