O processo de pasteurização do vinho existe, mas é relativamente raro no mundo
Redação Publicado em 10/09/2024, às 11h00
A pasteurização é amplamente usada na indústria alimentícia para eliminar microorganismos e aumentar a durabilidade dos produtos. No entanto, no mundo do vinho, essa técnica não é comum, já que a fermentação natural preserva melhor os sabores e aromas complexos.
Embora alguns produtores pasteurizem seus vinhos para evitar fermentações indesejadas durante o transporte e armazenamento, a maioria opta por métodos alternativos. A pasteurização pode afetar negativamente o equilíbrio dos sabores, tornando-a uma prática rara na vinicultura.
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Vamos começar por entender o que é a pasteurização. Esse é um processo térmico utilizado para eliminar microorganismos indesejados em alimentos líquidos, como leite, sucos etc., sem comprometer suas características sensoriais. Este método foi desenvolvido pelo cientista francês Louis Pasteur no século XIX e é amplamente utilizado na indústria alimentícia.
O processo de pasteurização envolve o aquecimento do líquido a uma temperatura específica por um determinado período de tempo, seguido por um resfriamento rápido. A temperatura e o tempo de exposição variam de acordo com o tipo de alimento, mas geralmente vai de alguns segundos a minutos. O objetivo da pasteurização é eliminar ou reduzir significativamente a carga microbiana presente no alimento, para prolongar a vida útil e torná-lo mais seguro para o consumo.
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No mundo do vinho, todavia, a pasteurização não é uma prática comum. A maioria é produzida através de um processo de fermentação natural, que não envolve tratamento térmico. Isso permite que a bebida preserve toda a sua complexidade de sabores e aromas.
O vinho possui conservantes naturais, como álcool e acidez, que inibem o crescimento de bactérias nocivas. Além disso, os sulfitos, alguns naturalmente presentes, outros, às vezes, acrescentados, também atuam como conservantes.
No entanto, há exceções e alguns produtores optam por pasteurizar para garantir a estabilidade durante o transporte e o armazenamento, evitando fermentações secundárias ou deterioração. No entanto, a maioria prefere usar outros métodos que não a pasteurização para minimizar problemas futuros.
Quando um vinho é pasteurizado, normalmente isso é feito por meio da pasteurização dita flash, que envolve aquecer a uma temperatura alta por um curto período de tempo e depois resfriar rapidamente. Este processo ajuda a minimizar o impacto nos sabores e nos aromas.
É importante ressaltar que, embora a pasteurização possa oferecer benefícios em termos de estabilidade, também pode afetar as características gerais do vinho. Alguns enólogos argumentam que as bebidas pasteurizadas podem perder parte de sua complexidade e nuances, já que o calor altera o equilíbrio dos sabores.
Mesmo a temperaturas abaixo do ponto de ebulição, esses vinhos podem apresentar um sabor de fervura, que pode ser classificado como um defeito se for severo. A razão para isso é a volatilização de substâncias aromáticas finas causada pelo calor.
Além disso, a desidratação do açúcar pode levar à formação de hidroximetilfurfural (HMF). Em sucos de frutas, mel e leite, um alto valor de HMF é sinal de má qualidade.
Contudo, como dito, esta não é uma técnica comumente utilizada na indústria do vinho para preservar a bebida, sendo que a maior parte não costuma ser pasteurizada.