Uma viagem pelos encantos da África do Sul e seus vinhos surpreendentes
Por Christian Burgos Publicado em 21/04/2014, às 00h00 - Atualizado às 19h33
Caminhar no Waterfront e sentar para tomar um vinho branco saboreando as ostras e frutos do mar na varanda dos restaurantes é obrigatório
Não é à toa que mais e mais brasileiros estão viajando para a África do Sul – curiosamente o país virou destino de viagens de lua de mel. Mas, uma vez lá, fica fácil entender o porquê dessa atração.
A África do Sul apresenta um empolgante misto de eficiência europeia com o calor humano que os brasileiros tanto estão acostumados. Aliás, o Brasil tem um lugar de prestígio no imaginário local e é comum avistar camisas da Seleção pelo Soweto. Lá, torcer pelo Brasil é a regra para a próxima Copa e os porteiros dos hotéis são capazes de escalar a equipe brasileira desde 1982. Junte a isso uma deslumbrante beleza natural e preços muito acessíveis – e seja bem-vindo.
Os voos para a África do Sul são feitos pela South African Airways e partem do Brasil a Joanesburgo em uma viagem de 10 horas. A carta de vinhos da classe executiva já revela a qualidade dos rótulos do destino. De Joanesburgo, siga em conexão para a Cidade do Cabo, porta de entrada para as “winelands” (saudades dos tempos de voo direto do Rio para a Cidade do Cabo com cerca de 6 horas e meia de duração).
Há quem diga que a Cidade do Cabo e o Rio de Janeiro são parecidas e também compare o Waterfront com o South Street Sea Port de Nova York. Tire o encanto das praias cariocas e do banho do mar, e, sim, podemos dizer que a Cidade do Cabo uniria o melhor dos dois mundos. Reserve um ou dois dias para curtir a cidade e, quanto mais próximo do Waterfront estiver seu hotel, melhor, com destaque para o imponente Table Bay Hotel. Mas, estando ou não hospedado lá, aproveite para tomar um drinque no Union Bar e jantar no casual chic Camissa Brasserie.
Considere obrigatório sair para caminhar no Waterfront e se sentar para tomar um vinho branco, saboreando as ostras e frutos do mar na varanda dos restaurantes. O local é cheio de vida e pequenas lojas. Destaque para o Market on the Wharf – para saborear algumas iguarias da África do Sul e internacionais – e sempre vale uma passada na corner da Cape Malay Spices para entender por que portugueses, holandeses e tantos outros se arriscaram no Cabo das Tormentas (mercadologicamente rebatizado de Cabo da Boa Esperança).
Aproveite para subir ao topo da Table Mountain, um parque com vegetação e animais nativos
Desde o fim do Apartheid, a indústria de vinhos da África do Sul passou a respirar novos ares e se internacionalizar
Mais obrigatório ainda é subir ao topo da Table Mountain, mais um ponto turístico que gostam de comparar com o Rio de Janeiro, desta vez com o Corcovado. A Table Mountain é um parque com vegetação e animais nativos (é comum encontrar um manso roedor que lembra um porquinho-da-Índia superdimensionado). A vista é de tirar o fôlego e traz uma sensação que só se sente no Grand Canyon, resultado da amplitude do horizonte, da exuberância da natureza e da altitude, muitas vezes, sem cercas de proteção feitas pelo homem. Ali nos sentimos efetivamente no sul da África, com visão do Cabo da Boa Esperança e do impacto deste local distante que afetou nossa história como brasileiros.
Num ano em que tanto se discute a ditadura brasileira, é interessante constatar a forma como a sociedade sul-africana supera os anos de Apartheid. A real integração de uma sociedade sem barreiras ainda é uma obra de arte em elaboração e a aura de Nelson Mandela é muito presente. Não como um elemento messiânico de culto à personalidade, mas sobretudo como um homem com qualidades e defeitos que soube perdoar e conduzir os ânimos da sociedade para além do rancor e da autodestruição.
Há exatos 20 anos, em maio de 1994, Nelson Mandela fez o juramento como presidente da África do Sul diante de uma eufórica multidão. Dentre suas primeiras ações, criou a Comissão da Verdade e Reconciliação (friso a palavra reconciliação no nome), sob os princípios de que é necessário saber a verdade, mas com o objetivo de superar uma realidade e impedi-la de voltar. Não à toa, o Prêmio Nobel da Paz em 1993 foi concedido conjuntamente a Mandela e ao então presidente Frederik Willem de Klerk pelo seu trabalho em prol do fim pacífico do regime do Apartheid e por estabelecer os princípios para uma nova África do Sul democrática.
Ao mesmo tempo que o fim do Apartheid abriu as portas para a integração social da população negra do país, no âmbito internacional representou a reintegração da África do Sul ao comércio mundial. Com isso, uma indústria de vinhos que estava fechada em si mesma, passou a respirar novos ares ao perseguir sua internacionalização.
Embora seja percebido como um dos países que compõe o Novo Mundo do vinho, a produção de vinhos na África do Sul data oficialmente de 1865, quando ao comandante da Companhia das Índias Orientais e governador do Cabo, Simon van der Stel, foi conferida uma área de 763 hectares que ele batizou de Constantia. Simon van der Stel chegou à África do Sul com a família (filhas e cunhada) vindo da Holanda onde possuía vinhedos em Muiderbergh, e onde já adquirira um sólido conhecimento em vinicultura e na produção de vinhos e brandy.
A propriedade continua produtiva até hoje com o nome Groot Constantia e os proprietários que sucederam van der Stel mantiveram-se fiéis à preservação do patrimônio histórico e vitivinícola que a propriedade representa. Verdadeiro “ground zero” da vitivinicultura sul-africana é um excelente ponto para iniciar sua jornada enoturística na África do Sul (situa-se pouco ao sul da Cidade do Cabo). As edificações históricas foram preservadas e funcionam como museus neste excelente centro de enoturismo. Aproveite o almoço no belo e informal restaurante Jonkershuis, o qual celebra pratos da gastronomia local à sombra do bosque que se apresenta à frente da antiga residência de Simon van der Stel, construída há 300 anos e que representa tão bem a arquitetura colonial da África do Sul.
Sentar-se ali permite entender os aspectos que compõem esse terroir, calcado nas encostas de montanhas com vinhedos “com vista para o mar” sobre o solo com perfis de granito decomposto e arenoso. A proximidade do mar em Constantia exerce profunda influência em seus vinhos que vivem dia a dia com a brisa marinha e esse mostra adequada ao Sauvignon Blanc, ao Shiraz de clima ameno e ao Cabernet Franc.
Constantia Wyn (ou Vinho de Constância) é o vinho doce com que van der Stel ganhou fama na Europa e tem Napoleão Bonaparte como “garoto propaganda”. Produzido a partir da Muscat de Frontignan, em Groot Constantia, é batizado Grand Constance e, em Klein Constantia (propriedade que se separou de Groot Constantia), é chamado Vin de Constance. |
Groot Constantia é o principal marco da vitivinicultura sul-africana, com história remontando a 1865
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Região de Helderberg Mountain tem vinhedos antigos que podem ser encontrados ainda em bush vines (vinhedos em arbustos, sem condução) como este da Ken Forrester, que origina o vinho The FMC
Stellenbosch é a mais falada região vitivinícola do país, mas engana-se quem a vê como uma zona uniforme. Diversos microterroirs surgem assim como diversos perfis de vinhos e, acima de tudo, diversas interpretações do terroir pelos enólogos. Nessas áreas, deixamos o Sauvignon Blanc e adentramos terras da Chenin Blanc, a mais plantada variedade da África do Sul e grande surpresa, dando origem a vinhos cheios de personalidade.
Na região de Helderberg Mountain encontramos uma zona com a presença de vinhedos antigos tanto de Chenin Blanc como de Pinotage, que podem ser encontrados ainda em bush vines (vinhedos em arbustos, sem condução). Aí destacam-se as vinícolas Ken Forrester e The Winery of Good Hope. Os proprietários de ambas as vinícolas dedicam-se com paixão à Chenin Blanc e à sustentabilidade. Degustar com o enérgico Alex Dale, proprietário da The Winery of Good Hope, é uma aventura deliciosa para quem não se intimida e gosta de desafiar e ser desafiado em uma conversa franca sobre vinho. Este inglês, que quando jovem foi à Borgonha e por lá ficou 15 anos colecionando conhecimento, mudou-se para a África do Sul logo que Mandela assumiu a presidência, pois queria participar desta transformação, produzindo vinhos respeitando a natureza e de forma socialmente responsável. O entusiasmo juvenil se transformou em profunda convicção que se reflete em seus vinhos francos como ele, e repletos de personalidade.
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Vinícola do golfista Ernie Els fica no Triângulo de Ouro
A região conhecida como Golden Triangle, demarcada pelas montanhas de Stellenbosch, de Helderberg e pela R44 entre Stellenbosch e Somerset West, é reconhecida pela qualidade dos vinhos tintos com foco no Cabernet Sauvignon, com marcantes características de grafite e aromas mentolados; e também o Syrah com toques defumados.
Nessa região, fica a linda vinícola de Ernie Els, o famoso golfista e ídolo sul-africano que continua ativo em Majors mundo afora e afirma que “o vinho é como o golfe, em ambos a natureza é quem dá as regras no final.” Um excelente point para o almoço ou para admirar a vista deslumbrante do platô no fim de tarde. Aos fãs do golfe, a visita à sala de troféus e os detalhes do esporte agregam um gostinho a mais.
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Em Paarl, encontramos traços de argila no solo, mas o que impera é o granito, que não nos deixa esquecer o massivo domo de granito que guarda a região com mais de 650 metros de altitude e dá nome à região. O que marca a personalidade diferenciada da zona é o fato de ser um ambiente mais ao interior e protegido, ao centro de terroirs diversos. Ao sul/sudoeste, estão Stellenbosch e a Cidade do Cabo, separadas por uma serra de montanhas que restringe a influência marítima e garante o clima mais quente e seco de Paarl. No sudeste, está Franschhoek, no leste, Breedekloof, e no norte, Wellington.
Em Paarl, encontramos a gigante Nederburg, cuja filosofia de trabalho define muito bem o seu jovem e inovador enólogo, Wilhelm Pienaar: “Nós precisamos fazer algo especial para cada um”.
Caminhando ao lado do volume, a Nederburg conduz experimentos e vinhos especiais e limitados, cujos aprendizados depois são aplicados em benefício de todas as linhas. Entre os rótulos especiais, destacam-se os instigantes que homenageiam homens e mulheres que marcaram a trajetória do vinho na África do Sul. Em cada um dos rótulos, e também dentro da garrafa, estão traços da personalidade de cada um dos homenageados com destaque para nomes como: Beatifull Lady, Motorcycle Marvel e Young Airhawk.
Paarl é um parque de diversões para quem ama vinho e pratica enoturismo. Visite a galeria que é parte do acerco da famosa Hess Collection, do milionário suíço Donald Hess, em sua vinícola sul-africana, Glen Carlou. Aproveite para almoçar no belo restaurante da propriedade com vista para o vale. O enólogo Arco Laarman tem uma visão orgulhosa do que está acontecendo na vitivinicultura do país depois da democratização, pois, segundo ele, “durante os anos do Apartheid, a vitivinicultura da África do Sul teve seu crescimento interrompido pelas sanções comerciais. Foi neste ponto que Austrália e Nova Zelândia nos deixaram para trás, mas agora, nos 20 anos de democracia, o cenário está a mudar.”
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Espetacular vista da região de Paarl a partir dos vinhedos da Fairview
Esta situação do período do Apartheid tem reflexos em todo o lugar (neste período em que o vinho sul-africano era consumido basicamente no país) e pode ter levado a visões únicas sobre o vinho, como na bela Fairview que, em verdade, é uma fazenda com manejo sustentável onde se produzem frutas, queijos deliciosos, vinhos e um mel espetacular. O centro do receptivo turístico fica repleto de pessoas comprando iguarias e, na ampla sala de degustação, são ministrados cursos de formação para sommeliers e apaixonados. Este conceito de multicultura reflete-se também em sua linha de vinhos. Aqui são produzidos 140 rótulos diferentes, sendo muitos single vineyards. A regra aqui é não irrigar, como explica Jean Baptiste Cristini: “Ao irrigar, você estimula as raízes a ficarem próximas à superfície, mas, quando você não irriga, o estimulo é se aprofundarem em busca de água e, assim, a personalidade do solo se mostra no vinho.”
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Duck Mobile transporta os patos cuidadores de vinhedos para o trabalho
Sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente parecem ser temas intrínsecos à sociedade sul-africana e não apenas uma moda
Na África do Sul, o tema da sustentabilidade e preservação não é uma moda, mas, sim, um valor incutido no tecido social. Trata-se de uma sociedade “outdoors”. Acorde cedo e saia do hotel para encontrar um sem número de ciclistas, corredores e “caminhantes”. Preste atenção e note que há pouquíssima obesidade, inclusive num centro urbano como Joanesburgo. Mais do que isso, a discussão e defesa da sustentabilidade parece ser um tema da população em geral e não apenas de uma tribo de “abraçadores de árvores”.
Não à toa, projetos vinícolas que têm o cuidado com o meio ambiente em seu cerne são até bastante comuns, como é o caso da biodinâmica Avondale. À primeira vista, Johnathan Grieve parece um tanto excêntrico com seu Duck Mobile que transporta os patos cuidadores de vinhedos para o trabalho e de volta para casa. Mas, em pouco tempo, percebemos que não é marketing e, sim, um fervor e dedicação à sustentabilidade e fé na sapiência da natureza: “O objetivo é alimentar a vida no solo, estimule a vida dos organismos no solo e este vai cuidar de alimentar as vinhas”. Medir a energia e ouvir o que o vinhedo tem a dizer pode parecer estranho, mas o fato é que as vinhas retribuem este carinho e atenção.
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Vinhos sul-africanos vão muito além do Pinotage, com ótimos exemplares de Chenin, Sauvignon Blanc e Syrah
Mas se você quiser dar um passo à frente no tema da arte, da conservação, da criação de cavalos e, por que não dizer, do savoir-faire, vá à Robertson, ainda mais ao leste da Cidade do Cabo e visite a Graham Beck Wines. Admire sua coleção de arte de cair o queixo, degustando os espumantes produzidos no método tradicional, que na África do Sul são denominados Cap Classique.
A família Beck estabeleceu uma reserva privada para a proteção do meio ambiente e de sua fauna. Se você tiver a oportunidade de visitar o boma (um lodge) reserva adentro, permita-se relaxar à beira da fogueira num fim de tarde enquanto aproveita seu Braai, o churrasco sul-africano que é feito a qualquer hora e local com os amigos e utiliza madeira para o fogo e uma grelha para a carne. Ao contrário do que ocorre no Brasil, onde temos o churrasqueiro que domina o pedaço, num Braai sul-africano o Braai Master não se importa em dividir espaço e grelhar a carne se torna uma atividade comunitária a ser regada com muito bom vinho.
Em seu intuito de conservar os animais da reserva privada, foi criada a linha Game Reserve em que cada rótulo homenageia um animal protegido. Excelentes vinhos por seu preço.
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Vinhedo de Cabernet Sauvignon da Boekenhoustkloof, em Franschhoek
Vinhos de cortes nos estilos do Rhône e Bordeaux, brancos ou tintos, têm se destacado
Visite também a bela cidade Franschhoek fundada pelos huguenotes, protestantes franceses que, perseguidos em sua terra natal, encontraram refúgio na Holanda e depois buscaram oportunidades na África do Sul – para onde vieram com conhecimento de vitivinicultura. A pequena cidade transpira sofisticação com seus restaurantes, cafés, galerias e lojas. Do ponto de vista geográfico, Franschhoek é um vale estreito com menos de 2 quilômetros de largura e 7 quilômetros de comprimento cercado por altas montanhas a norte, leste e sul.
Aqui, o solo varia entre o granito decomposto e o arenoso, e a influência das montanhas se faz sentir. Nesta região podemos encontrar Marc Kente, ex-piloto da força aérea que virou garçom e se tornou produtor de vinhos. Podemos conversar com ele sobre vinhos e terroirs por horas e não é raro encontrá-lo no Brasil. Segundo ele, “é preciso viajar muito e tomar muitos vinhos bons, pois não dá para fazer bons vinhos se você não sabe o que são bons vinhos.”
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Apesar de a Pinotage ser a uva pela qual a África do Sul é reconhecida, a Syrah tem sido protagonista ultimamente
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Na terra natal do Pinotage (variedade criada a partir da Pinot Noir e da Cinsault) nos vemos compelidos a tentar entender as qualidades desta variedade. Alguns produtores como Johann Krige, da Kanonkop, vêm se dedicando a essa uva por anos e a compreendem como poucos. Ele abandonou a carreira de advogado e estabeleceu-se em Simonsberg, região de Stellenbosch, desta vez defendendo o Pinotage e apresentando suas virtudes.
É possível compreender que a África do Sul busque no Pinotage sua singularidade num mercado em que consumidores tentam simplificar o mundo do vinho colocando a si e a seus rótulos em caixinhas conceituais. Neste momento, o Pinotage parece estar passando por um período de experiência em seu manejo e compreensão de seu potencial.
Logo no meio da viagem, e olhando pela lente monovarietal, já se enxerga que a surpresa está na Chenin Blanc, que a certeza está na Sauvignon Blanc cultivada à beira-mar, e que o posto mais alto do pódio vai para a espetacular Syrah. Mas, como é tão comum no vinho, camadas sobrepõem-se a camadas e as coisas mudam com a oxigenação. Tendo no retrovisor centenas de quilômetros percorridos e dezenas e dezenas de vinhos avaliados, a conclusão é uma surpresa para mim mesmo, e um tributo aos enólogos sul-africanos. Afinal de contas, um maior número de vezes me flagrei encantado pelos blends, fossem eles brancos, ou os elaborados na batalha de estilo entre os cortes do Rhône e Bordeaux.
Nesta luta entre o estilo do Rhône e Bordeaux, escolha seu lado e deguste à vontade. Qualquer que seja seu time predileto, você sairá ganhando.
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