Bordeaux não é um sonho impossível, aqui você escolhe o melhor vinho até 250 reais
Sílvia Mascella Publicado em 02/05/2024, às 08h00
Bordeaux. Ponto. Para muitos sommeliers profissionais é uma região que merece um curso de especialização apenas para ela. E não seria um curso fácil, é preciso admitir. Para os amantes do vinho, seus ícones são objetos de desejo quase inacessíveis e para quem está começando entre as taças fica a pergunta interna: "E se eu investir muitos dinheiros numa garrafa de um Bordeaux e não gostar"?
Essa região francesa, no sudoeste do país, pode ser considerada a zona produtora de vinhos mais famosa do mundo. Não é exagero. Com raras exceções de alguns vinhos da Borgonha, de Champagne e da Itália, praticamente nenhum outro lugar no mundo concentra tantos ícones da produção mundial em fama e preço.
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A história da produção de vinhos na região é muito (muito!) antiga. Desde o começo do Império Romano, se faz vinhos na região para as legiões de soldados. Plínio O Velho, escreveu sobre ela em 71 d.C. Mas como o Império Romano parece muito distante da realidade, vamos colocar assim: existe um Château, o Pape Clément (um Grand Cru Classé da subregião de Graves) que é produzido desde 1252.
Mas a maioria dos grandes Bordeaux têm pouco menos de dois séculos de história contínua e os vinhos mais "simples e fáceis" (e mais acessíveis) têm menos de 100 anos. É importante saber, no entanto, que mesmo que alguns importantes produtores cultivem uvas brancas (Sauvignon Blanc e Sémillon) e façam excelentes vinhos com elas, Bordeaux é essencialmente uma região de uvas e vinhos tintos (mas não deixe de provar os brancos e os rosés por conta disso).
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Aqui são cultivadas as uvas que ficaram conhecidas no mundo todo como o 'corte bordalês': Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Petit Verdot. Num passado distante a Carménère fazia parte desse grupo e num futuro próximo talvez existam outras uvas mais adaptadas às mudanças climáticas, que já estão em testes.
Outra coisa importante é que a grande maioria dos tintos são vinhos de corte mesmo, uma combinação das uvas acima. Pode sem em quantidades pequenas, como por exemplo o Château Petrus, cuja base é da uva Merlot, mas algo como 4 ou 5% de Cabernet entra na composição. Os lendários e (muitas vezes) inacessíveis Grand Crus de Bordeaux envelhecem por muitos anos em barricas de carvalho e depois descansam por muito tempo nas garrafas antes de chegarem ao mercado.
Mas a região não vive só dos ícones, nem mesmo as grandes casas produtoras fazem apenas os vinhos mais caros do mundo. É por isso que elaboramos esta lista, para que você comece a se familiarizar (sem medo) com os sabores bordaleses (que são mais sobre elegância e sutileza do que sobre potência) e prove vários rótulos de diversas zonas da região. Veja abaixo as avalições de ADEGA e escolha seus vinhos.