Produto é feito sob encomenda, mas deve ganhar mercado amplo em breve
por Christian Burgos Publicado em 18/10/2018, às 20h00 - Atualizado em 20/10/2018, às 12h36
Quantas vezes você olha para uma coisa e se pergunta: “Será que é tudo isso mesmo? Como ninguém pensou nisso antes?” E foi assim que decidimos testar o balde perfeito, invenção do irrequieto Almir Meireles. Nestes anos e anos degustando por todo o mundo, achamos que já havíamos visto todos os designs possíveis de balde de gelo e nos conformado com a ideia de que resfriar garrafas de vinho neles requer alguma prática e certas manhas. Mas, uma vez que paramos para refletir, fica claro que o que usamos até hoje não era mesmo o balde ideal. Apesar de os modelos serem os mais diversos, é difícil encontrar um que realmente atenda o enófilo, “sem falhas”.
Vejamos: Há baldes pequenos para uma única garrafa. Se você errar na quantidade de gelo e água, é melhor se armar de algo para enxugar os possíveis transbordamentos. Passamos então para os baldes maiores, com capacidade para mais de uma garrafa. Na maioria deles, se colocamos apenas uma garrafa para resfriar, o que ocorre? O gargalo mergulha no gelo. Se o vinho estiver aberto, fatalmente corre o risco de “se afogar”. Daí, ou você coloca um salva-vidas para ficar de olho na garrafa, ou coloca pouco gelo e água, mas, nesse último caso, apenas a base do vidro fica em contato com a água e o gelo, impedindo um resfriamento perfeito e exigindo aquela virada disfarçada da garrafa de cabeça para baixo para misturar.
Conversando com Meireles, descobrimos que foi sofrendo com as opções existentes que o empresário, amante de vinhos (e agora inventor) decidiu criar o “balde ideal”. Ele afirma que o processo foi longo e, em sua mente, o balde precisava acomodar pelo menos quatro garrafas e ter os seguintes atributos: uma base total maior que a boca; uma altura aproveitável capaz de garantir uma boa cobertura da superfície das garrafas pelo gelo e pela água; evitar, no caso de apenas uma garrafa, que ela corra o risco de tombar e encher de água; não ser muito grande; ser leve, mas resistente; ser de fácil transporte mesmo quando cheio; economizar água e gelo; e ter um design elegante – que ficou a cargo do arquiteto Ricardo Gusmão.
Devido ao formato do “Balde Ideal”, ou “iD Bucket”, ele acomoda de uma a quatro garrafas de base larga, como Champagne, por exemplo, e mesmo com apenas uma, ela nunca tomba. Garrafas acomodadas, água e gelo ficam em um nível capaz de resfriar de maneira mais uniforme, segundo Meireles, com maior aproveitamento do gelo. O diâmetro da base do balde ideal tem 28 cm e a boca, 20. O volume de gelo e água necessário é aproximadamente dois terços quando comparado com baldes que acomodam quantidades similares de garrafas.
O balde de Meireles ainda está sendo produzido de forma artesanal e sob encomenda, mas ADEGA decidiu colocá-lo à prova. E podemos dizer que o resultado acompanhou o que foi “prometido”. Ele acomodou bem quatro garrafas, mantendo o nível de gelo e água em uma altura suficiente para que elas resfriassem por inteiro e uniformemente. O grande teste, o do possível emborcamento do gargalo de uma garrafa sozinha dentro d’água, foi bem-sucedido. Realmente, esse risco é evitado e o enófilo tem uma preocupação a menos ao desfrutar seu vinho. Além disso, o design faz com que se utilize menos gelo e os pontos de apoio na base auxiliam na hora do transporte – caso seja necessário mover o balde quando cheio.
Outro ponto positivo são as dimensões, reduzidas quando se compara com outros baldes com capacidade similar de garrafas, especialmente as “champanheiras”. Se fosse um vinho, receberia 100 pontos de ADEGA. Agora, basta entrar em volume de produção para se tornar acessível em termos de preço e distribuição. Tudo para que “em 10 anos – como brinca Meireles – o mundo do vinho se divida entre os que têm o balde ideal e os que não têm”. Se tiver interesse, pode conhecer em: www.baldeideal.com.br