Os conflitos entre Israel e Líbano tem causado um impacto significativo na produção das vinícolas dos dois países
Redação Publicado em 10/10/2024, às 07h16
No Vale do Bekaa, no Líbano, e na Alta Galileia, em Israel, as vinícolas têm enfrentado graves dificuldades para manter a produção devido aos bombardeios e ataques de foguetes. Produtores de vinho dos dois países estão sofrendo com os impactos diretos da guerra, que têm afetado colheitas, trabalhadores e exportações.
A Vinícola Dalton, localizada na fronteira de Israel com o Líbano, foi forçada a abandonar parte de suas áreas de cultivo devido ao fogo cruzado. Em abril, outro vinhedo da Dalton foi atingido por destroços de um foguete interceptado, causando a perda de 100.000 garrafas, de uma produção anual de 1,2 milhão.
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Produtores de vinho no Vale do Bekaa estão ajustando os horários de colheita para garantir a segurança de seus trabalhadores. George Sara, CEO da Château Ksara, a maior vinícola do Líbano, afirmou que seus funcionários têm iniciado o trabalho mais tarde pela manhã para evitar os perigos das estradas no escuro.
A produção de vinho em Israel e no Líbano deve sofrer quedas significativas em 2024. Israel, que produz cerca de quarenta milhões de garrafas por ano, e o Líbano, com uma produção de oito a nove milhões de garrafas de vinho, enfrentam desafios não apenas com a guerra, mas também com a queda nas vendas. No caso do Líbano, o país também enfrenta impacto na produção de arak, estimada em dois bilhões de garrafas anuais.
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Tanto no Líbano quanto em Israel, produtores enfrentam dificuldades para manter trabalhadores no campo devido à insegurança gerada pelos bombardeios. No lado libanês, a colheita da uva Obeidy, nativa do Vale do Bekaa, tem sido diretamente afetada. A safra de outubro foi prejudicada, pois muitos trabalhadores se recusam a sair para fazer a colheita.
A exportação também representa uma preocupação. As vinícolas libanesas, que destinam metade de sua produção anual ao mercado externo, dependem da segurança da rota entre o Vale do Bekaa e Beirute. No caso de Israel, mesmo com portos seguros, as exportações estão sendo impactadas por boicotes de distribuidores europeus, resultado da guerra em Gaza.
Apesar dos desafios, os produtores de ambos os países seguem determinados a continuar a produção.