Quais foram as reportagens que mais curtimos em 10 anos de ADEGA?
Por Arnaldo Grizzo Publicado em 12/10/2015, às 00h00 - Atualizado às 01h24
Edição 50
A última edição de 2009 foi um dos grandes marcos de ADEGA, com uma mudança profunda no projeto gráfico, dando à revista muito mais leveza e elegância a partir de então. Em uma edição especial, repleta de grandes reportagens, um dos principais destaques foi o artigo do Master of Wine Dirceu Vianna, que tentou explicar como o aquecimento global estava influenciando a indústria do vinho e como seriam os vinhos do futuro. Na época, ele apontava: “Além do perigo de extinção de certos vinhos, o consumidor terá que aceitar mudanças no estilo dos vinhos”. Ele acrescentava ainda que existia a possibilidade de a mudança climática alterar tendências de consumo, aumentando a demanda por brancos, por exemplo.
Edição 59
Em novembro de 2010, os 11 membros da Primum Familiae Vini – grupo que congrega as mais importantes famílias do mundo do vinho – decidiram que sua reunião anual seria realizada no Brasil pela primeira vez. Representantes das empresas familiares Antinori, Drouhin, Egon Müller, Hugel, Mouton Rothschild, Perrin, Pol Roger, Symington, Tenuta San Guido, Torres e Vega Sicilia fizeram um evento de gala, com leilão que bateu recorde de valor pago pela famosa caixa com 12 vinhos de safras especiais de cada produtor – ao atingir R$ 250 mil. Apenas 300 pessoas estiveram presentes no jantar oferecido pelo grupo formado em 1991 e que tem por objetivo defender e promover tradições e valores de vinícolas familiares.
Edição 65
Trinta e cinco anos depois, ADEGA resolveu se debruçar sobre a mais famosa degustação de vinhos já ocorrida. O dia 24 de maio de 1976 certamente vai ficar gravado para sempre na história do vinho, pois foi quando jurados franceses, às cegas, julgaram vinhos norte-americanos como superiores a alguns dos maiores clássicos produzidos na França. O episódio “se mostrou um divisor de águas”, conforme revelou com exclusividade George Taber, o jornalista que divulgou essa história para o mundo. Tanto ele quanto Steven Spurrier, o idealizador da degustação, contaram os bastidores de tudo o que ocorreu naquele dia fatídico. “Aquilo pôs em xeque o reinado francês em vinhos de alta gama”, afirmou Taber.
Edição 78
A arte de desencavar raridades. Nesta edição, de abril de 2012, a equipe de ADEGA teve a oportunidade de apresentar uma degustação extremamente especial de quatro vinhos bordaleses de mais de 50 anos de idade: Château Caronne Ste. Gemme 1962, Château Beauregard 1955, Château Pichon Longueville Comtesse Lalande 1955 e Château Calon-Ségur 1955. A prova exigiu cuidados extra no transporte, abertura e serviço das garrafas, realizados com extrema perícia. Os vinhos se mostram realmente encantadores, com características únicas que somente garrafas envelhecidas são capazes de proporcionar. Definitivamente uma experiência ímpar, vivida por poucos convidados e compartilhada por ADEGA em suas páginas.
Edição 84
Em setembro de 2012, o Brasil entrou para o calendário mundial das corridas temáticas, cujo pano de fundo é o vinho. Inspirada em provas clássicas realizadas no Napa Valley e Médoc, por exemplo, a Wine Run reuniu uma legião de corredores e amantes do vinho em sua primeira edição realizada no Vale dos Vinhedos, que hoje já somam mais de 1.500 pessoas por prova. O sucesso foi tanto que a meia maratona passou a ser realizada também no Nordeste, em meio às vinhas cultivadas no semiárido. Mais do que apenas correr, os participantes imergem na cultura do vinho, com visitas a produtores tradicionais, jantares harmonizados e festa da chegada regada a muito espumante nacional.
Edição 85
O dia 11 de setembro de 2012 será uma data sempre lembrada pela indústria do vinho no Brasil. Nesse dia, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) deferiu o pedido de registro da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, a primeira DO do país. Nesta edição, ADEGA, mais do que mostrar o que mudava nos vinhos da mais tradicional região vitivinícola brasileira, também discutia o impacto disso para a indústria nacional. “A vinda da DO vai comprovar a maturidade da indústria nacional”, afirmou, na época, Daniel Dalla Valle, enólogo da Casa Valduga, um dos vários ouvidos pela reportagem. ADEGA ainda avaliou os primeiros rótulos que receberam a chancela da Denominação de Origem.
Edição 85
Trinta anos depois da mais aclamada safra do século XX, ADEGA investigou os porquês de 1982 ter sido um marco na história de Bordeaux e, consequentemente, ter transformado o mercado de vinhos no mundo todo – criando o fator especulação. A reportagem trouxe um panorama histórico dos enólogos explicando as nuances da colheita e os resultados no vinho, além de uma conversa franca com especialistas que analisaram a evolução das garrafas e do mercado até hoje. Para muitos, o estilo frutado e opulento da safra 1982 criou o parâmetro para os vinhos desde então, a dita Parkerização. Mas, segundo o próprio Parker: “Ninguém pode negar a grandeza da safra de 1982”.
Edição 93
A melhor safra de Vinho do Porto de todos os tempos? Pois foi assim que muitos produtores classificaram 2011, um ano em que o clima do Douro trouxe o melhor para as uvas da região. Em junho de 2013, ADEGA participou da cerimônia da declaração de 2011 como safra Vintage na cidade do Porto. Juntamente ao evento, ADEGA provou 56 exemplares desse ano, o que simplesmente serviu para confirmar o que as casas de Vinho do Porto alegavam. Apesar dos diferentes estilos, ADEGA resumiu os Vintage 2011 dessa forma: “A potência de fruta, taninos e acidez premiarão a paciência dos que comprarem e guardarem essas garrafas, e fazem de força e equilíbrio as palavras que definem esta safra”.
Edição 96
Em celebração a uma data especial para a indústria do vinho no Brasil, em 2013, ADEGA fez questão de recordar os 100 anos das primeiras produções de espumantes em solo nacional. A reportagem contou essa história, desde os pioneiros até os dias de hoje, em que os espumantes certamente são os grandes destaques da produção. “O espumante hoje é o produto que abre as portas para o mercado internacional e desperta o interesse de apreciadores do mundo todo”, comentou o enólogo Luciano Vian na ocasião. Atualmente, mais de 16 milhões de litros são consumidos por ano somente no Brasil. Ao final da reportagem, ADEGA ainda listou alguns dos melhores produtos nacionais, todos acima de 90 pontos.
Edição 105
Em seus 10 anos, ADEGA – além de trazer um pouco da história de produtores e vinhos – também pretendeu trazer novos conhecimentos técnicos aos seus leitores. Por isso, tratamos de temas delicados como o debate em torno dos vinhos naturais, falamos de técnicas enológicas em voga, como o uso de ânforas, leveduras indígenas etc. Um desses temas polêmicos foi a sugestão de que as garrafas não precisam ser guardadas na horizontal. “Em termos de capacidade de vedação e transferência de oxigênio, a conservação pode ser realizada com a garrafa em pé ou deitada (desde que sob condições ideais de umidade e temperatura), pois os resultados serão idênticos”, foi a conclusão dos especialistas.