Safras "ruins" geram mais lucro do que safras consagradas

Segundo estudo, investidores de vinho devem considerar comprar safras menos badaladas de grandes produtores de Bordeaux

Redação Publicado em 11/11/2013, às 09h03 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04

Latour 1992 valorizou 263% em 10 anos

Safra menos badalas dos melhores vinhos de Bordeaux podem igualar, quando não suplantar, os lucros das mais célebres. Ao menos é isso que o site Wine-Searcher, especializado em compra e venda na internet, afirma em uma análise dos preços de venda dos principais vinhos das safras de 1982 a 2002 nos 10 últimos anos.

Para esse estudo, eles mapearam o mercado dos Premier Crus Classés de 2003 a 2013 e consideraram às safras letras de acordo com a classificação dos negociantes Berry Bros. & Rudd. Por exemplo, 2000, 1990 e 1989 receberam notas 9 ou 10 dos mercadores e, portanto, receberam a letra A. Por outro lado, safras como 1994 e 1987, ranqueadas como 5 e 6 pela Berry, receberam letra D.

Na pesquisa, obviamente que as safras mais célebres mantiveram-se como as mais caras durante os 10 anos analisados. Em 2003, um vinho de safra A tinha preço médio de US$ 445 por garrafa e um de safra B, US$ 272. Uma década depois, o vinho de safra A teve um aumento de 188% no preço.

No entanto, vinhos de safras C e D aproximadamente triplicaram de valor desde 2003 com alguns tendo margens ainda maiores. Por exemplo, a safra 1992, tida como D, do Château Latour aumentou 263% em 10 anos, saindo de US$ 133 para US$ 484 a garrafa. Por outro lado, um Margaux 1990 (safra A) valorizou-se apenas 46% no mesmo período, indo de US$ 639 a US$ 935.

Os gráficos mostram claramente que valeu mais a pena comprar diversas caixas de safras menos valorizadas do que poucas caixas de anos mais prestigiados durante a última década. Uma das safras que trouxe maior lucro no período foi a de 1984, considerada uma das piores. Apesar disso, ela deu lucro de 300% em 10 anos.

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