Europa tem meta de reduzir em 50% o uso de pesticidas até 2030
Paula Daidone Publicado em 18/05/2023, às 11h00 - Atualizado às 15h02
A União Europeia tem uma lista de objetivos a serem cumpridos, que visam restaurar a saúde dos solos e combater os efeitos das mudanças climáticas. Entre as ações está a redução do uso de pesticidas em 50% até 2030.
A divulgação da meta causou alvoroço entre viticultores do Velho Continente e foi rechaçado pelo Partido Popular Europeu, que se opôs ao projeto de regulamentação, argumentando que “por mais que seja ideologicamente correto e aceitável combater o uso de pesticidas, sem que existam ainda alternativas igualmente eficazes, corre o risco de mergulhar os campos cultivados em incerteza e depender cada vez mais do acaso e das produções de outros países”.
Em janeiro, as cooperativas de vinho da França, Itália e Espanha solicitaram à Comissão do Conselho da UE uma nova avaliação de impacto sobre o Regulamento de Uso Sustentável de Pesticidas. Particularmente sensível ao tema é a França, que, segundo "O Atlas dos Pesticidas", em 2020, foi o país que mais comprou pesticidas, e também a que permitiu o maior número, 291 das 453 aprovadas pela União Europeia.
“Se aplicado desta forma este novo regulamento levaria ao desaparecimento de até 60% de algumas vinhas em muitas regiões europeias. Os viticultores devem ter meios para se defenderem dos parasitas da vinha e este risco varia consoante as condições climatéricas de ano para ano. Todos os agricultores têm interesse em reduzir o uso de pesticidas químicos, também pelo seu custo, mas devem poder defender o fruto do seu trabalho”, afirma Aly Leonardy, presidente da escola profissional do CEPV e vice-presidente da Assembleia das Regiões Europeias do Vinho (Arev), em entrevista à revista francesa Vitisphere.