Redescobrindo os aromas do café

Cristina Assumpção Publicado em 21/08/2006, às 12h04 - Atualizado em 27/07/2013, às 13h44

Cristina Assumpção ensina como degustar com café gourmet

Os amantes do café de qualidade são cada vez mais numerosos e exigentes. No ano passado, as vendas mundiais desse segmento avançaram 15%. No Brasil, desde 2001, o consumo de cafés especiais cresce entre 15 e 20% ao ano. E não é para menos. O café é cultivado aqui desde 1727. Pouco mais de cem anos depois, o Brasil se tornou o maior produtor mundial da bebida e é atualmente o segundo maior consumidor de café. Na preferência nacional, café só perde para água.

Os cuidados para a obtenção de uma xícara de café especial vão da semente à xícara, e englobam desde a escolha da espécie de café a ser cultivada até a hora de servir. São várias as etapas que devem ser cuidadas para garantir a melhor qualidade na xícara.

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Os cafés especiais são 100% grãos arábica, colhidos no ápice da maturação e passados por um estrito processo de seleção. Grande parte da produção dos melhores cafés brasileiros ainda é para exportação. Mas a cada ano surgem novas opções para o exigente consumidor nacional.

Assim como para as uvas, o terroir desempenha um papel determinante nas características organolépticas (propriedade demonstrada por um corpo, ou por uma substância, e que impressiona um ou mais sentidos) dos cafés.

No Brasil, as principais regiões produtoras de cafés especiais são Mogiana e Alta Mogiana, no Estado de São Paulo, Sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e oeste da Bahia. Cada região tem condições diversificadas que influenciam na formação dos aromas dos cafés brasileiros. Aliás, o país oferece uma variedade única de sabores e aromas de café: chocolate, nozes, baunilha, amêndoas, frutas do bosque, cítrico, tabaco, jasmim, damasco, entre outros, que estão sendo pouco a pouco descobertos pelos consumidores e apreciadores.

Cuidados a serem tomados para saborear um café de qualidade

● Antes de comprar um café especial verifique a data de torra, quanto mais recente, mais os aromas estão preservados. Após 15 dias da torra, os cafés já perderam de 15 a 30% dos aromas finos.

● Compre o café em quantidades pequenas, de preferência para ser consumido no prazo de uma semana.

● Escolha, se possível, os cafés com embalagens valvuladas. Esse tipo de embalagem permite a liberação dos gases e impede a entrada de oxigênio.

● Os cafés em grãos preservam por mais tempo suas características. Os moídos na hora do preparo são mais aromáticos e mais saborosos.

● A moagem precisa estar de acordo com o método de preparação. Uma moagem errada interfere negativamente na qualidade final da bebida.

● Proteja o café do contato com oxigênio, luz e umidade para evitar que se deteriore rapidamente. Enquanto a embalagem estiver fechada, o café pode ser armazenado no congelador por até um mês para preservar suas características. Após aberto, guarde o café na embalagem original dentro de um recipiente hermético, num local fresco ou na geladeira, de preferência.

● A qualidade da água é fundamental: 98% de uma xícara de café é água. Utilize sempre água mineral.

● Não utilize água fervendo. A água muito quente queima o pó de café e extrai amargor. Utilize a água em pré-ebulição (quando sobem as bolinhas pela lateral da panela). A temperatura ideal da água deve estar entre 92º e 96º C.

Cristina Assumpção é Consultora de Marketing Gourmet do Site Ateliê do Café (www.ateliedocafe.com.br)

Promoção
Em parceria com a revista Adega, o Ateliê do Café oferece, com exclusividade aos assinantes e parceiros, um curso de degustação de café com duração prevista de duas horas, ministrado em três datas distintas: 29 de agosto, 12 de setembro ou 26 de setembro, às 10h. As vagas estão limitadas a dez alunos por turma. Os interessados devem se inscrever pelo e-mail info@innereditora.com.br.
LOCAL: "Café Aprendiz" - Rua Belmiro
Braga, 186 - Vila Madalena