O vinho tinto vem se mostrando um grande aliado para o controle de colesterol
Redação Publicado em 07/08/2022, às 22h00
Um consumo moderado de vinho tinto melhora a fluidez do sangue, faz cair a taxa de colesterol e aumenta o nível de antioxidantes nos pacientes que sofreram um infarto de miocárdio, segundo um estudo da Universidade de Borgonha em Dijon.
"Em um período de apenas duas semanas, se conseguiu alterar os parâmetros de saúde dos pacientes", declarou o professor Norbert Latruffe, do laboratório de bioquímica metabólica e nutricional da capital de Borgonha.
Segundo o cientista, "nunca havia sido feito nenhum estudo [desse tipo] com pessoas recém-operadas de infarto de miocárdio".
O estudo, feito com 30 pacientes voluntários, todos eles vítimas de infartos, foi realizado durante duas semanas em meio hospitalar, durante "o período de readaptação cardíaca". Durante esse tempo, os pacientes foram alimentados com um uma dieta "do tipo mediterrânea, à base de azeite de oliva, frutas, peixes e legumes", explicou o professor.
Os pacientes foram divididos em dois grupos. O primeiro consumiu uma taça de vinho tinto em cada refeição, ou seja, 250 mL por dia, enquanto que o outro grupo, que tinha função de grupo de controle, bebia apenas água.
"Os parâmetros clínicos, fisiológicos e sanguíneos foram medidos no primeiro dia de estudo (D1) e no último (D14)", informou a Universidade de Borgonha. "Os resultados mostram efeitos muito interessantes em relação ao sangue, para o grupo que consumiu vinho tinto: uma diminuição de 18% do colesterol total, um aumento do potencial antioxidante e da fluidez do sangue", explica o professor Latruffe. O pesquisador disse que o estudo foi realizado com vinho de Borgonha, rico em taninos e antioxidantes.
Pesquisadores da Iowa State University concluíram que diferentes estilos de vinho possuem benefícios diferentes ao organismo.
O consumo de vinho tinto em participantes adultos mostrou um potencial para reduzir a gordura visceral, com dois efeitos, a redução da inflamação causada pelo acúmulo de gordura e pelo aumento das lipoproteínas – proteínas do colesterol bom.
Já o vinho branco está ligado a um benefício diferente para a saúde – maior densidade óssea.
“Encontramos maior densidade mineral óssea entre adultos mais velhos que bebiam vinho branco com moderação em nosso estudo. E não encontramos essa mesma ligação entre o consumo de cerveja ou vinho tinto e a densidade mineral óssea”, escreve Brittany Larsen, candidata a PhD da Iowa State University e coautora do estudo, na publicação The Conversation.
Segundo a pesquisa, o envelhecimento é acompanhado por um aumento da gordura visceral que pode levar ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e por uma redução na densidade mineral óssea. O estudo descobriu que o vinho tinto e branco pode ajudar a resolver esses dois problemas, com importantes implicações para a saúde da população.
“O álcool tem sido considerado um possível fator determinante para a epidemia de obesidade. No entanto, o público muitas vezes ouve informações conflitantes sobre os potenciais riscos e benefícios do álcool. Portanto, esperávamos ajudar a desvendar alguns desses fatores por meio de nossa pesquisa”, acrescentou Larsen.
Uma maneira pela qual os pesquisadores pretendem fazer isso é observando diferentes tipos de álcool e seus efeitos na saúde.
Larsen diz: “Grande parte da pesquisa anterior tratou tradicionalmente o álcool como uma entidade única, em vez de medir separadamente os efeitos da cerveja, cidra, vinho tinto, vinho branco, champanhe e destilados”.
Os pesquisadores pretendem continuar sua análise dos efeitos do álcool na saúde humana. O próximo passo é examinar como a dieta – incluindo o consumo de álcool – influencia as doenças do cérebro e a cognição em idosos com comprometimento cognitivo leve.