Classificação de Bordeaux 1855, feita por Napoleão III, serviu de inspiração para a região de Ningxia adotar um modelo de ranking para seus produtores
Redação Publicado em 27/02/2014, às 08h16 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04
Na China, que tenta construir uma indústria de vinho, uma área está adotando medidas na tentativa de garantir a qualidade de suas bebidas. A região de Ningxia, localizada na porção central do país, chamou atenção por ser um local promissor para blends à base de Cabernet Sauvignon e por ter adotado um sistema de classificação baseado na famosa Classificação de Bordeaux de 1855, feita a pedido de Napoleão III, para a Exposição Universal de Paris daquele ano. Na ocasião, as melhores propriedades foram dividias em cinco categorias baseadas nos preços dos vinhos.
Dessa forma, assim como a divisão bordalesa, as vinícolas chinesas serão divididas em cinco níveis, mas diferentemente da classificação de 1855, que é estática, a versão chinesa vai promover uma reavaliação a cada dois anos – como o modelo de classificação de Saint-Émilion – para promoção ou descenço de categoria. A classificação de Saint-Émilion, porém, só é revista a cada 10 anos.
Os organizadores da classificação chinesa esperam que o sistema reconheça e incentive os produtores de Ningxia a produzir vinhos de alta qualidade, bem como ajude os consumidores a fazer uma escolha mais certeira. “O lançamento de um sistema de classificação pode promover e proteger a reputação dos vinhos de Ningxia e funcionar como uma proteção contra as vinícolas de menor qualidade", afirmou o professor da China Agricultural University, Quin Ma.
Em 2013, as mais de 100 vinícolas existentes na região de Ningxia foram julgadas por um grupo internacional de especialistas de acordo com a qualidade do vinho produzido, qualidade das atividades turísticas, incluindo restaurantes e alojamentos, e pela qualidade da própria vinha. Nesta situação, apenas 10 vinícolas entraram na classificação e no quinto posto da lista. Em 2015 as vinícolas serão submetidas a novas avaliações, podendo passar ao quarto lugar no ranking. E assim sucessivamente até que alguma possa atingir o posto de Premier Cru no futuro.
No entanto, para ser selecionada para avaliação, cada vinícola deve produzir pelo menos 4.166 caixas de vinho em, no mínimo, 13 hectares de vinhedo. Além disso, as vinhas devem aderir às normas de vinificação de Ningxia, cujas regras estipuladas sugerem que 75% das uvas usadas precisam ser da região e que 85% devem ser da mesma variedade e da mesma vindima constada no rótulo.